
Com um novo disco praticamente pronto para ser levado ao estúdio e ganhar vida, um single exclusivo a ser lançado para o público brasileiro e os dias de setembro e outubro tomados por uma extensa turnê pelos Estados Unidos como banda suporte da Crypta, uma das mais aclamadas da atualidade, o Claustrofobia vive uma fase especialmente produtiva e promissora.
Há sete anos os irmãos D’Angelo, Marcus e Caio, mudaram-se de mala, cuia e case para os Estados Unidos e deixaram a solar Bertioga, no litoral paulista, em busca do “American Dream” versão headbanger. E se AC/DC cortou o mato e avisou que “o caminho ao topo é longo se você quer o rock and roll”, a dupla definitivamente não se importa e quer percorrê-lo.
Ao lado da Crypta, que confirma seu sucesso indiscutível na América do Norte ao retornar aos EUA com a nova In The Other Side Tour, subindo o mapa para quatro datas no Canadá, o Claustro realizará 22 shows que para eles começarão na semana que vem, dia 10.
“Assisti a um show delas sold out numa quarta-feira em Las Vegas, o que é muito raro, e foi sensacional”, conta Marcus D’Angelo, vocalista e guitarrista do Claustro ao TMDQA.
“Acho que o fruto dessa turnê, sem dúvidas, será o metal do Brasil avançando cada vez mais forte e ocupando mais espaços. Para nós, que vivemos o metal brasileiro em suas entranhas, é um grande motivo para celebrar”, diz.
Marcus D’Angelo
O Claustrofobia celebra cada visita de bandas brasileiras ao país que agora é casa. Em 2024, a banda integrou a histórica turnê de despedida do Sepultura, Celebrating Life Through Death, como convidada — um momento simbólico, já que o Sepultura sempre foi referência e inspiração para o Claustro desde os primeiros passos da carreira.
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Metal way of life
Para o Claustro, o metal nunca foi apenas música, mas um estilo de vida — uma forma de ser e estar no mundo que cobra um preço mais alto quando se decide viver no exterior. É preciso dar um jeito de aprender a viver de longe, entre áudios e videochamadas, e engolir a seco a perda de lances únicos: o nascimento da primeira sobrinha, a perda do avô-fã-número-um.
Esse pacote de experiências agridoces ajuda a escrever a história de obstinação do Claustro que agora mais do que nunca se cristaliza como projeto dos irmãos D’Angelo após recente saída do baixista Rafael Yamada, que voltou para o Brasil.
Com três décadas de estrada, o Claustrofobia não suavizou sua identidade, não baixou o volume — nem a cabeça — e nem se deixou moldar pelo mercado. O que antes parecia obstinação juvenil dos garotos que começaram a banda ainda crianças se transformou em símbolo de resistência: a prova de que uma banda brasileira pode viver de metal, custe o que custar, sem concessões.
Uma banda brasileira radicada nos EUA
Marcus conta que a mudança para os Estados Unidos foi resultado de uma sucessão de fatores, incluindo pessoais e a realidade do Brasil, que, segundo ele, “salvo exceções, sempre foi muito cruel e desgastante para o artista independente”.
“Após algumas tours selvagens pela Europa, em 2017 decidi vir aos Estados Unidos para visitar o escritório da Jackson Guitars, onde sou patrocinado desde 2009, além de cumprir outros compromissos e shows. A recepção calorosa me deu a certeza de que deveríamos ficar um tempo aqui para trabalhar com mais foco e menos desgaste, construir uma base sólida e renovar nossa fé na arte. Tenho 100% de certeza de que fizemos a escolha certa”, explica.
Marcus faz questão de lembrar que esse caminho está longe de ser simples; não há glamour, mas é isso que os mantém motivados.
“Sem dúvidas eles priorizam os artistas americanos, mas trabalhando pesado fomos conquistando os fãs um a um e encontramos nosso espaço”, conta. “Há algo interessante que acontece com frequência, quando eles veem a nossa história por exemplo, e que o Claustrofobia tocou no Rock in Rio ou em algum outro grande festival, eles não entendem por que não estamos entre os headliners de um evento desse porte no nosso próprio país”.
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Come to Brazil
A última apresentação do Claustrofobia no Brasil foi no Rock in Rio 2019. No Palco Sunset, eles dividiram o palco com o Torture Squad e com Chuck Billy, vocalista do Testament, em uma performance histórica no “Dia do Metal” do festival. Curiosamente, no mesmo dia, Fernanda Lira — hoje frontwoman da Crypta que agora se encontra com o Claustro – também se apresentava com sua antiga banda, Nervosa, em outro show marcante do evento.
A vontade de retornar ao Brasil para fazer shows sempre foi prioridade, segundo Marcus. Esse retorno já deveria ter acontecido, mas a pandemia mudou tudo e atrasou os planos. Nas últimas semanas, Caio D’Angelo, baterista do grupo, esteve no país para workshops, mas o objetivo da banda segue sendo o que fazem de melhor: subir aos palcos.
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A coluna definitiva para os apaixonados pelo heavy metal que traz uma curadoria afiada de bandas e temas que merecem sua atenção. Um mergulho no som que molda gerações. Se você vive e respira metal, essa é a sua leitura obrigatória!
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