
Samuel Rosa foi extremamente sincero ao refletir recentemente sobre o ambiente musical na internet.
Nos bastidores do festival Doce Maravilha, onde o líder do Skank se apresentou ao lado de Nando Reis em um show que reuniu grandes sucessos dos músicos, o cantor mineiro conversou com o TMDQA! e comentou sobre o impacto das análises rasas e comportamentos críticos de pessoas que costumam falar com autoridade sobre assuntos complexos, mesmo sem uma vasta experiência na área:
“Tá perigoso hoje o meio musical. Eu estou vendo muita gente hoje comentando as coisas em tom professoral. Sabe, tem muito professor fuleiro aí na internet, nas redes, falando o que sabe, o que não sabe. Às vezes eu dou risada, porque falo, ‘Caramba, eu tenho uma carreira de quase 40 anos na música, com o Skank que vendeu mais de milhões, fiz vários hits, vários discos, e não tenho a certeza que esse cara, que tem a metade da minha idade, não tem nenhum hit na vida, nunca fez um álbum, não tem uma banda, tem’. Eu acho aquilo estranho.”
Em sua crítica, que viralizou nas redes sociais e fez vários fãs apontarem acontecimentos semelhantes em praticamente todas as áreas de conhecimento, Samuel Rosa argumentou que a confiança com que algumas pessoas opinam sobre carreiras ou estratégias artísticas ignora a complexidade relacionada ao fazer musical:
“A gente tem que tomar cuidado, porque a gente tá vivendo hoje na era muito oral. É tudo na base da persuasão, sabe, na base do convencimento. As pessoas, às vezes, não têm currículo e tão ali falando em tom de autoridade. ‘Ó, faça isso, não faça aquilo’. E eu dou risada. Meu Deus, o Skank dependeu tanto do acaso, da sorte. Como que esse cara fala isso com essa certeza toda? Então, hoje… Por isso que nós estamos na época dos influencers.”
Veja o vídeo ao final da matéria!
Samuel Rosa viraliza com vídeo em que fala sobre influencers
O cantor veterano ainda apontou que, se antes o reconhecimento vinha de conquistas concretas em diversas profissões além da música, hoje parece que a capacidade de convencer é o suficiente:
“Porque é louco, assim, na época que o Skank apareceu e outras coisas, você era influencer a partir de alguma excelência que você tinha na vida. Você luta boxe bem, você joga bola, você canta, você compõe. Você tem alguma excelência. Daí você começa a influenciar pessoas. Hoje essa parte cortou. O que você faz não interessa. Interessa o que você fala.
E aí eu digo pra algumas pessoas, aquele velho jargão do futebol, ‘Mas esse sujeito jogou aonde, gente? Jogou aonde pra falar com essa certeza toda?’ Então, tem que tomar muito cuidado com isso. As coisas não são tão simples. E o acaso, a sorte… Eu fico com muito medo dessa geração nova que está acatando esse tipo de regime que não atende ao artista, atende ao mercado.”
Nas redes sociais, bandas, artistas, e muitos internautas concordaram com a opinião de Samuel Rosa, cuja fala também chama atenção para uma realidade em que o imediatismo tem sido priorizado ao invés do interesse por assuntos mais aprofundados e com embasamentos reais. Vale a reflexão!
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