
Na última quinta-feira (10), estreou nos cinemas brasileiros o Superman dirigido por James Gunn, que já havia participado do universo da DC Comics com o elogiado reboot de Esquadrão Suicida (2021) e mais conhecido pelos filmes da franquia Guardiões da Galáxia, da Marvel Comics.
Tendo trabalhado nos dois principais estúdios voltados para as histórias de super-heróis dos quadrinhos, Gunn não decepciona e sabe como dar liga aos diferentes projetos que ele aceita adaptar da HQ para as telonas.
Como muitos já devem imaginar, o cineasta desenvolve a trama ao redor de uma versão do jornalista Clark Kent mais despojada e menos pretensiosa.
O TEXTO A SEGUIR CONTÉM SPOILERS.
Logo no início do filme, após uma breve introdução que não se preocupa em explicar as origens do personagem (a geração Z que lute), o Super-Homem interpretado pelo competente David Corenswet aparece sendo categoricamente derrotado pelo Ultraman depois de impedir a invasão da nação fictícia de Borávia, aliada dos Estados Unidos, pela também imaginada Jahanpur.
Para se reerguer enquanto se refugia na Fortaleza da Solidão, esse Superman falível e mais humano conta com a ajuda de seu carismático cãozinho Krypto, feito a partir de um modelo do cachorro do próprio James Gunn, Ozu, e dos robôs autômatos identificados apenas por números.
No controle de Ultraman, Lex Luthor, vivido por Nicholas Hoult, lidera uma sala inteira de funcionários focados em lhe auxiliar no comando do super vilão para, dessa forma, conseguir derrotar seu rival kryptoniano.
O roteiro ainda contextualiza que o conflito em que o Super-Homem se meteu, o qual, inclusive, carrega semelhanças com as guerras reais entre Rússia e Ucrânia ou Israel e Palestina, deixou a reputação do protagonista de uniforme azul e vermelho um tanto manchada, a ponto de boa parte da população de Metropolis passar a questionar suas ações.
Nesse sentido, até mesmo Lois Lane, papel de Rachel Brosnahan, tem suas dúvidas sobre as atitudes de Clark, e a cena que mostra uma entrevista entre a repórter e seu interesse amoroso representa uma das sequências mais relevantes do novo longa.
Superman de James Gunn acerta ao renovar clássico
Entre embates filosóficos, questões políticas, dilemas pessoais e muitas surras, a versão mais mundana do Superman funciona muito bem ao longo da narrativa que fica um pouco desinteressante e cansativa na metade da projeção, mas que depois abre caminho para um arco final bastante eficiente. Assim, James Gunn troca o aspecto clássico do Super-Homem pelo dinamismo do trabalho em equipe.
O tom politizado do filme, vale lembrar, é refrescante no sentido de dar nova roupagem não apenas ao herói em si, mas também aos filmes do gênero, trazendo aspectos do mundo atual para o cinema que se tornam cada vez mais relevantes e que Gunn faz uso de uma maneira que não se parece tão caricata quanto poderia.
As sequências de ação, por fim, merecem elogios, com efeitos especiais que finalmente parecem à altura da tecnologia que temos, ao contrário de muitos longas do gênero nos últimos anos. No geral, Superman consegue equilibrar bem tudo que se propõe a fazer, levantando reflexões sobre imperialismo e imigração sem tirar o foco do entretenimento que se espera desse tipo de obra cinematográfica.
O elenco do filme ainda traz Skyler Gisondo (Jimmy Olsen), Isabela Merced (Mulher-Gavião), Edi Gathegi (Senhor Incrível), Nathan Fillion (Lanterna Verde/Guy Gardner), Frank Grillo (Rick Flag), Anthony Carrigan (Metamorpho), Sara Sampaio (Eve Teschmacher), Wendell Pierce (Perry White), Pruitt Taylor Vince (Jonathan Kent), Neva Howell (Martha Kent), Bradley Cooper (Jor‑El), Angela Sarafyan (Lara Lor‑Van), Milly Alcock (Supergirl) e mais.
Confira o trailer de Superman logo abaixo!
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