
Através de artistas como Gloria Groove a Ludmilla, o samba e o pagode voltaram ao centro da cultura pop brasileira. Em meio aos destaques do mainstream, no entanto, artistas independentes estão reinventando as rodas de samba e trazendo novas vozes para o centro da cena.
Entre elas está Dessa Brandão, paulista que se destaca por unir tradição, protagonismo feminino e representatividade LGBTQIA+ em projetos que atualizam o samba sem perder sua essência. A cantora e cavaquinista reverencia quem veio antes, mas também celebra o novo com uma sonoridade única.
Com iniciativas como o Pagoterapia e o Pagode da Dessa, a artista transforma as rodas em espaços de celebração, acolhimento e resistência. Misturando repertórios clássicos de nomes como Exaltasamba e Soweto com composições autorais, Dessa cria pontes entre gerações e estilos – e tem sido reconhecida por isso.
Continua após o vídeo
Dessa Brandão reverencia o passado e celebra o futuro do samba
Em 2020, Dessa viu seu nome despontar no cenário nacional graças ao Pagode da Dessa. A consequência disso foi uma série de convites, como em março de 2022, quando cantou para o Presidente Lula em um encontro de mulheres; ainda no mesmo ano, chegou a cantar músicas de Leci Brandão para a própria, como parte do projeto Notas Contemporânes (MIS/SP).
Isso, claro, sem contar a sua trajetória de shows, apresentando canções inéditas em uma performance na Casa Natura Musical e fazendo uma temporada de um mês no Studio SP, sempre se conectando com o público e abrindo espaço para uma agenda que, no ano seguinte, a levou à icônica Casa de Francisca.
O reconhecimento veio de outras grandes figuras também, além de Leci Brandão e do atual presidente: Seu Jorge, por exemplo, a convidou para um show em sua própria casa, para celebrar seu aniversário. Ela também já teve um encontro importante com Xande de Pilares, um dos nomes que se destaca nessa jornada de conectar o samba e o pagode com novos públicos.
Continua após o vídeo
Do Nosso Taj Mahal ao Sal do Mar
O movimento de renovação do gênero é nítido. De um lado, nomes consagrados como Ludmilla, com o projeto Numanice, e o citado Xande de Pilares reacendem o interesse popular pelo pagode e pelo samba com produções sofisticadas e presença marcante nas plataformas digitais. De outro, artistas como Dessa mantêm viva a energia das rodas, criando espaços de convivência e pertencimento que conectam o público jovem à tradição.
No ano passado, Dessa lançou seu primeiro EP, Nosso Taj Mahal, em que mistura sonoridades da MPB e do samba como você confere no clipe acima. Agora, ela se prepara para gravar seu primeiro álbum completo, Sal do Mar, previsto para o próximo ano, aprofundando sua pesquisa musical e reafirmando o samba como um território aberto a novas narrativas.
O trabalho deve trazer uma forte influência da vivência de Dessa, que também comanda o projeto Pagoterapia ao lado de Matheus Crippa e Gabriel Muca. Ali, ela tem a proposta de trazer uma linguagem periférica ao centro de São Paulo, criando “uma terapia pra curar coração partido” que acontece às quartas-feiras no espaço cultural Dois Dois.
Continua após o vídeo
Mais do que ninguém, Dessa Brandão vive o samba e sua história. O gênero sempre foi associado com a resistência, e hoje cumpre esse papel justamente através das rodas lideradas por mulheres, pessoas LGBTQIA+ e artistas negros, e os eventos de Dessa reafirmam esse espaço como um território de acolhimento e pluralidade.
O samba moderno se transforma, mas não perde sua essência: o álbum de Dessa Brandão tem tudo pra mostrar isso de uma vez por todas. Não deixe de acompanhar a artista no Instagram e fique ligado para mais novidades em breve!
OUÇA AGORA MESMO A PLAYLIST TMDQA! RADAR
Quer ouvir artistas e bandas que estão começando a despontar com trabalhos ótimos mas ainda têm pouca visibilidade? Siga a Playlist TMDQA! Radar para conhecer seus novos músicos favoritos em um só lugar e aproveite para seguir o TMDQA! no Spotify!