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Foto: Reprodução / Youtube

O Daft Punk é incrível!

Além de ensinar muitos a gostar de música eletrônica, também ensinou muitos a entender a cativante energia da disco music. Os robôs, que já eram famosíssimos no mundo da música, mudaram seu curso e se deixaram levar pela sonoridade característica dos anos 70 no álbum Random Access Memories (2013). Dali, nasceram alguns de seus maiores hits comerciais.

Um deles, caro leitor, você conhece e certamente ama: “Get Lucky“. A parceria entre o duo, Nile Rodgers e Pharrell Williams certamente foi uma das músicas mais tocadas do ano e ganhou inúmeros prêmios. Não tardou a se transformar no maior sucesso comercial do Daft Punk (que, na época, já tinha 16 anos de estrada).

Sendo o carro-chefe do disco, a canção é mais do que apenas uma música de trabalho. É a síntese da proposta estética do álbum. RAM traz como principal objetivo trazer de volta a alegria proporcionada pela música disco. E isso tudo em pelos anos 2010, conforme a música eletrônica se tornava o principal fio condutor do pop. Bom, sortudos somos nós, já que fomos presenteados com a era disco em plenos anos 2010!

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Separamos algumas curiosidades sobre a produção e o legado deste hit atemporal.

Confira logo após o vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=XkeIwhKIi84

 

Nile Rodgers

O Daft Punk é incrível, mas a música (e possivelmente o álbum como um todo) não seria a mesma se não fosse a contribuição da lenda Nile Rodgers. A dupla, sempre fã da música disco, enxergava em Nile uma grande inspiração. Por sorte deles, a admiração era recíproca e surgiu a oportunidade de gravarem juntos.

As sessões aconteceram exatamente no mesmo estúdio, em Nova Iorque, em que o grupo Chic (de Nile) gravou vários hits de sucesso, incluindo o clássico “Le Freak“. Além de “Get Lucky”, o guitarrista também contribui com as gravações das faixas “Give Life Back to Music” e “Lose Yourself to Dance” (que também conta com Pharrell Williams nos vocais).

 

Nasce um hit

Todos os envolvidos contribuíram para a composição de “Get Lucky”. Rodgers foi apresentado à proposta para a música já em sessões de estúdio com o duo e, com toda sua expertise, sugeriu que voltassem ao início. À bateria, que segue um padrão simples com algumas especificidades rítmicas no hi-hat, o guitarrista adicionou sua contribuição seguindo o ritmo proposto justamente por essas especificidades. O resultado é essa faixa super dançante que amamos hoje.

Como a cereja do bolo, a suave voz de Pharrell Williams ajudou a criar essa sensação atmosférica que caracteriza a música. No fim das contas, todas essas contribuições culminaram em um atemporal hit que soa ao mesmo tempo moderno, clássico, dançante e performático. Sim, o Daft Punk mostrou o poder da música disco para toda uma nova geração.

 

Pharrell Williams

A principal contribuição do cantor e produtor Pharrell Williams se deu através da letra. Segundo o próprio, a poesia trata da boa sorte em se conectar e em ter química com alguém.

Em 2014, Pharrell foi ao programa Alan Carr: Chatty Man e falou um pouco sobre o processo da letra. Ele disse que escrever é como se fosse uma conversa, e exemplificou com casos do cotidiano.

A letra foi escrita em cerca de uma hora, mas os integrantes do Daft Punk, em estúdio, queriam que cada verso tivesse seu próprio impacto. O cantor, por sinal, atribui todo o sucesso de “Get Lucky” ao perfeccionismo da dupla francesa. Sobre isso, ele contou: “Eu chamo eles de ‘robôs’ porque eles são perfeccionistas. Eles me fizeram gravar umas 200 vezes”.

https://www.youtube.com/watch?v=xZcV1yzgKiw

 

Grammy 2014

Ok, a 56ª edição do Grammy, que aconteceu em 2014, nem foi há tanto tempo assim, mas certamente rendeu ótimos momentos.

Quem imaginaria, por exemplo, que Daft Punk, Pharrell Williams, Nile Rodgers e Stevie Wonder dividiriam o mesmo palco? A marcante apresentação assumiu uma estética “estúdio” e contou com todos esses nomes de peso fazendo uma performance de “Get Lucky” que botou todo o Staples Center, em Los Angeles, para dançar.

A apresentação ainda incorporou vários outros sucessos , incluindo “Lose Yourself To Dance” e “Harder, Better, Faster, Stronger“, do Daft Punk, “Le Freak” (Chic) e “Another Star” (Stevie Wonder). Como se esse espetáculo não bastasse, na mesma noite, a canção ainda ganhou os prêmios de Gravação do Ano e Melhor Performance Pop de Dupla ou Grupo.

 

No meio do caminho, tinha um Robin Thicke

Ganhou Grammy. Tocou em todo lugar. Ninguém desgosta. É óbvio que a música foi para o topo da Billboard Hot 100, a parada musical mais relevante da indústria, certo? Bom, lamentamos dizer que não.

Apesar de todo o sucesso, o hit do Daft Punk não conseguiu tirar o cantor Robin Thicke do topo, que na época trabalhava na divulgação da canção “Blurred Lines” (sim, aquela da polêmica toda). Pelo menos, essa parceria entre Thicke, T.I. e Pharrell Williams garantiu ao último a interessante marca de ocupar os dois primeiros lugares da Hot 100, algo que não era feito desde 2009, quando os Black Eyed Peas fecharam o topo com “I Gotta Feeling” e “Boom Boom Pow”.

 

Sucesso demais

“Get Lucky” é a canção mais reproduzida do duo nas plataformas de streaming de música. A quantidade de streams supera (e em algumas, até dobra) o de outros emblemáticos singles, como “Digital Love”, “Around The World” e “One More Time”.

É claro que isso tem relação com o timing de lançamento do hit, já em tempos de streaming. Mas é certo que, para boa parte da população, essa é a primeira música do Daft Punk a vir em mente.

Para se ter uma noção do impacto, “Get Lucky” se tornou, no Spotify, a canção com maior número de streams em dias de lançamento. Não é para qualquer um, não!

 

Outras versões

Apesar do relativo curto tempo de vida, “Get Lucky” já ganhou uma grande quantidade de homenagens ao longo dos anos.

E a coisa se estende para além da disco music e do pop. Talvez a letra, divertida e incrivelmente bem escrita, e sua proposta melódica contribuíram para que a música chegasse a outros territórios musicais. Você certamente não pensa, de primeira, em uma versão indie, por exemplo. Pois foi o que fez a banda folk britânica Daughter, com uma assertiva releitura.

Aos headbangers de plantão, a banda Halestorm também disponibilizou uma cover, com direito até a solo de guitarra. Criatividade é o que não falta!

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