Ellie Goulding busca
Reprodução/Twitter

Ellie Goulding está pronta para agitar as pistas de dança com seu tão esperado novo disco Higher Than Heaven.

Depois de disponibilizar muitos singles que atiçaram seus fãs, a cantora britânica liberou no dia 7 de Abril seu quinto álbum de estúdio, que chega em sua versão Deluxe com 16 músicas, incluindo parcerias com Big Sean, Alok e Sigala.

O TMDQA! participou de uma coletiva de imprensa em que Ellie afirmou que, ao voltar para o estúdio após o isolamento causado pela pandemia da COVID-19, só queria fazer o que ama: “escrever músicas pop divertidas”.

TMDQA! conversou com Ellie Goulding

Mesmo estando grávida e podendo cantar sobre estar gerando uma nova vida, a cantora aponta que foi “na direção completamente oposta”.

Goulding explicou que, por não ter conseguido trabalhar na divulgação do seu disco anterior, Brightest Blue, que foi lançado em Julho de 2020 e é considerado por ela como um de seus projetos mais pessoais, ela decidiu explorar canções mais leves e divertidas:

Eu não sei quem ouviu Brightest Blue, e isso é parte do problema. Eu não sei o que ele alcançou, quem ele alcançou, eu não pude entrar em turnê, eu não pude fazer nenhum show com o álbum, e foi o álbum pelo qual eu provavelmente estava mais animada, só porque eu estava tipo, ‘Esse é o meu álbum mais honesto’, e eu estava tão animada para, na época, levá-lo para fora e botar essa vida nele…

Eu sinto que, quanto mais emotivas as coisas são, para mim, mais eu tinha todo um visual pensado. Eu imaginei os vídeos, eu imaginei a turnê, eu imaginei as luzes, a logística do palco, os músicos, o coral, e claro, nada disso aconteceu. Então, quando eu entrei no estúdio para começar a fazer música para o próximo álbum, eu fiquei meio decepcionada com isso.

Então eu acho que, quando eu me juntei com outros produtores, saindo do lockdown, ninguém queria fazer música profundamente pessoal. Estávamos todos prontos para fazer música que não era autobiográfica e sim querendo criar esse mundo que era só cheio de amor e paixão e desejo de outro mundo. Eu percebi que outros artistas haviam feito o mesmo, então eu não acho que seja uma coincidência que todos nós tenhamos ido para a rota do escapismo.

Ellie Goulding e o Pop em sua nova era

Ellie ainda declarou que o processo de criação do disco foi ótimo “pois era só um bando de pessoas realmente querendo fazer música pop, e músicas que fariam as pessoas se sentirem melhor”. Ela ainda acrescentou sobre o álbum:

Ele não foi pensado de fato para ser tipo, super intelectualizado, para as pessoas analisarem. Você pode analisá-lo como uma gravação pop, analisar os aspectos técnicos dele, porque existe uma fórmula, e definitivamente coisas que fazem uma boa canção pop, mas é só isso. Não há motivo para tentar olhá-lo pela visão de aspectos da minha vida pessoal, porque não há nenhum.

Na conversa, a cantora aproveitou para mostrar algumas faixas que ainda não tinham sido disponibilizadas e comentou alguns detalhes sobre seus processos de criação.

Uma das músicas escolhidas foi “By The End Of The Night”, que mostra em sua sonoridade uma forte inspiração dos anos 80 ao mesmo tempo que contém elementos do pop atual e do synth-pop. Sobre a faixa, Goulding declarou:

Algumas pessoas estavam falando anos 80. Eu acho que é muito disso. Tinha uma fase anos 80 com power ballads, que você nem sabia sobre o que era a música, mas fazia você dançar e se mover e se sentir muito bem. Estou tentando pensar… de repente todas as power ballads saíram da minha cabeça. ‘It must have been love, but it’s over now’. OK, sabemos sobre o que essa é. Mas é tipo, muitas das letras eram tristes mas não pareciam tristes. É como se fosse de uma era de power ballads, mas acelerada, para podermos dançar enquanto a ouvimos, ao invés de apenas ouvi-la no carro, não sei. Mas sim, definitivamente tem uma vibe dos anos 80, de flashdance.

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Ao ser questionada se estava ouvindo músicas dos anos 80 enquanto produzia Higher Than Heaven, Ellie admitiu que sim:

Eu definitivamente tenho influências oitentistas, e eu acho que muita musica que eu escuto também é influenciada pelos anos 80, mas eu definitivamente passei por uma fase de amar power ballads. Eu acho que havia tantas músicas disponíveis para cantar e aprender quando você era jovem, que eram grandes baladas.

A artista também aproveitou para citar alguns artistas que a inspiraram durante a criação do seu novo disco e, mais uma vez, deixou claro que o pop foi uma prioridade:

Eu acho que esse álbum foi uma combinação, mesmo. Eu ouço muita música eletrônica, música clássica, uma ou a outra, mas eu amo canções, em qualquer forma que elas acabem tendo. Qualquer gênero, eu realmente sou apenas uma fã de canções que te atingem. Soa simples, mas eu sempre fiz canções que eu sinto que alcançam as pessoas num plano emocional diferente, e eu acredito que é por isso que sou bem-sucedida no que eu faço: porque eu gosto de fazer canções com as quais as pessoas possam se identificar, mas que também as levam para outro mundo, se isso for possível.

Mas eu me lembro, eu ouvia muito The Weeknd, estava curtindo muita música disco na época. Eu escutei Dua Lipa na época, eu fui influenciada por isso, ela teve esse fantástico momento pop, e foi tão bom de dançar, realmente uma música pop respeitável. E eu trabalho muito com os caras do Max Martin, e eles consistentemente fazem danças, músicas incríveis, mas eu estou sempre cercada de incríveis produtores e compositores, e nós todos trazemos pequenos pedaços de coisas que estamos ouvindo e ideias. Então, minha música sempre é uma combinação de tudo que eu já ouvi, e isso vai desde minha fase grunge, Pearl Jam, até Destiny’s Child, sabe? Eu fiz uma cover de ‘Midas Touch’, que era uma música dos anos 80.

Ellie Goulding também falou um pouco sobre a dançante “Cure For Love”, que foi escrita durante a pandemia e reflete sobre amor-próprio e empoderamento:

Eu adoro a ideia de fazer as pessoas se sentirem bem em relação a não precisarem de ninguém. Eu acho que, quando você encontrar a pessoa certa, é uma coisa linda, alguém com quem você seja compatível, alguém que te apoie, alguém de quem você não dependa emocionalmente mas que apoie tudo que seja você. Eu acredito nisso, mas também, eu tenho sido uma dessas pessoas que se apaixonaram por pessoas pelas razões erradas, achando que elas iam me completar e isso era errado. Então, eu sou a favor de qualquer canção que seja tipo, ‘Eu não preciso de ninguém na verdade, eu só gosto de ser independente, e eu consigo me virar sozinha’.

Eu acho que nós somos manipuladas para pensar que temos que estar em uma relação profunda com alguém, mas você pode ter isso com você mesma. Eu aprendi isso recentemente, meio tarde, mas é bom cantar canções assim porque eu realmente acredito nelas. E talvez também seja um pouco de linguagem da pandemia, porque eu escrevi quando ainda estávamos impedidos de fazer coisas normais.

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Outra música comentada por Ellie foi a ótima “Better Man” que, por ser um pouco mais “sombria”, como a própria artista descreveu, acabou se distanciando um pouco das outras faixas do disco.

Porém, a cantora destacou que tinha experimentado abrir um show com essa faixa e afirmou que funcionou muito bem. Sobre a música, Ellie declarou:

‘Better Man’, na verdade, eu quase não coloquei no álbum, porque é a minha música mais pessoal no álbum. Essa música é de quando eu pensava que… museus eram muito dominados por machos. O que meio que é. E eu só queria expressar que eu era melhor do que isso. Eu não sei, é meio irônica, mas também uma preocupação real.

Ela definitivamente está indo numa direção mais sombria, que eu sempre tive potencial de fazer, e eu talvez ainda vá lá, estarei fazendo umas músicas clássicas em breve, então, eu acho que definitivamente estarei mais nesse mundo, mas veremos. Por agora, é só pop.

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Ellie Goulding ainda reforçou o papel da música em sua vida e apontou que, por mais que ela não quisesse ter ansiedade, isso a ajuda a ser quem é e explicou como faz para lidar com esse sentimento:

Música, obviamente, me salvou várias vezes durante minha vida. Música me ajudou a superar muita coisa e tantos dias, andando pelo parque, no interior, sozinha, ouvindo música clássica. E sim, eu não seria a pessoa que sou sem a música que tive na minha infância e na minha adolescência para me ajudar a atravessar o que não foi uma infância fácil, o que não foi uma adolescência fácil. 

Eu falo muito sobre ter ansiedade e desesperadamente desejava que eu não tivesse, porque tem sido muito debilitante, mas faz com que eu seja quem eu sou. E eu tento pensar nela de um jeito tipo, sou só eu, é minha personalidade, e não é sobre poder trazer coisas boas à nota às vezes. Eu tento ver como algo que eu tenho que trabalhar e não como um inimigo, parte de mim. Mas é, eu sou muito aberta sobre isso, porque tem sido muito desafiador.

Você pode ouvir o novo disco de Ellie Goulding, Higher Than Heaven, no player abaixo.

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