
Durante a década de 2000, enquanto ainda bebia, fui nomeado como um dos “Embaixadores” da marca Guinness no Brasil. Foi um período ótimo, de muitos recebidos bebíveis, encontros, eventos, viagens e aulas. Até passei uns dias na Guinness Factory, na Irlanda. Cheirosidade pura. Recomendo.
Também, por isso, assisti com muito entusiasmo à nova série da Netflix: House of Guinness – uma história que mistura poder, tradição e um nome que atravessou gerações até virar sinônimo de um país.
Continua após a imagem

Mas o texto não é “só” sobre a série e, sim (01) como uma série sobre uma marca é um poderoso Branded Content e (02) que trilha sonora espetacular!!!
A série House of Guinness representa um movimento estratégico importante para a marca porque transforma o que antes era apenas um símbolo histórico em um produto cultural contemporâneo.
Ao dramatizar a trajetória da família e o nascimento de um império cervejeiro no século XIX, a marca resgata seu próprio DNA e o re-introduz em um novo formato de narrativa, capaz de emocionar e entreter. Em vez de apenas contar sua história institucional, Guinness a vive novamente, agora sob o olhar do público global, acostumado a consumir cultura antes de consumir produtos. Essa transposição do “mito fundador” para o universo do entretenimento é uma jogada rara e poderosa: fortalece a autenticidade da marca, reforça sua herança e cria uma conexão emocional que vai muito além de rótulos.
Continua após a imagem

O impacto cultural de uma série como essa está na capacidade de transformar legado em linguagem pop. Guinness, que sempre ocupou um espaço simbólico na cultura irlandesa e mundial, ganha com House of Guinness uma nova camada de relevância. Esse tipo de produção também se encaixa perfeitamente na lógica do branded entertainment — quando marcas deixam de ser anunciantes para se tornarem produtoras de conteúdo relevante.
Mas e a trilha sonora, hein?
Ahh, ela tem papel central nesse processo. Assim como a fotografia e o figurino, ela é parte da linguagem que transforma uma série sobre uma família e uma cerveja em uma experiência sensorial completa. A música, quando bem escolhida, atua como ponte emocional entre o espectador e a narrativa — reforçando a identidade da marca e o clima de cada cena. No caso de House of Guinness, ela traduz o espírito da época sem abrir mão da atemporalidade, combinando temas tradicionais irlandeses com composições contemporâneas que ampliam a emoção e a imersão. É também uma forma de manter a Guinness conectada à cultura musical, um território que ela historicamente ocupou em pubs, festivais e patrocínios, e que agora encontra nova expressão audiovisual.
Pra não ficar só no texto bonito teórico, separei aqui alguns bons exemplos que podemos ouvir durante os episódios:
Episódio 01
Fontaines DC – “Starbuster”
Kneecap – “H.O.O.D”
Episódio 02
Lankum – “Katie Cruel”
The Mary Wallopers – “Rich Man and The Poor Man”
Episódio 03
Lisa O’Neill – “Goodnight World”
The Scratch – “Another Round”
Episódio 04
Kneecap – “Bhfiacha Linne”
Thin Lizzy – “Jailbreak”
Episódio 05
The Stunning – “Brewing Up A Storm”
Carraig Aonair – “Pebbledadh”
Episódio 06
Derek Warfield & The Young Wolfetones – “Come Out Ye Black and Tans”
Poitin – “The Congress Reel”
Episódio 07
Amphetamines – “Cardinals”
Imlé – “Fáilte 2025”
Episódio 08
Gurriers – “Nausea”
The Murder Capital – “For Everything”
OUÇA AGORA MESMO A PLAYLIST TMDQA! ALTERNATIVO
Clássicos, lançamentos, Indie, Punk, Metal e muito mais: ouça agora mesmo a Playlist TMDQA! Alternativo e siga o TMDQA! no Spotify!
Coluna dedicada a explorar como o marketing pode transformar bandas em marcas icônicas e vice-e-versa. Com mais insights sobre música, estratégias criativas e cases de sucesso, a coluna pretende desvendar o universo em que música e negócios se encontram.
Coluna dedicada a explorar como o marketing pode transformar bandas em marcas icônicas e vice-e-versa. Com mais insights sobre música, estratégias criativas e cases de sucesso, a coluna pretende desvendar o universo em que música e negócios se encontram.