Mamonas Assassinas e Cardi B

Conhecido por seu trabalho com os Mamonas Assassinas, uma das bandas mais irreverentes do país com um catálogo recheado de profanidades e referências sexuais, o produtor Rick Bonadio usou o Twitter para fazer críticas às profanidades e referências sexuais do Funk carioca.

A “inspiração” para a postagem do cara foi a apresentação de Cardi B durante o Grammy 2021. Ao lado de Megan Thee Stallion, a rapper fez uma performance do mega sucesso “WAP” em um medley com “Up” que contou com um pequeno trecho do remix do brasileiro Pedro Sampaio para a canção; foram poucos segundos, mas o suficiente para gerar aclamação pelos fãs e críticas dos que não conseguem curtir esse lado da nossa cultura.

Rick faz parte do segundo grupo e escreveu na sua plataforma:

Já exportamos Bossa Nova, já exportamos Samba Rock, Jobim, Ben Jor. Até Roberto Carlos. Mas o barulho que fazem por causa de 15 segundos de Funk na Apresentação da Cardie B [sic] me deixa com vergonha. Precisamos exportar música boa e não esse ‘fica de quatro!’

Como era de se esperar, a publicação gerou bastante polêmica e chegou até a ser apontada como racista por diminuir a manifestação cultural da periferia. Naturalmente, muitos relembraram as letras dos Mamonas — como a de “Vira-Vira” — para invalidar a fala de Rick.

Explicação de Rick Bonadio

O produtor deletou o Tweet original e, eventualmente, fez outras postagens para explicar o que queria dizer. Basicamente, a ideia era indicar que o Funk “precisa evoluir”:

Não tenho nenhuma intenção de criar polêmica muito menos desmerecer o trabalho de ninguém. Espero que evoluam e entendam as críticas. Só aplauso pode ser alienação.

Eu sinto a necessidade de criticar algumas situações porque vejo uma alienação generalizada. O Funk precisa evoluir. Os funkeiros precisam ousar evoluir musicalmente para crescer. Não se pode fazer o mesmo sempre porque isso dá certo. Meu post anterior não teve a intenção destrutiva.

Não da pra aceitar que sempre a mesma batida com letras de putaria seja algo necessário ou a ‘cultura do país’. De qualquer forma eu respeito todos do Funk por suas batalhas e vitórias. Desculpem se ofendi, nunca é minha intenção.

O que eu espero é que ao fazer sucesso o Funkeiro busque melhorar, estudar música, letra e crescer musicalmente para então tornar o gênero crossover definitivamente mas com qualidade.

Questionado então por qual motivo tinha ficado com “vergonha” da performance de Cardi B, Bonadio deixou bem claro que não se tratava “da música nem da apresentação”, mas sim da “comemoração alienada, como se fosse a melhor coisa do mundo” dos fãs brasileiros nas redes sociais.

Você pode ver um print do post original abaixo, bem como as outras publicações em questão.

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