Marcelo D2 com o Planet Hemp 30 anos_@stephaniehahne para o TMDQA!-46
Foto por Stephanie Hahne/TMDQA!

Marcelo D2 é conhecido por suas incríveis experimentações envolvendo o samba, principalmente reunindo o ritmo dançante com suas poderosas rimas.

O músico participou recentemente do novo podcast Segue o Som, apresentado por Pietro Reis, e por lá o rapper e sambista compartilhou alguns detalhes sobre a construção do movimento “Novo Samba Tradicional”, colocado em prática nos últimos anos junto com o produtor Nave, que também participou do programa.

No projeto, que já rendeu três volumes de um disco, D2 e Nave apresentam o samba brasileiro a partir de outras perspectivas, e um dos destaques de sua sonoridade é a presença do grave, que passa a se basear na força dos sintetizadores da Roland, os famosos 808.

Na conversa recente, Marcelo D2 revelou que a inspiração para o som desses novos projetos surgiu de um lugar inesperado: o pop internacional. Ele explicou:

“É bem loucura isso que eu vou falar também, mas é uma coisa que é do disco da ROSALÍA, da Billie Eilish, tá ligado? Essas cantoras pop novas que tem um gravão, eu falei: ‘Cara, a gente precisa levar esse grave pra música brasileira’. Levar esse grave pro samba…”

Marcelo D2 revela influência de ROSALÍA e Billie Eilish em seus lançamentos de Samba

Essa percepção guiou a dupla a explorar novas texturas sonoras, com eles decidindo apostar no uso dos sintetizadores Roland 808. Nave complementou a fala do parceiro musical, dizendo:

“Qual é o elemento orgânico do samba que conversa com o que tá acontecendo no mundo há alguns anos? Era o surdo, que era o que chegava mais próximo do 808 (Roland). E a partir dali a gente começou a trocar o surdo pelo 808.”

D2 já havia comentado sobre essas referências internacionais em outras ocasiões. No ano passado, em entrevista à revista GQ após ser nomeado Homem do Ano na categoria Música, ele apontou:

“Quando vi a ROSALÍA, a Billie Eilish usando o grave do rap (na música pop), eu falei: ‘Essas minas estão usando o grave que é nosso. Vou pegar esse grave aqui e vou fazer alguma coisa com ele’. Aí entra o samba.

É engraçado falar que a ROSALÍA abriu uma porta na minha cabeça, mas é isso. Abriu uma porta para falar: ‘Se eu pegar esse grave e juntar com Clementina de Jesus, acho que tem um caminho. Agora é o momento que eu posso fazer meu samba, que não é o samba do Zeca ou o samba do Paulinho da Viola’. Inclusive, fui mostrar para o Zeca Pagodinho e ele já falou: ‘Isso é muito bom’.

D2 começou a apresentar aos fãs essas experimentações sonoras atráves do disco solo IBORU, lançado em 2023, que apresenta canções com elementos do grave eletrônico. Segundo Marcelo, antes de dominar a música pop, isso foi explorado na cultura hip hop em obras de artistas como Afrika Bambaataa.

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