No início da década passada, em 2010, surgiu uma ideia no mínimo curiosa: e se os mundos do Heavy Metal e dos idols japoneses se unissem? Foi assim que surgiu o BABYMETAL, um projeto que transita na tênue linha entre a comédia e a seriedade, unindo instrumentais complexos e pesados com vocais melódicos e, muitas vezes, fofos.
Logo com o disco de estreia, o grupo começou a chamar a atenção pelo talento da banda e de suas estrelas, as carismáticas vocalistas e dançarinas Su-metal, Moametal e Yuimetal. Esta última viria a deixar o grupo em 2018, sendo substituída oficialmente apenas em 2023 por Momometal, que vem conquistando cada vez mais o público.
Prova do sucesso dessa nova formação é o recém-lançado álbum METAL FORTH, que expande a sonoridade e a leva ainda mais a sério, sem perder o tom bem-humorado que engloba canções como “RATATATA” e “Song 3”, respectivamente parcerias de sucesso com Electric Callboy e Slaughter to Prevail.
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O álbum, aliás, é recheado de feats: além dos já citados, conta ainda com colaborações de Poppy (“from me to u”), Bloodywood (“Kon! Kon!”), Polyphia (“Sunset Kiss”), Spiritbox (“My Queen”) e até Tom Morello (“METAL!!”). A relação com uma geração mais antiga do Rock, aliás, não é de hoje: lá em 2016, a banda entrou em turnê com o Red Hot Chili Peppers, gerando cenas incríveis.
Desde o trabalho de estreia, o BABYMETAL vem adquirindo cada vez mais maturidade e se tornando uma banda cada vez mais séria sem perder a leveza que as tornou famosas. Elas finalmente fizeram a estreia no Brasil em 2024, participando da edição do ano passado o Knotfest e ainda entregando um belíssimo show solo.
Agora, com mais um novo e excelente disco em mãos, as vocalistas e dançarinas bateram um papo com o TMDQA! sobre essa improvável dominação mundial e muito mais. Confira a seguir!
TMDQA! Entrevista BABYMETAL
TMDQA!: Olá! Obrigado por tirarem um tempo para falar conosco sobre esse novo disco. Primeiramente, esse é disparado o disco com mais colaborações na carreira de vocês. Por que vocês decidiram fazer isso agora?
Su-metal: Conforme fizemos turnês pelo mundo, nós nos aproximamos de muitas pessoas e acabamos fazendo músicas junto com eles, ou às vezes nós precisávamos de um som de uma pessoa específica e fomos atrás dela – cada música é feita sob circunstâncias diferentes, mas todas as colaborações vieram como um resultado dos nossos 15 anos de carreira.
Para sugerir um novo tipo de Metal, nós tivemos que andar com nossas próprias pernas. Eu também acho que as colaborações trouxeram tantas facetas diferentes do apelo do BABYMETAL através de um novo ângulo!
TMDQA!: Eu concordo e acho que essas parcerias realmente ajudam a mostrar quantas formas diferentes a música de vocês pode ter. Tem alguma música específica que realmente surpreendeu vocês por ter soado muito diferente do que vocês costumam fazer?
Moametal: Toda vez que eu ouvia uma demo, todas as músicas me surpreendiam! Mas, em meio a elas, o tanto que “Kon! Kon!” era diferente foi o que mais me surpreendeu. O BABYMETAL tem músicas como “Shanti Shanti Shanti” e “METALIZM” que têm esse charme exótico, mas até comparada a elas, essa música se destaca muito e é divertida.
As colaborações nos ensinaram um novo lado do “BABYMETALismo” e quanto mais nos apresentamos, mais forte fica a identidade BABYMETAL delas. A identidade do Bloodywood é muito chamativa em “Kon! Kon!”, então, conforme a gente vai tocando essa música, as duas identidades ficam muito fortes! Eu sempre acho essa música interessante porque é fascinante como os elementos se combinam mesmo que nunca estejam se unindo completamente.
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TMDQA!: No ano passado, tivemos a sorte de ver dois shows do BABYMETAL no Brasil! Eu estive em ambos e me diverti demais. Como foi a experiência de vocês aqui? Teve alguma coisa sobre esse período no Brasil que surpreendeu vocês e se tornou bem memorável?
Momometal: Os shows foram uma loucura! Eu me lembro muito bem da energia e das expressões dos fãs. Eu tentei fazer uma expressão descolada em “BABYMETAL DEATH”, mas não conseguia não sorrir por causa do barulho da plateia. Eu estava tão feliz!
Eu pude tomar uma tigela de açaí e comer churrasco pela primeira vez no Brasil! A tigela de açaí tinha um gosto diferente do que eu como no Japão, então fiquei bem surpresa!
TMDQA!: Nesses shows, algo que realmente me chamou atenção foi ver tantas garotas jovens na plateia. Acho que o BABYMETAL faz um trabalho incrível em receber essas fãs e mostrar pra elas que o Metal pode ser divertido, mesmo sendo pesado! Como vocês se sentem vendo essas fãs jovens e se conectando com elas?
Moametal: Fico grata pelas suas palavras! Eu amo Metal, então eu quero que essa cena dure muito tempo e que mais pessoas possam apreciá-la e possam curtir ouvi-la. Nas turnês pelo mundo, eu vejo jovens da minha idade ou até mais novos nos nossos shows. Fico feliz em ser uma inspiração para essas pessoas e espero que possamos ajudá-los a expandirem seus escopos musicais.
Nós continuamos a nos apresentar na esperança de deixar algo no coração dessas pessoas. E eu espero que elas se tornem as pessoas que vão criar o novo Metal!
TMDQA!: Por fim, o nosso site se chama Tenho Mais Discos Que Amigos! e temos a tradição de perguntar sobre discos ou bandas que mudaram suas vidas. Alguma de vocês gostaria de compartilhar alguma história nesse sentido?
Su-metal: Posso escolher uma? O Metallica! Quando eu vi o show deles pela primeira vez, a música foi direto no meu coração, não nos meus ouvidos, e eu pensei: “Isso é o Metal!”. Uma emoção que eu nunca tinha sentido antes surgiu e eu senti lágrimas no meu coração. Até então, eu encarava isso apenas como música barulhenta e rápida, mas ali eu entendi completamente a identidade da música e eu nunca esqueço do sentimento revigorante que eu tive depois do show: “Eu quero mergulhar nessa música! Eu quero que mais pessoas sintam essa experiência!”.
É isso que me motiva a continuar fazendo o que faço.
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