Apesar de ter vindo ao Brasil diversas vezes durante sua carreira, parece que a primeira impressão que o nosso país deu a Ozzy Osbourne não foi das melhores.
Na autobiografia Eu Sou Ozzy, lançada em 2009, o Príncipe das Trevas descreveu como foi sua estreia por aqui, no Rock in Rio de 1985. Na época, ele acabava de sair de sua primeira internação na reabilitação para tratar seu vício em drogas, e optou por não desmarcar seus compromissos por aqui.
No livro, Ozzy não poupa palavras para falar da sua decepção com o Rio de Janeiro, cidade que o recebeu, e chegou a comparar crianças pobres com ratos. Ele conta:
O show era no Rock in Rio, um festival de dez dias com Queen, Rod Stewart, AC/DC e Yes. Um milhão e meio de pessoas compraram ingressos. Mas eu fiquei desapontado com o lugar. Tinha esperado ver a Garota de Ipanema em cada esquina, mas não vi nenhuma. Havia só um monte de crianças pobres correndo pelo lugar como ratos. As pessoas eram ou absurdamente ricas ou viviam nas ruas – parecia não haver nada no meio.
Após tecer suas críticas, Osbourne ainda comentou sobre um episódio bem peculiar que passou no Rio. Por lá, ele conheceu Ronnie Biggs, famoso por ter roubado um trem cheio de grana em 1963 na Inglaterra, e que estava exilado aqui no Brasil.
Naqueles dias ele estava exilado no Brasil e parecia estar aproveitando muito bem – afirmava ter trepado com duas mil e quinhentas garotas enquanto estava lá. Mas ainda era um tipo de prisão para ele, porque sentia saudades de casa. Ele veio para o hotel usando uma camiseta que dizia: “Rio – um lugar maravilhoso para fugir”, mas ele só ficava perguntando: “Então, como está a Inglaterra, Ozzy?”
Nos anos seguintes, Ozzy Osbourne veio outras cinco vezes ao Brasil, além de outras duas com o Black Sabbath. Será que a percepção do músico sobre o país mudou?
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