Artista australiano Ziggy Alberts, em foto retirada de suas redes sociais
Reprodução: redes sociais

Desde que surgiu como um jovem surfista australiano com um violão nas mãos e uma paixão intensa pela escrita, Ziggy Alberts conquistou o mundo com sua autenticidade e sua sonoridade envolvente, marcada pela fusão de indie, folk e pop. Aos 30 anos, o cantor e compositor acumula feitos impressionantes: 16 certificações de platina pela ARIA, mais de um bilhão de streams nas plataformas digitais e uma base de fãs leal espalhada por diversos continentes.

Após estrear no Brasil em 2023 com uma apresentação no Floripa Eco Festival e uma colaboração bilíngue com Vitor Kley, Ziggy retorna ao país como parte da New Love World Tour, que divulga seu sétimo álbum de estúdio, New Love – um trabalho mais maduro e experimental, mas que mantém sua essência acústica e poética. O show está marcado para o dia 28 de junho, no Cine Joia, em São Paulo, e promete ser mais um momento memorável nessa trajetória que conecta música, natureza e sentimento.

Nesta entrevista, o TMDQA! conversa com Ziggy sobre o novo álbum, a relação com os fãs brasileiros, inspirações criativas e o que esperar desse reencontro com o Brasil. Chega mais!

Continua após o vídeo

TMDQA! Entrevista Ziggy Alberts

TMDQA!: Opa, Ziggy! A New Love Tour já passou por vários países e agora está chegando ao Brasil. O que significa para você voltar a um lugar tão especial, especialmente após sua apresentação de sucesso no Floripa Eco Festival em 2023?

Ziggy Alberts: Estamos chegando! Acho que um grande objetivo dessa turnê tem sido tocar o máximo possível de países diferentes, então, é legal. Nos últimos anos fomos para o México, África do Sul, Japão, todos os países da Europa, América do Norte, Indonésia… Tocamos em vários lugares.
Acho que esse é o objetivo da turnê, é especial garantir que tenhamos um show no Brasil, sempre estamos tentando fazer um show no Brasil.
Tornar isso possível é muito emocionante para mim e espero que para os fãs do país também.

TMDQA!: Então, o que podemos esperar desse reencontro? Tem algo de especial que você preparou para o público brasileiro durante essa turnê?

Ziggy Alberts: Ah, eu acho que, obviamente, haverá uma música que eu fiz com o Vitor Kley chamada “REWIND DOIS”. Isso é algo muito específico para as pessoas que falam português, particularmente e obviamente no Brasil, porque o Vitor é um artista incrível daí do país.
Mas eu sempre tento preparar uma noite para que as pessoas possam cantar e dançar, serem felizes. Essa é a minha preparação! Minha suspeita é que as pessoas no Brasil realmente gostam de dançar, então vou tentar garantir que o meu set seja o mais dançante possível. [risos]

TMDQA!: Então, sua música acabou evoluindo ao longo de sua carreira. New Love tem um som mais maduro e experimental, mas ainda mantém a essência acústica que te tornou popular. O que inspirou essa mudança e como você descreveria essa nova sonoridade?

Ziggy Alberts: É, eu acho que descreveria isso talvez como tendo algumas influências mais country, mas a coisa louca é que sempre estamos tentando evoluir. Às vezes as pessoas, quem escuta música, elas gostam que você tenha suas faixas acústicas. Eu acho que com nossos artistas favoritos, se realmente gostamos das músicas deles, muitas vezes gostamos das músicas que eram como no começo – eu também!
Então, eu sempre estou tentando evoluir minha composição, para não fazer uma cópia de algo. Mas, às vezes, talvez seja só para fazer as canções exatamente como no começo, porque é assim que as pessoas te amaram também.
É uma pergunta que está sempre na nossa mente quando estamos fazendo música, estamos sempre tentando descobrir: vou continuar evoluindo ou vou ficar na zona de conforto, tocando o que as pessoas já amam? E com New Love, eu acho que foi de propósito.
Foi um pouco mais minimalista do que o passado – de propósito – e isso é um grande desafio também. Acho que quanto mais eu sigo na minha carreira, mais vão tentar soar como o começo. Um ciclo completo.

TMDQA!: Você poderia nos contar sobre os maiores desafios ou lições que teve ao criar este álbum?

Ziggy Alberts: Este álbum foi o mais divertido de fazer, foi como um fluxo perfeito. A gente só começou dizendo que queria fazer algo mágico.
O objetivo era criar algo mágico e realmente respeitamos isso, nunca forçamos nada.
Eu diria que a grande lição foi que estabelecemos uma boa intenção para o álbum e sempre respeitamos que as músicas deveriam ser exatamente como vieram ao mundo. Respeitamos o viés que as músicas deveriam ser algo mágico para as pessoas. Não se trata de ser perfeito ou da melhor produção, a gente só focou em onde está a magia e se houve algum momento em que algo aconteceu ao nosso redor ou no estúdio que foi especial, e usamos isso. Tentamos focar só no fato de ser mágico e acho que conseguimos.
Acho que tivemos sucesso nisso, mantivemos essas coisas especiais acontecendo!

TMDQA!: Como um artista que passou por várias fases de crescimento e sucesso, você acredita que a música é uma forma de cura?

Ziggy Alberts: Com certeza! Eu acho que o que é incrível na música é que ela pode ser tipo um mantra, sabe? Vamos supor que eu vá cantar no palco e cantar as mesmas músicas todo dia. Então, acho que precisamos ser realmente conscientes, desde pequeno eu sempre pensei que tinha que ser consciente, tipo, o que você vai cantar todos os dias? Ou sobre o que você vai cantar? O que você vai cantar em 100 dias do ano? Se eu fizer 100 shows no ano? Qual é o meu mantra? Todo dia.
E então, é uma… é uma oportunidade ou talvez um desafio, porque às vezes, se o nosso mantra não for bom para nós mesmos, isso nos afeta negativamente. E se você pensa “eu posso fazer isso” ou “nós podemos fazer isso” e as coisas podem ser boas, aí você se sente elevado.
Então, eu acho que a música pode ser uma grande forma de cura. E não estou dizendo que toda música precisa ser positiva, talvez você esteja se curando porque fez uma música sobre algo que foi difícil, mas o que é ótimo quando você faz uma música sobre algo que foi uma parte difícil da sua vida, é transformar isso em algo.
Quando você transforma algo em uma música, você pode criar algo bom até mesmo de algo que foi difícil. Então eu acho que a música, com certeza, para mim tem sido um processo de cura muito bom.

TMDQA!: Com certeza! Algum exemplo de como a música já te transformou/curou?

Ziggy Alberts: Sim, eu acho que com New Love, a música foi um ponto de virada para mim, porque foi a primeira vez que eu escrevi exatamente sobre o que estava acontecendo na minha vida. Fazia muito tempo que eu não fazia isso.
Às vezes, você escreve para si mesmo, mas nem sempre tem exemplos ao seu redor – às vezes só resta a esperança, né? Você não tem as respostas claras, mas precisa acreditar que o que você deseja existe, ou que a sua felicidade está por aí em algum lugar.
A esperança é algo grande, e com New Love, eu estava em um hotel e escrevi exatamente como estava me sentindo. Eu acho que isso foi bem curativo. Não se tratava de exagerar ou diminuir a situação, mas de expressar algo como: “Parece que passei a vida toda correndo e agora parei, e tudo está passando por mim.” A letra dessa música é exatamente onde eu estava naquele momento, e acho que isso tem a ver com uma ideia de meditação. Às vezes, as coisas melhoram quando você para, observa a situação e percebe como ela realmente é. Isso é algo que se conecta com a meditação budista, e para mim isso é muito verdadeiro.
Simplesmente parar, olhar para onde você está e não julgar a situação é tudo o que você precisa para iniciar um processo de cura. Esse é um grande passo para frente, eu espero poder fazer isso mais vezes na minha vida. É um grande sonho para mim, porque se eu pudesse fazer isso constantemente, eu seria a pessoa mais tranquila do mundo! [risos]
Todos nós passamos por isso, né? Às vezes, estamos tão ansiosos, tentando mudar tudo, mas, no fundo, é só parar, perceber o que está acontecendo e entender a situação de outra forma.

TMDQA!: Quais são os seus próximos passos? O que podemos esperar de você no futuro?

Ziggy Alberts: Então, essa é minha terceira turnê mundial, o que tem sido uma loucura desde os últimos anos na verdade, já um pouco antes. Eu acho que, depois dos meus shows no Brasil, vou fazer alguns shows na Europa mais para o final do ano.
Mas acho que será o momento de fazer uma pausa. Estou sempre preparando novas músicas, então não tenho certeza exatamente qual será o próximo passo.
Meu objetivo é continuar tentando ser saudável, feliz, forte, em paz, e seguir fazendo shows e deixando as pessoas felizes. Espero que seja isso o que continuaremos fazendo no futuro. [risos]

TMDQA!: Uma pergunta tradicional pra finalizar: considerando o significado do nome do nosso site, você diria que tem mais discos do que amigos? E qual disco você diria que define a sua pessoa?

Ziggy Alberts: Esse é um nome incrível! Eu tenho muitos amigos maravilhosos, então não tenho tantos discos quanto tenho amigos de tanto fazer turnê pelo mundo, mas ainda assim gosto do nome. [risos]
Cara, agora um álbum que me define? Tem um disco que as pessoas sempre me questionam quando deixo tocando no meu carro, que é o Every Kingdom do Ben Howard, um disco de 2011. Todo mundo sempre me zoa pelo tanto que ouço esse álbum, mas com certeza ele é o mais inspirador e influente que já ouvi.

TMDQA!: Ziggy, obrigado pelo tempo. Nos vemos em breve!

Ziggy Alberts: Muito obrigado, até logo!

OUÇA AGORA MESMO A PLAYLIST TMDQA! RADAR

Quer ouvir artistas e bandas que estão começando a despontar com trabalhos ótimos mas ainda têm pouca visibilidade? Siga a Playlist TMDQA! Radar para conhecer seus novos músicos favoritos em um só lugar e aproveite para seguir o TMDQA! no Spotify!