Green Day e New Years Rev: estardalhaço punk-rock na telona

New Years Rev é uma comédia de amadurecimento e road trip dirigída por Lee Kirk e co-produzida por ninguém menos que o Green Day em parceria com a Live Nation Productions. A história acompanha três amigos (interpretados por Mason Thames, Kylr Coffman e Ryan Foust) que embarcam numa jornada caótica através dos EUA rumo a Los Angeles, acreditando terem sido escalados para abrir um show do Green Day na virada de ano…

mas surpresa: era uma pegadinha!

O filme é uma homenagem (sincera) aos dias punk e à vida na estrada, longas noites em vans, shows improvisados em porões, companheirismo e o impulso de fazer música a qualquer custo. Uma nostalgia autêntica dos “tour days” da banda, traduzida para a tela com muito humor e energia.

Billie Joe Armstrong, Mike Dirnt e Tré Cool não apenas produzem o filme, como também aparecem no filme e contribuem com a trilha sonora, repleta dos clássicos que marcaram a estética punk da banda.

Continua após a imagem

O longa teve a sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF) no dia 12 de setembro.

O Green Day o descreveu como “uma comédia road trip feroz, carregada com todas as suas músicas favoritas, muita travessura e rostos familiares”.

“É nossa carta de amor aos filmes de viagem da década de 1990, à nostalgia e a seguir os sonhos, mesmo quando tudo parece ridículo”.

Continua após a imagem

A banda sempre funcionou como uma marca cultural que atravessa décadas, formatos e gerações. Agora, com o lançamento de New Years Rev, o grupo dá mais um passo ousado: transforma sua história em cinema, expandindo sua presença para além dos palcos e das playlists. O filme é uma jogada estratégica de negócios.

O cinema permite ao Green Day cristalizar o punk em uma narrativa audiovisual: amizade, rebeldia, vida na estrada, música como combustível para a juventude. Ao transformar essa essência em filme, a banda cria um novo IP, um ativo que pode ser explorado em múltiplas frentes – de streaming a merchandising, de trilhas oficiais a ativações de turnê. É o mesmo raciocínio que levou American Idiot para a Broadway: ocupar novos territórios da cultura pop para manter a marca viva e relevante.

Há também um movimento claro de renovação de público. Os fãs originais já passam dos 30, 40 (eu), 50 anos, mas New Years Rev dialoga diretamente com a Gen Z, oferecendo uma porta de entrada para quem talvez nunca tenha colocado um disco do Green Day para tocar. O filme reposiciona a banda como um universo acessível, divertido e atemporal, capaz de conectar gerações distintas.

E claro, existe o lado financeiro. Bilheteria, streaming, vendas de trilha sonora, edições especiais em vinil, collabs de moda e até experiências híbridas entre cinema e show. O filme é também uma plataforma de monetização, um ecossistema que amplia a receita e a relevância. Assim como Bohemian Rhapsody reativou o catálogo do Queen, New Years Rev tem potencial para reacender o interesse pelo Green Day, impulsionar streams, vendas físicas e novas oportunidades de licenciamento.

No fim, lançar um filme é sobre preservar o legado sem “museificá-lo” – já escrevi bastante sobre aqui na coluna (sobre o Green Day também).

É sobre provar que uma banda pode ser mais que música: pode ser narrativa, pode ser cultura, pode ser universo. O Green Day continua mostrando que ser relevante no presente exige mais do que hits; exige transformar sua história em algo compartilhável, vivo e inesgotável.

Veja o trailer do filme do Green Day

OUÇA AGORA MESMO A PLAYLIST TMDQA! ALTERNATIVO

Clássicos, lançamentos, Indie, Punk, Metal e muito mais: ouça agora mesmo a Playlist TMDQA! Alternativo e siga o TMDQA! no Spotify!

Gustavo Giglio
Kill Your Logo - Reinventando marcas com atitude

Coluna dedicada a explorar como o marketing pode transformar bandas em marcas icônicas e vice-e-versa. Com mais insights sobre música, estratégias criativas e cases de sucesso, a coluna pretende desvendar o universo em que música e negócios se encontram.

Coluna dedicada a explorar como o marketing pode transformar bandas em marcas icônicas e vice-e-versa. Com mais insights sobre música, estratégias criativas e cases de sucesso, a coluna pretende desvendar o universo em que música e negócios se encontram.