
Veja o resumo da notícia!
- Pitchfork elege álbum de Los Thuthanaka, dupla boliviano-americana, como o melhor de 2025, destacando sua inovação sonora e impacto no Bandcamp.
- O álbum mistura tradição musical boliviana com elementos eletrônicos e experimentais, recebendo elogios da crítica por sua originalidade.
- A obra incorpora a herança aimará, gêneros andinos, rock psicodélico e hip-hop, criando um universo sonoro único e particular.
A Pitchfork surpreendeu ao eleger como o melhor disco de 2025 uma obra que sequer está disponível no Spotify. Estamos falando do Los Thuthanaka, disco homônimo da dupla boliviano-americana formada pelos irmãos Chuquimamani-Condori e Joshua Chuquimia Crampton.
O álbum celebra e subverte a tradição musical boliviana a partir de uma linguagem sonora própria e surgiu de forma discreta no Bandcamp, mas seu impacto foi imediato. Lançado de forma independente, o trabalho apresenta oito faixas instrumentais instigantes misturando a força de uma banda ao vivo com a precisão de uma mixagem eletrônica de qualidade.
Após o seu lançamento em março deste ano, a Pitchfork avaliou a obra com a nota 9,3, com o jornalista Joshua Minsoo Kim descrevendo o disco como “cerimonial, mas estiloso; cataclísmico, mas curativo; bruto, mas magnífico”.
Além disso, sua resenha aponta que Los Thuthanaka “estão transmitindo sons para a próxima geração” mas que, “ao conectar essas formas antigas e novas, a dupla parece também estar corrigindo o legado colonialista”.
A obra marcou a continuação do disco de 2023 de Chuquimamani-Condori, DJ E, e do álbum de 2024 de Joshua Chuquimia Crampton, Estrella Por Estrella. Em uma declaração à Pitchfork após o lançamento do disco homônimo, Condori apontou ainda a importância de trazer a questão LGBTQIA+ para um trabalho com foco tradicional:
“Este disco é um marco para mim e para o meu irmão, trazendo orações pela chuva e gratidão. A música faz parte do nosso ayni para os parentes e para o nosso guardião queer, Chuqi Chinchay. O meu amigo Juan Vargas Rollano lembra-nos de um ditado na nossa língua materna, que lhe foi contado por Elizabeth Yana, que diz: ‘Não tenha pena das pessoas q’iwa (queer) porque elas caminham olhando para as estrelas’.”
Los Thuthanaka, o disco do ano na Pitchfork
O que torna o Los Thuthanaka tão fascinante é justamente sua proposta sonora e estética. Para o seu disco de estreia, a dupla reimagina gêneros tradicionais da música andina de sua herança aimará, incluindo elementos do huayño, gênero e dança popular andina, como das danças tradicionais bolivianas caporal e kullawada, em formatos eletrônicos experimentais, unindo essas sonoridades com rock psicodélico, hip-hop, braindance e mais.
No disco, Chuquimamani-Condori, que antes era conhecida como Elysia Crampton, se dedica à elaboração dos samples e das texturas que ampliam a identidade exploratória de sua trajetória, enquanto Joshua mantém seu foco nas camadas de guitarras fragmentadas e distorcidas.
O resultado são acordes que dialogam com tradições bolivianas, peruanas e mexicanas, mas sempre moldados por características que levam o ouvinte para um universos particular criado pela dupla.
Se você ficou curioso para conhecer o trabalho dos Los Thuthanaka, é só dar play no vídeo abaixo para ouvir o disco na íntegra!
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