Mac DeMarco, em registro promocional
Divulgação

Oito anos se foram desde a última passagem de Mac DeMarco no Brasil. Agora, o cantor, multi-instrumentista e produtor canadense, um dos nomes mais relevantes da música indie e alternativa da última década, retorna ao país em abril de 2026 para uma turnê nacional, promovida pela Balaclava Records.

A vinda de Mac DeMarco acontece em um momento especial de sua carreira, marcado pelo lançamento de seu novo álbum, Guitar, que chega oficialmente nessa sexta-feira (22). O disco, inteiramente composto e gravado pelo próprio artista, já teve dois singles revelados: a reflexiva “Home” e a serena “Holy”, que dão uma prévia do que os fãs podem esperar.

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Em entrevista exclusiva para o TMDQA!, Mac fala sobre a produção do álbum Guitar, as inspirações por trás das novas músicas e a expectativa de voltar ao Brasil, reencontrando um público que o acompanha desde seus primeiros trabalhos, como Salad Days e This Old Dog.

A turnê – que já tem ingressos esgotados em algumas datas – também passará por Chile, Argentina e Peru, prometendo shows tão únicos e descontraídos quanto a própria essência do artista.

Bora conferir?

TMDQA! Entrevista Mac Demarco

TMDQA!: Ok, vamos lá. Mac, antes de tudo, obrigado pela oportunidade! Quero começar te perguntando sobre o Guitar e o processo criativo. O álbum foi completamente escrito e gravado por você em Los Angeles, e você cuidou de todos os aspectos. Como foi essa experiência de criar o disco de forma tão autônoma? E o que isso trouxe de diferente para o resultado final?

Mac DeMarco: Ah… não sei…
Quer dizer, foi algo bem natural. Eu fiz uma música por dia, e elas estão até organizadas no disco na ordem em que foram compostas. Estou satisfeito com isso, achei legal.
Quando você está nesse processo, parece que entra em uma zona, sabe? É difícil entrar nesse estado mental, mas uma vez que você consegue, você vai embora, flui. E de alguma forma, eu consegui entrar nessa zona de novo.

TMDQA!: Você mencionou que esse álbum é o mais próximo de uma representação verdadeira de onde você está na vida hoje. Pode falar um pouco mais sobre o que essa frase significa pra você e como isso se reflete nas letras e no som do álbum?

Mac DeMarco: Eu acho que sim, que o som e as letras refletem isso.
Esse disco é diferente porque, embora não tenha levado tanto tempo – talvez umas duas semanas pra fazer – ele é como um retrato da minha vida nesse período.
As músicas foram inspiradas pelas experiências, pessoas, músicas que ouvi, coisas que vivi. Tudo vem da minha vida.
Então é como… você pega tudo isso, espreme uma esponja ou uma laranja, e o que sai é o suco – o resultado desse processo todo. Não sei explicar muito bem, mas é isso.

TMDQA!: Com uma trajetória tão diversa – desde Five Easy Hot Dogs até One Wayne G – onde você enxerga Guitar dentro da sua discografia?

Mac DeMarco: Eu acho que Five Easy Hot Dogs e Guitar pavimentam o caminho até esse som novo.
Guitar não se parece com nada que eu tenha feito antes. Talvez um pouco com algumas coisas do One Wayne G, mas é um novo capítulo.
Hot Dogs foi como virar uma esquina, encontrar uma nova direção. E Guitar continua esse caminho. Pode ser para o bem ou para o mal [risos], mas é onde estou agora.

TMDQA!: E você está voltando ao Brasil em 2026, depois de oito anos! Quais são suas expectativas para esse reencontro com o público brasileiro? E o que os fãs podem esperar do show?

Mac DeMarco: Caralho, já se fazem 8 anos? Realmente, o tempo passa. [risos]
Entretanto, tô muito animado! Acho que a gente foi ao Brasil várias vezes numa época – parecia que íamos a cada um ano e meio.
Eu amo o Brasil, amo a comida, amo o povo. E acho que vamos passar por vários lugares também, mesmo que ainda não pareça, estamos trabalhando nisso.
Vai ser incrível. Estou ansioso para rever pessoas que não vejo há quase 10 anos. Vai ser especial.

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TMDQA!: Qual foi a parte mais desafiadora – e a mais recompensadora – de criar Guitar?

Mac DeMarco: A parte mais difícil foi entrar no estado mental certo para compor um álbum assim.
Foi desafiador lembrar como fazer isso, mas quando consegui, foi uma sensação maluca e maravilhosa.
E o melhor foi que, depois de terminar o disco, fiquei com ele só pra mim por uns quatro meses. Nem mostrei pra ninguém com quem trabalho.
Pude sentar com ele, entender minha relação com ele. Isso foi lindo. Agora estou fazendo entrevistas, divulgando… mas, sinceramente, já me sinto satisfeito só por ter feito.
Claro que compartilho porque quero, mas a forma como as pessoas vão receber… não me afeta tanto. Se gostarem, ótimo. Se não, tudo bem também. Estou feliz com ele.

TMDQA!: Seu estilo descontraído e lo-fi virou uma marca registrada. Você sente alguma pressão para manter esse estilo ou existe espaço para mais experimentação?

Mac DeMarco: Com o One Wayne G, acho que deixei claro que posso fazer o que quiser agora.
As pessoas não esperam mais nada específico de mim, o que é libertador.
Algumas até reclamam: “Ah, queria que ele cantasse mais…” – e eu penso: “Tá bom, se quiser, eu canto.” Mas no fim, faço o que tenho vontade.
Isso afastou algumas pessoas, mas talvez as pessoas certas.
Eu me sinto livre. E isso é ótimo.
Sobre experimentação… meu “experimento” é só fazer o que quiser. Não preciso lançar um disco de rap ou algo assim pra provar isso.
Gravo meus clipes, tiro minhas próprias fotos – até as de divulgação. Coloco o tripé, corro para as pedras, e as pessoas na rua me olham tipo “que porra esse cara tá fazendo?” (risos).
É estranho, mas engraçado.
Teve um dia que tentei filmar um clipe numa canoa com a câmera presa nela – o vento tava muito forte e quase virei com tudo no oceano. Talvez não tenha sido a melhor ideia (risos).

TMDQA!: Isso é ótimo. E, pra fechar, represento um site chamado Tenho Mais Discos Que Amigos! – queria te perguntar: você também sente que tem mais discos do que amigos? E se pudesse escolher um disco para descrever você como pessoa (não só como artista), qual seria?

Mac DeMarco: Hmm… Um disco que me define? Como pessoa ou fã talvez…
Vou escolher The Perfect Flaw, do Tim Story.

TMDQA!: Excelente escolha! É isso. Mac, Muito obrigado pelo papo. Foi incrível conversar com você. Sou um grande fã e mal posso esperar pra te ver no Brasil no ano que vem!

Mac DeMarco: Valeu! Eu que agradeço. Até lá!

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