Veja o resumo da notícia!
- Spotify Wrapped 2025 revela o crescimento da música irlandesa, impulsionado por artistas como Kneecap, que superou Beatles e Elton John.
- Cena musical irlandesa expande sua influência global, com aumento de streams nos EUA, Canadá, Coreia do Sul e Alemanha em 2025.
- Kneecap enfrenta polêmicas políticas, incluindo a invalidação de visto nos EUA e investigações por suposto apoio a terrorismo.
- Kneecap e Fontaines D.C. aderem à campanha No Music For Genocide, boicotando Israel em resposta a conflitos em Gaza.
A música irlandesa vive um momento marcante em 2025 e os dados do Spotify Wrapped comprovam isso. Os números divulgados pela plataforma de música com exclusividade à NME revelam que o trio Kneecap, que deu o que falar ao longo deste ano, superou nomes históricos como os Beatles e Elton John em número de ouvintes na Irlanda.
Enquanto o ranking global segue dominado por artistas como Bad Bunny, Taylor Swift, The Weeknd, Lady Gaga e Bruno Mars, os dados mostram o avanço constante da música irlandesa no país de origem e além dele.
A cena musical local já tem demonstrado esse crescimento desde o ano passado, quando seus artistas exportaram 14,6 bilhões de streams para o mundo todo, com 95% desses streams vindos de fora da Irlanda.
Mas 2025 já supera o ritmo do ano anterior, com mais ouvintes nos EUA, Canadá, Coreia do Sul e Alemanha. O primeiro trimestre de 2025 registrou um aumento de 20% nos streams de música irlandesa, com mais 9,8 bilhões de ouvintes adicionados até agosto.
A polêmica banda que superou os Beatles na Irlanda
Como aponta a NME, entre os destaques desse movimento está o Fontaines DC, que manteve a forte recepção de Romance, álbum lançado em 2024 que rendeu ao grupo o 10º lugar entre os discos mais ouvidos na Irlanda e os colocou entre os 70 artistas mais populares do Reino Unido.
Porém, o que talvez muitos não imaginavam é que o maior impacto nos números da cena irlandesa seria do polêmico trio de Rap de Belfast, Kneecap.
Impulsionado pelo lançamento do disco Fine Art (2024), por sua cinebiografia vencedora do BAFTA e pela cobertura midiática de sua batalha judicial com o governo britânico, o grupo acumulou 26 milhões de streams apenas na Irlanda este ano, ultrapassando nomes lendários como os Beatles e Elton John, segundo o Spotify confirmou à NME.
Kneecap teve ano marcado por polêmicas políticas
O ano do Kneecap foi marcado por alguns momentos de tensão. Em abril deste ano, a banda teve seu visto dos EUA invalidado após seu sponsor – pessoa ou entidade responsável por “apadrinhar” o visto de alguém – retirar seu “patrocínio”. Isso aconteceu depois que o grupo divulgou nos telões do seu show no Coachella slogans em apoio à Palestina, incluindo a frase “Foda-se Israel, Libertem a Palestina” e “Israel está cometendo genocídio contra o povo palestino”.
Depois da apresentação, celebridades e figuras políticas fizeram críticas ao Kneecap, com Sharon Osbourne pedindo justamente a cassação do visto de trabalho dos integrantes da banda e apontando que suas ações apresentavam “discursos de ódio” e “apoio aberto a organizações terroristas”.
Em meio a tudo isso, o Kneecap também se tornou alvo de investigações da polícia antiterrorista do Reino Unido após a apresentação do Coachella por conta de imagens de dois shows da banda em 2023 e 2024.
O primeiro é um registro do grupo no Kentish Town Forum, em Londres, em novembro do ano passado, onde um membro do grupo pode ser visto gritando “viva o Hamas, viva o Hezbollah”.
Kneecap e Fontaines D.C. lideram movimento na Irlanda
Dando continuidade ao caráter ativista de ambas, tanto o Kneecap como o Fontaines D.C. aderiram à campanha No Music For Genocide, que pede o bloqueio geográfico de suas músicas em Israel como forma de protesto.
A ação responde ao diagnóstico de uma investigação independente da ONU sobre um genocídio em Gaza. Até agora, nomes como Massive Attack e Paul Weller também conseguiram implementar o boicote, reforçando o posicionamento político de parte significativa da cena musical irlandesa e além dela.
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