HYDE
Divulgação

O dia 14 de Setembro de 2025 marcou uma ocasião histórica para os fãs de música japonesa no Brasil. Depois de uma longa espera, HYDE, um dos maiores ícones do gênero por seu trabalho em carreira solo e também com o L’arc~en~Ciel, se apresentou no Carioca Club, em São Paulo, para uma multidão que transparecia a todo momento o quanto aguardava aquela oportunidade.

O show fez parte da turnê do álbum HYDE [INSIDE], o mais recente da carreira do artista de 56 anos que, no palco, mais parecia um jovem conhecendo seu público pela primeira vez de tanta empolgação e carisma. Por consequência, a apresentação veio com muito peso: o álbum mais recente é sem dúvidas o mais pesado da carreira de HYDE, que tem uma longa trajetória mais ligada ao Pop Rock.

Um dia antes de subir ao palco, o artista recebeu o TMDQA! em seu hotel para um papo que abordou várias fases da carreira, incluindo essa guinada de direção para uma sonoridade mais pesada. A explicação veio antes mesmo da pergunta, quando ele apontou com empolgação para a tatuagem de Bring Me The Horizon deste que escreve assim que a viu, mas HYDE não deixou de explicar o que lhe fez se apaixonar de fez pelo som do Metal:

“Quando vou fazer shows, sempre penso em músicas que possam enlouquecer o público e gradualmente isso acabou ficando cada vez mais pesado. Particularmente, eu não gosto muito de assistir a shows de outros artistas, mas assisti aos shows de Slipknot e Bring Me The Horizon e me fizeram perceber que é realmente disso que eu gosto.”

Com o L’arc~en~Ciel, a lista de conquistas é enorme: já foi responsável por dar voz a músicas que embalaram as trilhas sonoras de animes como Fullmetal Alchemist, Samurai X e GTO: Great Teacher Onizuka. Na carreira solo, o sucesso continuou através de trabalhos para obras gigantes como Attack on Titan e, mais recentemente, Demon Slayer, assinando em parceria com o MY FIRST STORY tanto a abertura quanto o encerramento do penúltimo arco divulgado, o Treinamento Hashira.

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Além do anime: HYDE traz a influência de outros países para a música japonesa

É claro que HYDE valoriza, e muito, a cultura dos animes – e das trilhas sonoras que os acompanham. No papo, que teve tradução em tempo real de Vinicius Somehara, ele destacou como “o anime fez com que o Japão tivesse reconhecimento mundial”, o que tem forte importância na veia artística do país.

No entanto, quando questionado sobre suas composições como “Red Swan” e “永久 -トコシエ- (Tokoshie)” divergem muito do que se espera da sonoridade de músicas de anime, o cantor não escondeu que faz o caminho inverso, levando muita influência da arte de outros países para o seu trabalho:

“É claro que eu gosto muito de animes, mas eu não tive muita influência disso na minha parte musical. Isso veio muito mais de Bring Me The Horizon e outras bandas do tipo!”

Apesar disso, HYDE reconhece que a cena musical do Japão é efervescente nos tempos atuais e, além do MY FIRST STORY, destaca ONE OK ROCK e YOASOBI como artistas nos quais o público tem que prestar atenção. Ah, e não pudemos deixar de perguntar a opinião dele sobre Castelo Infinito, novo filme de Demon Slayer – a resposta foi direta e efusiva:

“Fantástico! [risos] Foi a primeira vez que fiquei com vontade de ver um filme pela segunda vez logo em seguida.”

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HYDE provou a força da música japonesa no Brasil com show em São Paulo

Quem viu HYDE durante a entrevista e depois no palco se assusta com a diferença. No momento mais reservado, o artista se mostra tímido, ainda que bastante simpático e disposto até a autografar um disco do L’arc~en~Ciel; em frente ao público, no entanto, estava solto, falando até em português que estava com “tesão”, para a loucura da plateia.

Este e outros detalhes da apresentação foram a prova de que uma preocupação que ele mencionou na entrevista não poderia estar mais distante da realidade. Ao ser questionado sobre ter percebido o carinho do público em sua chegada ao país, ele mostrou um certo receio:

“Não sei se vou estar à altura do público! [risos] Sinto essa recepção calorosa de uma forma muito direta. É muito bom, e me deixa com vontade de voltar mais vezes para o Brasil.”

Quem estava lá certamente não tem do que reclamar. Até mesmo o repertório, que era uma questão para muitos, contou com momentos para agradar todos os fãs – o foco, é claro, foi o disco HYDE [INSIDE], mas sobrou tempo para diversos hits da carreira solo, uma palhinha de L’arc~en~Ciel com “HONEY” e até uma cover de “Faint”, do Linkin Park, que se encaixou muito bem no contexto da apresentação.

Logo abaixo, você pode ver um trechinho dessa performance que certamente vai entrar para a história dos fãs de cultura japonesa no Brasil. Volte logo, HYDE!

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