Jair Bloch
Foto: Divulgação

A influência de Elvis Presley para a história da música moderna é inegável. Não à toa, considerado por muitos o “Rei do Rock”, Elvis foi o responsável por de dezenas de hits e pela popularização de um estilo próprio da juventude de então.

Um de seus maiores sucessos é a canção “Suspicious Minds“. Composta por Mark James em 1968, a música só conseguiu um bom alcance a partir de 1969, graças à singular interpretação de Presley. Foi o último hit #1 do cantor antes de sua morte, em 1977.

Em comemoração aos 50 anos deste incrível hit, o cantor e compositor Jair Bloch resolveu prestar uma singela homenagem. Junto a nomes consagrados do rock nacional como Marcão (Charlie Brown Jr.), o músico fez uma interessante releitura da música, com pegada voltada ao hardcore.

A versão é apenas a primeira de três releituras que serão lançadas dentro dos próximos meses. O clipe para a a versão de “Suspicious Minds” você confere no player abaixo, com exclusividade do TMDQA!. Aproveite para comparar com a versão original, na pegada rockability, de Presley.

 

Elvis 2020

Homenagear com apenas uma música o trabalho de Elvis seria pouco para Jair. Enquanto começava a correr atrás da autorização para esta canção, ele já estava pensando além. Aliás, porque não fazer um EP de releituras do Rei do Rock?

Para completar o repertório, ele selecionou as faixas “It’s Now or Never” e “Love Me Tender“. Sobre as músicas escolhidas, Jair comenta:

Me dei conta de outra canção, talvez tão importante quanto para a carreira dele, que é ‘It’s Now or Never’. Ela completa 60 anos em 2020, o que é mais uma celebração muito legal e tem algo de muito representativo. Foi o single do Elvis que mais vendeu na carreira dele. A outra que eu queria era ‘Love Me Tender’, que é simplesmente a única música da qual o Elvis é co-autor. Elvis não era compositor. Era apenas intérprete. Então essa música se mostra muito importante.

 

A corrida pelas autorizações

Aqueles que estão mais por dentro do mundo da música sabem o quanto o lançamento de uma simples cover pode causar dor de cabeça nos bem-intencionados intérpretes. Isso porque o compositor da música pretendida deve autorizar formalmente o novo intérprete a fazê-lo. Muitas vezes, os direitos ficam por conta de editoras, que administram questões de direitos autorais.

O caso de Jair Bloch, no entanto, foi mais complexo do que a maioria. Aliás, ele queria gravar músicas que ficaram famosas na voz de um artista já morto que não é de seu país de origem. “Love Me Tender”, a única cuja composição se atribui a Elvis, precisou da autorização de seus herdeiros.

No caso de ‘Love Me Tender’, a editora pediu para que eu gravasse uma versão para enviar para a família do Elvis, para os herdeiros autorizarem ou não. Aí já começa um processo custoso financeiramente, porque você precisa entrar em estúdio e gravar sem saber se você vai poder usar essa gravação depois. Mas não teve outro jeito. Aproveitei a ocasião também para pensar melhor no disco. Daí surgiu a ideia de chamar o Japinha, do CPM22, para produzir o disco e gravar as bateras. A pré-produção começou como um power trio formado por mim, no baixo e na voz, Japinha, na bateria, e meu camarada Valter Gomes na guitarra. Enquanto isso, eu corria atrás das autorizações.

 

“O Sole Mio”

Já em relação às outras duas faixas, o processo foi mais complicado. Mark James, hoje com 79 anos, foi contatado por Jair para conceder a autorização de “Suspicious Minds”. Já com “It’s Now or Never” foi ainda mais difícil, já que a música é uma versão de uma canção originalmente italiana.

Sobre o esse grande “rolê”, Bloch explicou:

Na ‘It’s Now or Never’, eu me deparei com uma dificuldade. A música original é uma música italiana do século XXI chamada ‘O Sole Mio’, que, por incrível que pareça, não é de domínio público. Logo, precisei expandir as buscas por autorizações a um outro continente. Passaram-se meses e as autorizações não chegavam, então eu percebi que o único jeito de acelerar esse processo seria correr atrás delas pessoalmente. Foi o que eu fiz. Isso envolveu algumas viagens até obter as respostas. Recebi uma resposta positiva do Mark James, o autor original de ‘Suspicious Minds’. Ele curtiu a versão, o que me surpreendeu, já que a estética mais punk rock/hardcore que usamos sequer existia na época em que ele compôs a música.

 

Final feliz

Após muito suor e dedicação, em um processo que demorou mais de dois anos, Jair consegui todas as aprovações necessárias para colocar seu trabalho na rua. Ele se tornou o primeiro brasileiro a conseguir autorização musical da família Presley.

Depois veio o ok da família da Elvis para a ‘Love Me Tender’, o que foi uma das maiores alegrias que eu já tive na carreira. Enquanto isso, montávamos o resto do disco, com o objetivo de mesclar artistas consagrados do rock nacional com artistas potencialmente donos do futuro do rock nacional. Eu chamei, além do Japinha e do Valter, o Marcão, do Charlie Brown Jr., para fazer a guitarra solo. Dos ‘sangues novos’, chamei o Yohan Kisser (filho do Andras Kisser) e o Bento Melo (filho do Branco Mello, do Titãs).

E aí? Gostou da versão? Deixe sua opinião nos comentários, enquanto estamos atentos pelo o que está por vir!

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