Foto: Freepik
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O cenário atual da indústria musical é marcado por uma dualidade intrigante: um crescimento robusto e inédito, impulsionado majoritariamente pelo streaming, e desafios persistentes para artistas, especialmente os independentes, em estabelecer uma conexão significativa com seu público.

Conforme o Global Music Report 2025 da IFPI, a indústria global de música gravada registrou um aumento de 4,8%, alcançando US$29,6 bilhões em receita, com 69% desse valor proveniente do streaming. No Brasil, o avanço foi ainda mais expressivo, com um crescimento de 21,7%, o maior entre os dez principais mercados mundiais.

Apesar desses indicadores financeiros positivos, artistas continuam a enfrentar barreiras substanciais no alcance de seus próprios fãs. A proliferação de lançamentos e a crescente dependência de algoritmos de plataformas digitais criam um ambiente competitivo onde a visibilidade e o engajamento genuíno são cada vez mais difíceis de obter.

Até grandes artistas da atualidade como James Blake e Chappell Roan já manifestaram publicamente suas frustrações com a opacidade e as limitações dos sistemas algorítmicos. Para artistas independentes, que constituem 80% dos lançamentos no Brasil, segundo o WIN Annual Report 2023-24, essa realidade é ainda mais crítica.

Nesse contexto desafiador, um movimento global tem ganhado força, reorientando o foco para o papel central dos superfãs. Estes são indivíduos que, embora representem uma parcela menor da audiência – aproximadamente 2% conforme o artigo “Super Listeners: Your Guide for Developing Fans Who Go Deeper”, do Spotify – demonstram um engajamento e um poder de compra significativamente superiores, gastando o dobro dos fãs casuais e movimentando bilhões em potencial de receita.

O sucesso de grupos como o SEVENTEEN, que superou o faturamento de artistas como The Weeknd com uma base de ouvintes menor, ilustra vividamente que a profundidade do engajamento de poucos pode ser mais valiosa do que a atenção superficial de muitos.

Fan First: a primeira e mais abrangente plataforma direct-to-fan do Brasil

É precisamente para atender a essa necessidade estratégica que surge o Fan First, a primeira e mais abrangente plataforma direct-to-fan do Brasil, desenvolvida pela Shake Music. A plataforma visa redefinir a relação entre artistas e público, proporcionando um ambiente direto, sem intermediários e alheio às flutuações dos algoritmos de redes sociais.

O Fan First oferece um espaço exclusivo onde criadores podem compartilhar conteúdo inédito – como músicas, bastidores e conceitos em desenvolvimento – diretamente com sua comunidade. Em contrapartida, os fãs têm a oportunidade de apoiar financeiramente os artistas por meio do “Fan Boost”, participar de missões coletivas e integrar uma comunidade dedicada à música.

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Foto: Fan First App

Bruno Martins, fundador e CEO do Fan First e da Shake Music, comenta:

“Ao devolver aos artistas o controle sobre seus dados, conexões e audiência, o Fan First se posiciona como uma solução robusta para os desafios atuais e um passo decisivo rumo a um futuro verdadeiramente fan-powered. Centralizando suas demandas em uma única plataforma, o artista tem visibilidade dos leads, um canal direto para se relacionar com eles e, eventualmente, vender para quem quer comprar — criando novas formas de transformar engajamento em receita real.”

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Bruno Martins, CEO do Fan First e da Shake Music

Bruno ainda comentou, com exclusividade para o TMDQA!:

O Fan First veio natural como uma resposta para os artistas midstream e em desenvolvimento que trabalhamos na Shake Music, que muitas vezes estavam frustrados com toda dinâmica de rede social e a necessidade de milhões de streams para monetizar nas plataformas de streaming.

Nosso entendimento não é deixar de trabalhar as músicas nas redes ou nas plataformas, mas sim não depender 100% delas. O artista ter um espaço onde ele tenha, de fato, controle sobre as informações e possibilidade de monetização direta é o que nos parece ser a solução.

A proposição de valor do Fan First é clara, buscando capacitar o artista com ferramentas para:

  • Publicar conteúdo exclusivo para seus seguidores;
  • Receber apoio financeiro direto através do Fan Boost;
  • Criar missões e metas coletivas que convertem engajamento em conquistas tangíveis;
  • Controlar sua base de fãs, com acesso completo a dados e contatos, minimizando a dependência de algoritmos.

Tecnologia para transformar a relação entre artistas e fãs

A Shake Music, que está em seu terceiro ano de operação e já atende a centenas de artistas e gravadoras, possui uma visão estratégica de unir tecnologia, dados e engajamento para transformar a relação entre artistas e fãs em um motor real de receita.

Embora a inteligência artificial não seja o foco explícito das funcionalidades de interação direta, ela desempenha um papel crucial nos bastidores, fornecendo aos artistas a capacidade de analisar dados sobre seu público. Essa inteligência de dados permite uma compreensão aprofundada dos padrões de consumo e interação dos superfãs, otimizando as estratégias de conteúdo e engajamento e, em última instância, fortalecendo a conexão humana que define a relação artista-fã.

Atualmente em fase de soft launch com acesso restrito a convidados, o lançamento completo do Fan First está previsto para o primeiro trimestre de 2026. Artistas interessados já podem se inscrever em fanfirst.app. Os fãs, por sua vez, receberão convites diretamente dos artistas por meio de suas redes sociais.

Para profissionais do Music Business, essa tendência exige uma reavaliação das estratégias de marketing e engajamento. O futuro da indústria musical parece apontar para um modelo fan-powered, onde a tecnologia e a inteligência artificial são aliadas na construção de relações diretas e sustentáveis, garantindo que a arte encontre seu público e seja devidamente valorizada.

A habilidade de cultivar e capitalizar sobre os superfãs será, sem dúvida, um diferencial competitivo para o sucesso a longo prazo.

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