Beli Remour
Foto: Divulgação

Apesar dos mais de sete mil quilômetros que separam FRAJ e Beli Remour, o novo EP da dupla prova que nenhuma distância é intransponível quando a linguagem é a música. Lançado nas plataformas digitais na última quarta-feira (15), Pequenas Distâncias nasce como um encontro entre dois continentes, duas vivências e uma mesma visão: transformar o cotidiano em arte e o caos urbano em poesia.

Radicado em Portugal, Beli Remour assina grande parte das produções ao lado de FRAJ, que permanece no Brasil. A obra parte da essência do Hip Hop e dos princípios da criação independente: fazer com o que se tem, fazer apesar de tudo, fazer agora.

São sete faixas que transitam entre críticas sociais, reflexões existenciais e construções imagéticas que interpretam a cidade como cenário, personagem e metáfora.

A união de Beli Remour e FRAJ

A jornada começa com um poema de Roberto Piva, e passa por temas como a pressão da sobrevivência artística em “Espectros de Marx”, os recomeços em “Gosto, Textura e Cheiro”, e a solidão coletiva em “Sorria, você está só”.

Com atmosferas densas, beats fragmentados e samples instigantes, o EP ainda confronta o utilitarismo da arte em “Arte Decorativa” e questiona a lógica neoliberal no rap em “Síndrome de Vira-Lata”.

O encerramento, com “Nômade em Exílio”, amarra o conceito central: viver deslocado mesmo dentro de casa, exilado na própria cidade. Em cada faixa, Pequenas Distâncias constrói pontes entre tempo e espaço, passado e presente, arte e vida — dissolvendo fronteiras geográficas e simbólicas através do som.