Ozzy Osbourne
Ozzy Osbourne

Para além do entretenimento, a música muitas vezes serve como um espaço para que artistas consigam expressar seus sentimentos, relatar vivências ou até mesmo chamar atenção e fazer críticas sobre questões sociais e políticas.

No entanto, nem sempre letras mais contestadoras ou mais ousadas são bem recebidas por autoridades ou emissoras de televisão, que podem seguir um determinado viés ideológico. Por conta disso, ao longo das décadas, a censura musical acabou se tornando uma realidade.

Os motivos para proibir uma música podem variar muito de um país para outro e as regras para como essa música será banida também mudam de acordo com cada local. Enquanto alguns países restringem apenas transmissões em rádios, outros podem fazer uma música sumir do espaço cultural.

No Brasil, por exemplo, muitas canções de lendas da MPB e do Rock foram censuradas após a instauração do AI-5 durante o período da ditadura militar, já que os decretos desse ato permitiam a censura prévia de obras culturais como peças de teatro, filmes e, é claro, músicas.

A seguir, confira uma lista reunida pelo Far Out com 10 clássicos do Rock que em algum momento foram proibidas por governos ou emissoras de televisão!

10 clássicos do Rock que foram censurados

1. Pink Floyd – “Another Brick In The Wall (Part II)” (África do Sul)

Um dos grandes marcos da carreira do Pink Floyd foi seu disco de ópera rock The Wall, que apresentou ao público canções emblemáticas como “Another Brick In The Wall (Part II)”. Acontece que a faixa acabou se destacando além do conceito musical ao ganhar significado político durante o apartheid.

Por apresentar uma mensagem de resistência contra a autoridade opressora e individualidade, a canção foi proibida na África do Sul durante o regime por supostamente estar associada com ideologias antiautoritárias e anti-establishment.

O governo daquele período era conhecido por suas rígidas políticas de censura e esforços para suprimir qualquer forma de dissidência ou crítica, seja na mídia, na literatura ou na música.

2. The Rolling Stones – “Let’s Spend the Night Together” (China)

O governo chinês é conhecido por aplicar políticas rígidas de censura a conteúdos considerados de temática explícita, principalmente quando envolvem conteúdo sexual. Após o lançamento de “Let’s Spend the Night Together”, em 1967, o ministério da Cultura da China decidiu proibir a faixa dos Rolling Stones devido à sua letra sugestiva e ousada.

A canção foi vista por algumas autoridades na China como incentivadora da promiscuidade ou de comportamento imoral. Sua letra expressa o desejo por um encontro romântico e íntimo, o que, no contexto dos padrões de censura chineses da época, era considerado inaceitável.

3. Guns N’ Roses – “Chinese Democracy” (China)

Outra música que também não foi bem recebida pela China foi a faixa-título “Chinese Democracy”, do Guns N’ Roses. O grupo liderado por Axl Rose é conhecido por suas letras controversas e provocativas e, apesar da música em questão não abordar explicitamente a política chinesa, ela contém temas de agitação política e social, rebelião e o desejo de mudança.

Por considerar que os temas de “Chinese Democracy” eram potencialmente provocativos e perturbadores, a música sofreu restrições, sendo proibida de ser lançada, vendida ou promovida oficialmente no país.

4. The Kinks – “Lola” (Austrália)

O The Kinks lançou em 1970 a faixa “Lola”, que representou na época uma contribuição bastante progressista para a comunidade queer ao ver Ray Davies abordando a história de alguém que se apaixonou por uma pessoa trans.

Apesar da música ter se tornado o primeiro sucessos dos Kinks em anos, as emissoras nacionais da Austrália decidiram banir a música devido ao seu “tema controverso”. A polêmica em torno da letra da canção gerou debates sobre o limite da censura e o nível de tolerância que o país estava disposto a aceitar na mídia.

5. Slayer – “Jihad” (Índia)

O Slayer enfrentou algumas restrições na Índia por conta de sua música “Jihad”. O título da faixa usa um termo que possui conotações religiosas e políticas significativas no Islã, referindo-se a um conceito relacionado à luta sagrada ou ao esforço no caminho de Deus.

O país já é conhecido por censurar e restringir conteúdos midiáticos considerados potencialmente ofensivos ou sensíveis, especialmente em relação a temas religiosos ou políticos. Por conta disso, o uso do termo no título da música, que em sua letra
retrata situações violentas e explícitas, foi considerado insensível e ofensivo por alguns grupos religiosos e políticos na Índia.

6. The Who – “My Generation” (Reino Unido)

“My Generation”, do The Who, marcou uma geração e se tornou um dos símbolos do movimento da contracultura. Porém, ao ser lançada, ela foi censurada pela BBC pois a emissora considerava o verso que diz “espero morrer antes de envelhecer” controverso e potencialmente ofensivo.

Quando a proibição inicial foi suspensa, a BBC aplicou outros recursos para alterar a mensagem da música. A letra foi frequentemente alterada ou censurada quando a música era tocada nas rádios da emissora, por exemplo, mas ainda assim a faixa do The Who se tornou um verdadeiro hino e conseguiu atravessar gerações

7. Sex Pistols – “God Save The Queen” (Reino Unido)

Quando os Sex Pistols lançaram “God Save the Queen” em 1977 como seu segundo single, o impacto foi imediato. A faixa foi considerada bastante controversa já que a época coincidiu justamente com o Jubileu de Prata da Rainha Elizabeth II e sua letra atacava diretamente a monarquia britânica enquanto expressava fortes sentimentos anti-establishment e antimonarquistas.

O refrão da canção, “Deus salve a Rainha, o regime fascista”, foi naturalmente visto como provocativo e desrespeitoso. Por conta disso, a música foi efetivamente proibida de ser tocada na BBC e em outros meios de comunicação tradicionais, e algumas lojas de discos se recusaram a vendê-la.

8. Cannibal Corpse – “Hammer Smashed Face” (Rússia)

As obras do Cannibal Corpse, incluindo a música “Hammer Smashed Face”, foram alvo de proibições e restrições em diversos países, como a Rússia. Isso se deve principalmente ao conteúdo lírico extremamente gráfico e violento, já que alguns governos e autoridades consideram os temas obscenos ou prejudiciais à moral pública.

Na Rússia, as autoridades do país restringiram a venda e a execução de músicas do Cannibal Corpse devido a preocupações com seu conteúdo explícito. Em 2014, aliás, o país chegou a proibir a banda de realizar shows em seu território, além de impedir a distribuição ou exibição pública de suas músicas ou produtos.

9. AC/DC – “Highway To Hell” (Estados Unidos)

Após os ataques de 11 de setembro, diversas rádios dos Estados Unidos passaram a adotar medidas rígidas para evitar músicas consideradas inadequadas para o momento. O conglomerado de rádio Clear Channel divulgou uma lista de canções que deveriam ser evitadas temporariamente, e entre elas estava, surpreendentemente, “Highway to Hell”, do AC/DC.

A música da banda australiana chegou a enfrentar acusações controversas desde o seu lançamento devido ao seu conteúdo considerado satânico, mas após o ataque foi considerada insensível demais para ser tocada na rádio.

10. Black Sabbath – “War Pigs” (Estados Unidos)

Outra música que também passou por restrições após o 11 de setembro foi “War Pigs”, do Black Sabbath. Como seu próprio título indica, a música aborda temas relacionados à guerra e, naquele momento, foi considerada pesada demais para um momento de comoção global.

Vale ressaltar que a canção na verdade expressa um sentimento anti-guerra, criticando os horrores e a falta de sentido dessa prática. A letra, inclusive, condena as batalhas como uma força destrutiva que beneficia os poderosos e causa sofrimento às pessoas comuns.

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