
Direto de Ilhéus, no sul da Bahia, Paulo Mag apresenta sua nova mixtape, Fazendo Magia Vol. 2, um trabalho que marca o amadurecimento de uma ideia iniciada em seu primeiro volume e hoje expandida para um território mais íntimo, espiritual e sincero.
Aos 21 anos, fundador da Obscure Company, gravadora independente que já impulsionou mais de dez artistas do underground regional, Mag construiu o projeto como um reflexo do que vive e do que busca: equilíbrio entre o impulso do corpo e a consciência da mente.
O disco é dividido em duas partes: antes do interlúdio, aparecem faixas movidas por ambição, ego, carne e energia; depois, surgem músicas que exploram alma, aprendizado e reconciliação. Dentro dessa estrutura, a faixa “Ciranda”, a 12ª do projeto, simboliza o looping emocional entre fé, caos e propósito.
Para Mag, revisitar esse conceito era inevitável. “O primeiro volume foi meu começo, uma faísca do que sou. O Vol. 2 nasce quando eu entendi que, pra evoluir, eu precisava me expor de verdade — minhas falhas, minha fé, minha forma de olhar o invisível”, explica. O artista assina dez instrumentais e toda a direção do projeto, que foi majoritariamente produzido em seu home studio.
Corpo e mente
O eixo central da mixtape nasce do conflito entre impulso e consciência, algo que acompanha o artista dentro e fora da música. “Eu já caminhei nos extremos. O corpo quer correr, a mente quer entender, e meu som nasce quando um escuta o outro”, diz. Esse raciocínio aparece em faixas como “Samsara”, onde Mag trata a ansiedade a partir da ideia de permanecer no agora.
O equilíbrio, para ele, não é sobre perfeição, mas sobre presença: aceitar dualidades, contradições e momentos de silêncio sem perder o propósito. “Eu vivo nessa corda bamba — e aprendi que equilíbrio não é perfeição, é presença.”
Referências de Paulo Mag
As referências de Mag se equilibram entre estética contemporânea e introspecção. “Baby Keem me inspira pela ousadia, Roddy Ricch pela musicalidade. Misturei essas influências com minha espiritualidade e minhas vivências — variei flow, puxei estética própria, entreguei mais do Mago.”
A mixtape reúne momentos de energia — como “Medicine” e “All-in!!!” — e faixas mais profundas, como “Samsara” e “Ciranda”, formando uma obra que existe entre dois mundos.
“Esse projeto é pra quem tá tentando se ouvir no meio do barulho do mundo”, diz Mag. Entre erros, quedas e recomeços, o artista espera que o disco ajude ouvintes a se reconectar com sua própria caminhada. “Se alguém escutar e sentir que não tá sozinho na própria guerra interna, já valeu.”
O TMDQA! conheceu o trabalho de Paulo Mag através da Novos Flows, startup brasileira com uma curadoria especializada para encurtar barreiras e criar novas oportunidades para talentos emergentes. Foi a partir desse envio que esta matéria nasceu, e seguimos atentos ao que chega por lá.