Rodrigo Alarcon aponta ao TMDQA! que seu novo disco "não coloca limite no que é MPB"
Foto: Rodrigo Januário

Veja o resumo da notícia!

  • Rodrigo Alarcon lança 'Guizo de Cascavel', disco que explora a riqueza da música brasileira, refletindo vivências e viagens do artista.
  • O álbum, inspirado em obras de Lenine, Caetano Veloso e Gilberto Gil, busca atualizar elementos da cultura brasileira, sem resgatá-los.
  • 'Guizo de Cascavel' é considerado o disco mais maduro de Rodrigo Alarcon, resultado de experiências e da bagagem adquirida ao longo do tempo.
  • O projeto conta com participações especiais e apresenta sonoridades diversas, do maracatu à viola caipira, celebrando a liberdade criativa.
  • O disco abre e fecha com diferentes versões de 'Saudade dela', explorando a mudança de perspectiva sobre um mesmo sentimento com o tempo.

A Música Popular Brasileira permite que seus artistas explorem diferentes caminhos, e foi em meio a essa possibilidade que Rodrigo Alarcon disponibilizou seu novo disco, Guizo de Cascavel.

A obra, lançada em parceria com a Taquetá Records e produzida por Niela Moura, mostra o cantor e compositor como um “profeta navegante”, que apresenta ao ouvinte a riqueza e diversidade da música brasileira.

O resultado do disco, que entrelaça tradições e experimentações, é um reflexo das viagens, shows e vivências de Rodrigo em diferentes cidades do Brasil. Em conversa com o TMDQA!, o músico dono do hit “Apesar de Querer” explicou que não fez um resgate dos elementos que marcam a cultura do país, e sim uma atualização deles:

“O Brasil é um país de uma cultura riquíssima, forjada por muitas mãos em diferentes vertentes artísticas. Fazer música popular brasileira em 2025, sem levar em consideração todo o legado deixado por quem veio antes, é impossível (e um tanto quanto pretensioso)!

‘Guizo de Cascavel’ é um disco composto nas estradas do Brasil, com um olhar pro nosso tempo, reverenciando em som e poesia nossa cultura a partir do ponto de vista de alguém que vive em um grande centro urbano, como São Paulo, e não por isso se desliga do país onde vive. Não sei se ‘resgate’ é uma boa palavra, porque esses elementos nunca foram embora! Talvez seja melhor falar de atualização, de trazer pro nosso tempo e contexto elementos que afirmam características desse Brasil que deve sempre ser enaltecido.”

Além de ter sido inspirado pelos cenários que encontrou ao longo dos anos de estrada, a construção deste álbum também foi influenciada por obras marcantes como Na pressão (1999), de Lenine; Alto da Maravilha (2022), de Russo Passapusso, Antônio Carlos e Jocafi; Livro (1997), de Caetano Veloso; As canções de eu, tu, eles (2000), de Gilberto Gil e Novo Aeon (1975), de Raul Seixas.

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Rodrigo Alarcon enaltece a diversidade da música brasileira em Guizo de Cascavel

Rodrigo afirmou que considera Guizo de Cascavel, sucessor de Rivo III e a Fé (2022), seu disco mais maduro até agora. Ele ainda apontou que o material surgiu de uma busca para tentar entender quem ele é “nesse caldeirão de possibilidades que as letras ‘MPB’ carregaram”. Ao comentar sobre as principais diferenças entre a nova obra e seus trabalhos anteriores, ele disse:

“Os anteriores foram experiências diferentes. Em ‘Rivo III e a Fé’, por exemplo, o contexto de pandemia ficou bem impresso no disco, tanto em letras quanto na produção; foi um disco que me ajudou a sobreviver e me firmar enquanto artista.

‘Guizo de Cascavel’ já tem outras características na sua concepção. Ele é resultado de tudo que fiz somado à maturidade que alguns milhares de quilômetros rodados trazem pra bagagem.”

O projeto chega com participações especiais de Pedro Altério, IVYSON, Rashid e Nina Oliveira, e apresenta uma sonoridade que vai do maracatu à viola caipira e do samba aos diálogos com gêneros como jazz e rock. Refletindo sobre a mensagem principal que gostaria de passar com o álbum, Rodrigo volta a reforçar a versatilidade da música brasileira:

‘”Guizo de Cascavel’ é um disco de MPB que celebra esses muitos ‘Brasís’ possíveis. É um disco que passeia por diferentes estradas, pelo mesmo ponto de vista que, a cada nova experiência, também muda. É um disco que reverencia a liberdade criativa do nosso povo e não coloca limite no que é MPB.”

Um detalhe interessante da obra é que Rodrigo Alarcon decidiu abrir e fechar o disco com uma música chamada “Saudade dela”; no entanto, cada uma das versões apresenta uma sonoridade. Questionado sobre o que eles quis provocar com essa escolha, o cantor explicou:

“A letra de ‘Saudade dela’ nos lembra que o mundo não para pra que a gente sofra. Ele continua girando com todos os seus problemas. Quando a música aparece pela primeira vez, ela tem um tom melancólico, acompanhado por viola caipira e guitarra, um desabafo triste que dá início a esse caminho a ser seguido pelo disco.

Essa mesma letra retorna no final do álbum, com ritmo, tom e instrumentação diferentes, contrapondo-se à versão inicial. Ela encerra o disco oferecendo uma nova perspectiva a esse mesmo sentimento. Um novo jeito de encarar o mesmo fato, que apenas o passar do tempo pode trazer.”

Para entender o que o músico disse acima e apreciar as outras músicas que marcam a nova fase de Rodrigo Alarcon, ouça o disco na íntegra no player abaixo!

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