Canisso e Digão, companheiros de Raimundos
Reprodução/YouTube

Nos últimos dias, uma situação complicada envolvendo o Raimundos e Adriana Toscano, viúva do baixista Canisso, veio à tona nas redes sociais. Segundo Adriana, a banda teria cessado o repasse de valores anteriormente combinados sem aviso prévio, o que fez com que ela recorresse a uma exposição do caso para tentar a resolução.

Como te contamos aqui, a banda emitiu uma nota em que nega todas as acusações feitas por Adriana e, agora, voltou a falar sobre o caso, expondo contratos e detalhando melhor algumas situações. Parte da nova fala vem devido a uma entrevista concedida por Adriana a Patrícia Calderón, do portal Léo Dias, onde ela inclusive relata uma suposta agressão cometida pelo guitarrista.

Viúva de Canisso, do Raimundos, Adriana Toscano alega agressão e falta de pagamentos de Digão

Na conversa, Adriana relembrou uma ocasião durante um show no interior de São Paulo em que, no camarim, Digão teria se irritado e agredido tanto o baixista quanto Adriana, o que é negado pela assessoria da banda, que inclusive promete adotar “as medidas cabíveis contra os responsáveis por essa calúnia”. Ela chegou a afirmar que “perdoou inicialmente” o ocorrido, mas os conflitos financeiros ganharam força após a morte de Canisso.

Segundo ela, Digão prometeu ajudar a esposa do baixista e seus quatro filhos, mas o fez apenas durante um período de cerca de um ano. Ela alega ainda que ele estaria fugindo de responsabilidades contratuais, usando um novo CNPJ para isso – e é neste cenário que entra o posicionamento mais recente da banda, expondo contratos nas redes sociais.

No novo post, que você pode ver na íntegra ao final da matéria, o grupo demonstra a existência de dois CNPJs ligados à banda: a empresa Paulêra e a empresa TOBALOVE. Apesar de realmente os herdeiros de Canisso terem recebido as suas quotas na primeira, é a segunda que, como informa a banda e sua assessoria, fica responsável por direitos de gravações e de marca, incluindo repasses de shows.

Raimundos expõe contratos em meio a imbróglio com família de Canisso

Neste caso, há documentos que mostram que Digão é, de fato, o único representante da empresa TOBALOVE, e um trecho do comunicado que acompanha a divulgação dos contratos esclarece o funcionamento da banda neste sentido:

“Com relação à suposta ausência de repasse de valores, esclarecemos que a empresa da qual os herdeiros são sócios (Paulêra) não possui exclusividade para a contratação de shows da banda Raimundos e não é proprietária da marca ‘Raimundos’. Diante disso, tendo em vista que eles não são músicos e não fazem shows, não devem receber qualquer percentual sobre o valor decorrente dessa prestação de serviço, que é destinado unicamente aos integrantes da banda”

A banda também rebate o fato de ter sido criado um novo CNPJ ao mostrar que Canisso chegou a ser sócio da empresa TOBALOVE, mas se retirou dela em 2003, provavelmente quando saiu do Raimundos para se juntar ao Rodox, banda então liderada pelo vocalista Rodolfo Abrantes.

Em outro trecho, o Raimundos também ressalta que as obrigações contratuais que incluem repasses de valores correspondentes aos direitos autorais de gravações seguem sendo distribuídos corretamente:

“Os herdeiros continuam recebendo integralmente os valores correspondentes às obras musicais, direitos autorais, ECAD dos shows e demais receitas que lhes são de direito.”

Digão teria prometido ajuda à família de Canisso

Em meio à discussão legal, no entanto, muitos fãs têm levantado uma questão moral que também foi abordada no comunicado. Segundo Adriana, Digão teria prometido que não deixaria faltar nada à família do companheiro e há, inclusive, relatos de cenas emocionantes na despedida do músico.

Agora, no entanto, o comunicado adota um tom de frieza e alega que o apoio financeiro em questão foi “voluntário e temporário”:

“A banda ofereceu e cumpriu um apoio financeiro voluntário e temporário à família de Canisso. Esse suporte representa um privilégio que não será permitido às famílias dos atuais integrantes em caso de falecimento.”

Nas imagens, também é possível ver que a assessoria deixa claro que o contrato com a empresa Paulêra, que tem os herdeiros de Canisso como sócios, “não possui NENHUM direito sobre a marca, shows ou qualquer outra atividade da banda Raimundos”.

Na entrevista citada anteriormente, Adriana Toscano afirmou que “não quer acabar com a banda atual”, desejando apenas o cumprimento das leis.

Morte de Canisso

O saudoso baixista Canisso, presença emblemática na banda em clássicos como “Eu Quero Ver O Oco”, faleceu no dia 13 de março de 2023.

Na ocasião, o músico sofreu uma queda após perda de consciência e foi levado ao hospital, mas já chegou lá sem vida.

Ele tinha 57 anos.

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