Tim Commerford, baixista do Rage Against The Machine, revela batalha dolorosa contra o câncer

Em entrevista à Spin, Tim Commerford, baixista do Rage Against the Machine, revelou que está com câncer de próstata.

O músico de 54 anos contou que o problema surgiu antes de sair em excursão com a banda liderada por Zack de la Rocha e que gostaria de ter levado o cuidado com sua saúde mais a sério (via Consequence):

Tenho lidado com coisas muito sérias. Logo antes de sair em turnê com o Rage, minha próstata foi removida e eu tenho câncer de próstata. Fui fazer um seguro de vida, mas meus números de PSA [antígeno prostático específico] estavam altos. Eu não consegui. Eles recusaram o seguro. No início, o número era muito baixo. Eu fiquei só olhando ao longo de um ano e meio e ele continuou se elevando ainda mais. Eventualmente, eles fizeram uma biópsia e descobriram que eu tinha câncer, então retiraram minha próstata. Eu estava pensando, bem, porque eles estão prestando atenção e deixando chegar a esse ponto, talvez não seja grande coisa. Eu me culpo. Eu deveria ter dito: ‘Meus números são elevados e o que isso realmente significa?’ Eu deveria ter levado isso mais a sério.

Na conversa, Commerford lembrou que seus pais morreram de câncer, mas deixou claro que ele não pretende se entregar para a doença:

Agora estou na situação em que estou, ou seja, prenda a respiração por seis meses. Não é bom e não me deixa feliz. Estou apenas tentando segurar as rédeas. Vai ser uma longa jornada, espero. Meu pai morreu aos 70 anos de câncer e minha mãe morreu de câncer aos 40 anos. Divida a diferença para 65 e tenho 10 anos [de vida]. Estou tentando chegar à marca de 100 músicas – tenho alguns objetivos agora.

A gente torce para que dê tudo certo!

Câncer de próstata do baixista do Rage Against the Machine

Como te contamos aqui, o rompimento do tendão de Aquiles de la Rocha forçou o RATM a cancelar as datas da turnê em 2023 e Commerford comentou que já sofria no palco com os shows do retorno:

Dois meses antes da turnê, fiz a cirurgia e meus médicos disseram que não estaria pronto. Isso foi brutal. Eu estaria no palco olhando para o meu amplificador em lágrimas.

Por causa da lesão de Zack [de la Rocha], planejamos esses pequenos intervalos de vídeo que vinham entre blocos de músicas. Deveríamos subir no palco, tocar algumas músicas, sair do palco e aguardar os intervalos por alguns minutos. Foi perfeito. Aí ele se machucou e não conseguimos sair do palco. Então, durante os intersticiais, ficamos apenas sentados lá. Isso foi surreal. Às vezes, eu me sentava e tentava não pensar em certas coisas. Foi estranho. Eu guardei para mim durante toda a turnê que fizemos e foi brutal.

Inclusive, ele não planejava revelar seu diagnóstico, mas optou por encarar o câncer de frente:

O câncer de próstata é muito, muito, muito difícil porque está ligado a sua sexualidade. É difícil se desconectar disso e quando você é forçado a entrar nessa situação, é uma jornada psicológica brutal. Tenho tentado encontrar grupos de apoio e é difícil encontrar pessoas e falar sobre isso. A parte do sofrimento, do sofrimento físico depois da cirurgia, nunca senti uma dor assim. Tenho placas de metal na cabeça e partes de cadáveres no corpo. Eu causei muitos danos a mim mesmo por meio de esportes e mountain bike e esse tipo de coisa e sempre senti que tinha uma tolerância muito alta para a dor, e essa merda me deixou de joelhos. Depois que a dor passou, ainda não consegui me levantar direito, apesar de estar malhando e fazendo outras coisas, mas psicologicamente, o dano é grave. É muito difícil para mim não desmoronar e me emocionar. Acabei de fazer meu teste de seis meses e deu zero. Eu estava tipo, ‘Foda-se!’ Isso é o melhor que posso sentir pelo resto da minha vida. A cada dia que eu chego mais perto daquele teste é tipo, ‘Foda-se cara, essa vai ser a hora que o número vai subir e eu vou para a próxima, seja lá o que for?’ Eu já passei por muita dor e muita merda. E continuo a passar por uma merda louca.

Além do RATM, Tim já fez parte do Audioslave e de outros projetos musicais na carreira. Atualmente, o baixista está com a banda 7D7D, que recentemente lançou o single de estreia “Capitalism”, e você pode ouvir o som logo abaixo.

Leia a entrevista completa de Tim sobre sua condição de saúde agora mesmo na SPIN.

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