Vitão, em registro feito por Pedro Barcellos
Foto por Pedro Barcellos

Com mais de 10 milhões de ouvintes nas plataformas de streaming, Vitão está em um novo capítulo de sua carreira. Após um período de imersão e recolhimento, o artista retorna com o single “Sacode”, que marca não apenas o seu primeiro trabalho solo desde o álbum TODAMANHÃ (2023), mas também o início de uma nova fase.

Esse momento de liberdade criativa se reflete em uma sonoridade mais madura e conectada com a essência que o consagrou, misturando influências de R&B, Rap e MPB. A faixa, que nasceu de forma despretensiosa em casa e ganhou forma com a ajuda de parceiros como Donatto e Bwayne, simboliza o reencontro do cantor com seu lado mais autêntico.

Para falar sobre o lançamento do single e o que o público pode esperar do seu próximo álbum, nós do TMDQA! conversamos com Vitão sobre o processo de amadurecimento, o trabalho assíduo no estúdio e a importância de voltar a ser o cantor romântico que sempre foi. Confira!

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TMDQA! Entrevista Vitão

TMDQA!: Vitão, primeiramente, obrigado por receber a gente, estamos muito felizes. Sacode é seu primeiro trabalho solo desde TODAMANHÃ e a gente queria saber, primeiramente, o que esse intervalo significou para ti, tanto em termos criativos quanto em termos pessoais.

Vitão: Tudo bem por aí? Eu quem agradeço, pô, prazer mais uma vez – obrigado pelo espaço! Sim, meu primeiro trabalho solo desde o álbum TODAMANHÃ, que foi um grande experimento na minha vida, uma aventura musical. E “Sacode” marca um momento – eu até falo isso na música, né? – uma nova realidade do meu ser, um novo momento meu mesmo de todas as maneiras assim, internamente, de cabeça, de autoconfiança, de como artista também. É uma música que eu também colaborei com os compositores na letra dela, com o Bwayne, um grande parceiro, e com o Donatto também na produção e composição.
Marca um momento também onde eu me abri outra vez para compor com outras pessoas, para não ficar tão fechado na minha composição somente e poder “beber dessas novas fontes” de novos compositores. Acredito que também marca um momento de me reapresentar para o público, trazendo talvez o que eu enxergo como o “Vitão clássico”, o Vitão que é o que as pessoas já conhecem, já esperam de mim.
Claro que sempre vai ser diferente, né? Sempre vai ter uma pitada de inovação, mas sinto que o single traz do que as pessoas esperam de mim e gostam de me ver fazer.

TMDQA!: E é bem interessante você dar essa resposta, porque é perceptível isso. Claro, na faixa, tal como você acabou falando, mas você também reitera esse reencontro com sua essência artística. Então, eu também queria entender como foi o momento que tu percebeu que essa ideia feita em casa acabou evoluindo para o single, que você acabou pensando tipo, “pô, hora de voltar”.

Vitão: Cara, eu… – opa, alguém me ligou aqui. [risos] Desculpa por isso.
Mas esse período que eu tive de hiato para a mídia e para os palcos foi um momento onde eu me resguardei das redes sociais, das entrevistas. Nesses momentos eu pude me dedicar a esses novos trabalhos, a um novo álbum, me dedicar ao meu crescimento como produtor musical, como compositor. Foi talvez o momento onde eu mais compus na minha vida, com certeza foi o momento onde eu mais fiquei em estúdio – permaneço nesse momento ainda!
Se eu não tô em um estúdio de alguém, eu tô em casa, trabalhando em casa. Então, foi um momento onde eu também comecei a circular com pessoas da música que têm esse ritmo muito fervoroso de produtividade, de estar sempre produzindo, tendo algo novo, de estar sempre compondo todos os dias, toda hora, ou com outras pessoas, ou sozinho, ou por vídeo, no violão, no computador. Foi um momento onde eu realmente parei para experimentar também mais e aumentar até esse ritmo de produtividade. Isso dizem que quanto mais horas dedicadas a algo a gente tem, melhor naquilo a gente fica, né? [risos]
Então, foi um momento onde eu realmente me pus à prova comigo mesmo, de tipo: “tá, eu quero realmente me lapidar nisso aqui, me tornar um melhor compositor, me tornar um melhor produtor musical, um melhor guitarrista, um melhor colaborador”

Escrevi para outros artistas também, como eu já fazia antes. Então, foi muito disso. Esse período foi de trabalho interno e trabalho no estúdio. Para o mundo pareceu um “Vitão adormecido”, um hiato total, mas aqui no meu dia a dia eu tava num trabalho assíduo no estúdio.

TMDQA!: E falando de trabalho assíduo, um álbum inédito está previsto para os próximos meses e a gente queria saber o que você pode contar sobre o conceito do projeto e essa relação com Sacode!

Vitão: Cara, eu me considero um cantor romântico assim, né? Eu olho pra trás e vejo Tim Maia, vejo Roberto Carlos, essa galera assim que trazia a canção romântica de um jeito muito abrangente – músicas que às vezes você não sabe nem se a pessoa tá cantando pra uma mulher, pra um homem, se é um casal, se é uma amizade, se é uma relação de filho pra pai, de mãe e filho. Então, eu gosto muito disso, de cada vez mais conseguir fazer canções que sejam abrangentes dessa maneira e que sejam canções de amor. Primeiro que eu acho que é o que é mais fácil de qualquer pessoa se identificar, né? Todo mundo já sentiu ou vai sentir isso em algum momento da vida, a sensação de estar apaixonado, de um amor fraterno mesmo de família, de amizade. E é o que mais sai com mais facilidade de mim também, sempre quando eu sento pra escrever e tal. Mas também costumo ouvir muito rap, né? E muitas vezes eu me pego até pensando tipo: “caraca, eu queria conseguir escrever outros tipos de coisa assim também”, composições um pouco mais gangsta, digamos, trazer uma coisa mais rua assim também, mais gangsta mesmo.
Mas ao mesmo tempo também eu não consigo apagar o que é a minha essência de fato, que é a canção de amor, que é o que sempre saiu de mim, desde moleque. Eu sempre fui um garoto apaixonado, desde a escola eu já vivia grandes paixões, grandes amores, e passei a minha vida muito nisso, seja amores platônicos ou relacionamentos reais. Então, é o que sai de mim com mais facilidade – e hoje, eu me considero um cantor romântico e o que eu quero trazer nesse álbum é isso. Mais uma vez eu aqui cantando sobre o que sai com mais verdade, mais facilidade de mim.

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TMDQA!: Falando sobre amor, descobrimos recentemente que esse coração está com uma dona. E também, você é um artista que sempre acaba demonstrando muito do Vitão como ser-humano para os fãs, para o público. Você gosta tanto de reiterar isso na sua arte, tanto como uma figura pública.
Como você disse em outras respostas, foi muito importante você estar com família e amigos, se desenvolver como pessoa e ao mesmo tempo desenvolver sua arte. Queríamos saber se você tem alguma mensagem para essas pessoas tão próximas de você e também para seus fãs! O que eles podem esperar do Vitão nesse exato momento?

Vitão: Ah, o recado sem dúvida é de agradecimento, de gratidão a todas as pessoas que são a minha base amorosa, minha família, meus amigos, as pessoas que estão comigo no dia a dia, e os fãs, né? Que são as pessoas que não necessariamente estão comigo presencialmente todos os dias, mas que sempre me mandam uma carta, um presente, um post com uma legenda bonita, do quanto faz sentido eu estar fazendo o que eu faço, do quanto eu não devo em nenhum momento pensar em parar, em desistir, em fazer outra coisa, ou pensar que eu não sou tão bom assim, que eu não sou bom o suficiente e tal.
Essas coisas acabam passando pela nossa mente, acho que de todo mundo, né? Todo mundo acaba caindo nessas armadilhas. Então, isso é o que mais importa.
O recado é de gratidão, porque essas pessoas todas são meu apoio diário, as pessoas que me motivam quando eu estou para baixo, que me dão um abraço quando eu não estou tão bem assim. E é isso, o recado é de agradecimento e de gratidão.

TMDQA!: Que lindo, cara! Para finalizar, eu estou aqui representando o Tenho Mais Discos Que Amigos!, e a gente tem uma perguntinha clássica que a gente costuma fazer em toda entrevista, que basicamente é: Vitão, você também considera ter mais discos que amigos? E a gente também queria saber um álbum que é importante para você, seja como artista, seja como pessoa.

Vitão: Eu não tenho mais discos que amigos. Na verdade, agora em casa, eu até estou com uns discos de vinil assim que eu peguei quase mais como decoração e pra eu ficar olhando as capas, me inspirando e me motivando, do que de fato pra colocá-los pra ouvir. Mas eu tenho bons amigos também, sou cercado de boas amizades. Não sei se eu tenho mais discos que amigos, talvez não… E hoje em dia é muito difícil a gente ter discos físicos, né? Infelizmente. Ainda mais quem é de gerações anteriores à minha, imagino que fica ainda mais saudoso com essa cultura dos discos e dos álbuns.
Mas sobre o álbum importante, eu tenho um CD de provavelmente o álbum que mais marcou a minha vida, que é o O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui, do Emicida. Vira e mexe eu paro pra reouvir esse disco, que é também talvez um dos álbuns que eu mais ouvi de cabo a rabo na minha vida, desde os meus 15, 16 anos – acho que talvez seja isso. Tem um outro álbum do Rael que também me inspirou muito, que eu ouvi muito quando saiu. Eu diria que esses dois.

TMDQA!: Sensacional! Ótimas escolhas. Bom, a gente finaliza por aqui. Vitão, mais uma vez, obrigado. Sucesso com a nova fase!

Vitão: Muito obrigado!

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