Ao longo de sua carreira inspiradora como ator, Wagner Moura sempre demonstrou seu engajamento político.
O artista, que se tornou um nome de destaque em produções internacionais, agora retorna aos palcos depois de mais de uma década com a peça Um Julgamento – depois de Um Inimigo do Povo. A montagem revisita o clássico de Henrik Ibsen em uma adaptação que dialoga com o Brasil atual, abordando o papel da direita e da esquerda.
Nesta segunda-feira (22), Moura participou de uma coletiva realizada em Salvador para comentar sobre o espetáculo, mas não se limitou a falar sobre sua volta ao teatro. Em determinado momento, o ator abordou sua participação nas manifestações contra a PEC da Blindagem e o PL da Anistia, realizadas no domingo (21), em Salvador, onde esteve ao lado de nomes como Daniela Mercury e Baco Exu do Blues.
Wagner Moura opina sobre a necessidade de posicionamento político de artistas
Primeiro, Wagner Moura celebrou a presença histórica de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque e Djavan e outros astros da música no ato do Rio de Janeiro e destacou a potência de ver a música se unir à luta política:
“Você vê aqueles caras naquele palco, lutando por democracia, pelas coisas que eles acreditam e cantando aquelas músicas que fazem parte da nossa música. É um negócio tão emocionante, tão bonito. É um exemplo tão grande de cidadania, de artista cidadão.”
Ainda assim, o ator baiano fez questão de compartilhar sua visão sobre a necessidade de artistas se manifestarem politicamente:
“Mas, por outro lado eu, particularmente, tenho resistência à cobrança para que artistas se posicionem, falem, não sei o que lá, essas coisas. Eu acho que artista é que nem todo mundo. ‘Ah, mas você tem que falar…’.
Ninguém tem que falar. Quem tem que falar é quem quer falar. E vou te dizer, quando você fala você tem que segurar o rojão depois de falar, entendeu? Então, não é pra todo mundo mesmo. Tem gente que se preserva, tem gente que não quer. E eu entendo completamente. Eu não acho que as pessoas devam ser pressionadas a se colocar se elas não estiverem prontas pra isso.”
Durante sua participação na manifestação do último domingo, Wagner Moura reforçou seu orgulho em ter nascido na capital baiana e criticou as propostas dos parlamentares que avançaram recentemente.
“Eu tenho orgulho de ser da Bahia, porque aqui a extrema direita não se cria. Aqui não, pai. Aqui não”, afirmou o ator enquanto era ovacionado pela multidão que acompanhava o protesto e que puxou um coro de “sem anistia”.
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