Nu Metal em alta: Kill for Nothing lança "M.I.R.A.G.E." no auge do gênero com retorno do Korn ao Brasil

O nu metal vive um de seus melhores momentos, e a cena nacional acompanha o movimento com força total. Prova disso é o lançamento do disco de estreia M.I.R.A.G.E., da banda brasileira Kill for Nothing, que une peso, nostalgia e um olhar contemporâneo.

Em um momento de holofotes sobre o estilo, a confirmação do show do KoRn no Brasil em 2026, após dez anos, serve como a amarração perfeita para este cenário de redenção e renovação.

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O legado do KoRn e a nova geração brasileira

A vinda do KoRn para um show único no Allianz Parque, em São Paulo, no dia 16 de maio de 2026, com as bandas Spiritbox e Seven Hours After Violet – que terá o TMDQA como parceiro de mídia! – é o selo de qualidade para o ressurgimento do gênero.

O retorno dos “professores” consagra a onda que há tempos vem sendo sentida nas playlists e festivais. Claro que para quem é “fã-raiz”, não existe “onda” ou “moda” e o gênero nunca foi para ter de voltar. O fato é que para uma nova geração de fãs, o nu metal começa a surgir agora num movimento extremamente saudável para a longevidade do gênero.

Como aponta o vocalista da Kill for Nothing, Alessandro Bob:

“Com certeza o Korn foi uma grande influência — não só pra nossa banda, mas pra toda uma geração daquela época. O clipe de ‘Freak on a Leash’ foi um ponto de virada, mexeu com a cabeça de muita gente no fim dos anos 90, início dos 2000. Agora, com eles vindo pro Brasil nesse momento de renascimento do movimento, é como se fosse a peça que faltava pra consolidar o gênero mais uma vez no mainstream, ainda mais considerando essa renovação de headliners nos grandes festivais.”

Alessandro Bob – Kill For Nothing


Enquanto o KoRn traz a história, bandas como Kill for Nothing carregam a tocha da inovação. O nu metal já não é “new”, mas uma escola consolidada que continua ensinando, e o grupo paulista é um de seus herdeiros mais promissores. Entrega além de som e postura, material visual de encher os olhos e que se destaca entre as bandas underground por trazer um olhar e cuidados de grandes produções.

Importante dizer que, em tempos de streaming, eles apostaram no lançamento do álbum físico também.

A tecnologia sob o peso do metal

O álbum M.I.R.A.G.E. é a prova da maturidade da cena. O trabalho evoca o som visceral da época de ouro de KoRn, Deftones e Mudvayne, mas com uma identidade e proposta artística totalmente contemporânea por parte da Kill for Nothing – ou K4N.

O conceito do disco é um alerta sobre a nossa relação com as máquinas que pode gerar cenários fictícios dignos de miragem, e por isso o título é um um acrônimo da palavra transformada em Metal In Radical Artificial Generated Energy, que sintetiza essa reflexão conceitual sobre a dependência tecnológica e os perigos de tratá-la como uma verdade absoluta.

M.I.R.A.G.E. é sobre como estamos presos às máquinas, muitas vezes criando versões artificiais de nós mesmos”, explica o vocalista Alessandro Bob. As nove faixas exploram temas atuais como ansiedade, autoanálise e a busca por pertencimento em um mundo mediado por telas.

Peso sem economia

A banda não economizou em peso. “Queríamos uma atmosfera mais densa e pesada, misturando elementos eletrônicos e guitarras de sete cordas. O resultado são músicas dois tons e meio mais pesadas que nossos primeiros singles”, diz Alessandro.

A formação, com a guitarra afiada de Amanda “Mandy” Delphino, o baixo profundo de Guhz Soares e a bateria pulsante de Yuri Alexander, cria a base perfeita para o vocal marcante de Alessandro. A faixa “Booting New G.O.D.” sintetiza o conceito do álbum e ganhou um videoclipe cinematográfico, reforçando a estética de nível mainstream da banda, mesmo atuando no underground.

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Nu Metal: reinvenção e reflexão

Para Alessandro, o estilo é inerentemente livre: “O nu metal permite desconstruir o metal. Podemos brincar com estilos e criar sonoridades novas sem perder peso ou atitude. É rebelde, livre e sempre se reinventa”, completa.

Com o álbum de estreia da Kill for Nothing e o peso da turnê do KoRn, fica claro: o nu metal não só segue vivo, como se reinventa, ruge mais alto e propõe novas reflexões sobre o presente. Os bons tempos não apenas voltaram — eles evoluíram.

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Isis Correia
Palavra de Peso, por Isis Correia

A coluna definitiva para os apaixonados pelo heavy metal que traz uma curadoria afiada de bandas e temas que merecem sua atenção. Um mergulho no som que molda gerações. Se você vive e respira metal, essa é a sua leitura obrigatória!

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