Best Coast

Texto e entrevista: Nathália Pandeló Corrêa

O Best Coast conquistou o mundo com sua fofura, com direito gatinhos e ursos nas capas dos discos que vem lançando a partir de 2010. Desde então, a banda formada por Bethany Cosentino, Bobb Bruno e Ali Koehler vem mostrando que é bem mais do que isso. Seu segundo álbum, “The Only Place“, trouxe a banda ao festival Planeta Terra e deixou um gostinho de quero mais nas suas letras sobre dias de sol, amores e desamores.

Mas a espera acabou. Mês passado, o Best Coast lança seu terceiro disco, California Nights. Conversamos com Bethany, responsável pelos vocais da banda, para falar sobre o novo trabalho, amadurecimento e até sobre aquele gatinho que vive aparecendo nos clipes.

TMDQA: O “California Nights” saiu agora por uma gravadora grande, o que é uma novidade para vocês. Alguns artistas estão indo na exata direção oposta, voltando para lançamentos mais independentes – mas essa é apenas uma das opções que estão sendo usadas hoje para que as bandas encontrem seu caminho nesse negócio. O que fez com que vocês dessem esse passo agora?

Bethany Cosentino: Nós temos um histórico de fazer nossos lançamentos de forma independente, então estávamos um pouco hesitantes em seguir nessa direção, de fechar com uma gravadora grande [Harvest Records, selo da Capitol]. Mas quando conhecemos a equipe, não sentimos nada disso que dizem sobre as corporações grandes. Tudo o que eu sabia sobre gravadoras era o que via em documentários sobre música e o que ouvia de outras bandas, mas você não pode basear sua experiência no que outras pessoas passaram. E, no fim das contas, a experiência de cada pessoa é única. Nós nos reunimos com alguns selos grandes, mas em nenhum sentimos o que rolou na Capitol, de que eles não estavam ali só para vender e lucrar. É isso que importa, e sentimos que foi uma boa jogada para nós, que estamos no lugar certo.

TMDQA: Com “Crazy for You” e “The only place”, vocês soavam… ensolarados. Agora parece que o título do novo disco aponta em uma direção um pouco diferente, e até considerando o seu primeiro single [a faixa título, que já ganhou clipe]. Talvez um pouco mais ousado, mais experimental. Isso é algo que vocês buscaram ou simplesmente não dá pra planejar algo assim?

Bethany Cosentino: Isso acontece um pouco com bandas que já vêm fazendo algo por um tempo. Nosso primeiro disco meio que foi uma reação à repercussão das músicas que lançamos na internet. Algo do tipo “acho que agora temos que lançar um álbum, né?”. Tudo aconteceu muito rápido. Já The Only Place veio logo depois de dois anos de uma longa turnê, então foi um processo bem cansativo. Já com esse disco, não sentimos nenhuma pressão. Só seguimos nossos instintos e fizemos o que parecia natural e orgânico. Para gente, o disco foi feito de forma a não ser pensado ao extremo, e não nos preocupando com o que as pessoas iam pensar. Era muito mais sobre fazer as coisas no momento, focar em fazer o disco e só depois pensar no que fazer com ele.

TMDQA: Agora, tenho que perguntar: qual é a do gato?

Bethany Cosentino: Ah, é um gato muito famoso! Quando fizemos Crazy For You, estávamos em turnê na Europa, e o selo falou que tínhamos de decidir o que fazer quanto à capa do disco. Eu disse que queria que fosse tipo um cartão postal e que o meu gato estivesse na capa. Ele acabou se tornando uma espécie de mascote para nós (risos). Nesse novo disco, acabamos nos distanciando um pouco disso, mas sempre posto fotos dele nas minhas redes sociais, já que moro sozinha com ele. E o gato tem até fãs. Não sei porque as pessoas são tão obcecadas por ele (risos).

TMDQA: Claro que vocês já ouviram isso antes – de que vocês parecem ter vindo de algumas décadas atrás, um pouco anos 60. Você é meio nostálgica quando o assunto é música… como se naquela época fosse melhor? Tem algo novo que você tem gostado de ouvir?

Bethany Cosentino: Eu gosto muito de músicas antigas, até as que foram criadas bem antes de eu nascer. Mas acho que basicamente eu gosto do que gosto. Eu passo a gostar de uma música quando ouço algo que soa legal e com o que possa me identificar. Aí então ouço mais e começo a pesquisar, explorar. Uma das coisas que eu mais estou gostando de ouvir agora, por exemplo, é “I really like you”, da Carly Rae Jepsen. A faixa foi produzida pelo Peter Svensson, que é um ótimo produtor e muito talentoso. Adoro vê-lo fazendo coisas maiores e canções pop.

TMDQA: Recentemente, o Bill Murray estava em um show de vocês no SXSW. Não faz muito tempo que vocês começaram o Best Coast, então ainda é surreal quando algo assim acontece? Isso me fez pensar em quais ídolos seus vocês gostariam de ver na plateia de um de seus shows.

Bethany Cosentino: A coisa toda foi muito surreal. Algumas pessoas me avisaram que ele estava lá, e realmente é muito surreal saber que alguém como o Bill Murray está ali para assistir a minha banda. Mas ao mesmo tempo, ainda tenho essa sensação todos os dias, porque consigo fazer todas essas coisas como o meu trabalho, minha profissão. Me sinto muito abençoada por isso e com certeza não ia querer estar fazendo outra coisa. Agora, se a Stevie Nicks fosse a um dos nossos shows, eu com certeza ia pirar (risos). Ela sempre foi uma espécie de heroína pra mim, então isso sim seria super surreal.

TMDQA: Vi que vocês anunciaram algumas datas da turnê, mas nada de Brasil ainda. Alguma chance de vocês voltarem nesse ano?
Bethany Cosentino: Queremos muito voltar ao Brasil e à América do Sul. Quando estivemos aí foi muito legal, mas não tivemos a oportunidade de fazer uma turnê sul-americana propriamente dita pois tocamos em um festival. Vamos ter um ano longo à nossa frente agora, mas talvez no ano que vem a gente consiga voltar aí. Quero que vocês saibam que o Brasil está definitivamente no nosso radar, e com certeza vamos retornar. Recebo muitos tweets de brasileiros e não estamos ignorando vocês (risos). Só precisamos mesmo encontrar um espaço na nossa agenda que agora está bem lotada, mas vai acontecer.

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