
Na era do excesso de conteúdo, há algo de muito poderoso – e raro – quando uma música (re)encontra o momento certo, o canal certo e o público certo. É o caso de “Future Days”, do Pearl Jam, que acaba de ser redescoberta por uma nova leva de ouvintes ao reaparecer como peça-chave na segunda temporada de The Last of Us.
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Originalmente lançada em Lightning Bolt (2013), a faixa já havia ganhado status cult entre os fãs da banda. Mas foi no universo dos games, mais especificamente em The Last of Us Part II, que ela passou a representar algo ainda maior: o elo afetivo entre Joel e Ellie, dois personagens que enfrentam o fim do mundo com a ajuda do silêncio, da dor e da música.
Em uma das cena mais memoráveis do jogo, Joel canta a música no violão, e seu verso “If I ever were to lose you…” ecoa como uma cicatriz emocional para o resto da narrativa. Provavelmente o próximo episódio?
Com o sucesso da adaptação, era questão de tempo até esse momento ser resgatado na série. E foi. “Future Days” não apenas voltou a tocar, deu nome ao episódio de estreia da nova temporada. Uma escolha precisa, emocional e carregada de simbologia. E, como toda boa jogada, abriu caminho para algo ainda maior, a ativação musical e comercial da faixa.
Aproveitando o hype — e com muita inteligência de marca — o Pearl Jam lançou The Last of Us x Pearl Jam, um EP em vinil 12” de tiragem limitada, exclusivo para membros do Ten Club. A edição especial inclui versões ao vivo e de estúdio de “Future Days”, além de faixas como “All or None” (Riot Act) e uma releitura de “Present Tense” (No Code), criando uma espécie de trilha sonora alternativa para os sentimentos que cercam o universo da série e do jogo.
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Disponível para pré-venda no site oficial da banda, o vinil já é peça de desejo (imediato) entre colecionadores e fãs tanto da música quanto do game. Não é só um produto físico, é um objeto de memória.
A relação de Eddie Vedder e The Last of Us
A relação entre Eddie Vedder e The Last of Us não começou agora. Em 2020, o vocalista emocionou o mundo gamer ao cantar “Future Days” para o The Game Awards, evento que celebra os melhores jogos do ano (vídeo acima). Foi uma performance simples, mas simbólica. Vedder, um violão e uma câmera. Como se estivesse interpretando Joel. Como se estivesse cantando para Ellie.
Esse momento marcou a fusão entre cultura gamer e cultura pop tradicional. A banda entendeu que poderia fazer parte dessa história. E faz.
O caso de “Future Days” é mais um exemplo de como essa junção, quando bem feita, pode transcender uma “divulgação” tradicional. Em vez de um “jingle forçado” ou uma collab oportunista, temos aqui o uso sincero e emocional de uma música já existente que ganha uma nova camada de sentido. A banda não precisou compor nada novo. Mas compôs, sim, um novo ciclo de significados.
Em tempos de “streamings rápidos”, de sons virais que evaporam em 15 segundos e em dancinhas, é bonito ver uma faixa de mais de uma década se tornar símbolo de uma geração. Não por nostalgia, mas por relevância emocional.
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Coluna dedicada a explorar como o marketing pode transformar bandas em marcas icônicas e vice-e-versa. Com mais insights sobre música, estratégias criativas e cases de sucesso, a coluna pretende desvendar o universo em que música e negócios se encontram.
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