John Paul Jones, do Led Zeppelin e Them Crooked Vultures
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Historicamente, a Guitar World teve a honra de publicar algumas colunas com lições escritas por John Paul Jones, lendário baixista do Led Zeppelin, e em uma dessas publicações a revista abordou o uso de oitavas em linhas de baixo.

Segundo Jones, além de serem muito eficazes para criar “grooves” de notas únicas, como o riff principal de “The Wanton Song”, música do Zeppelin usada como exemplo por ele, “as oitavas são ótimas para construir linhas fortes” no instrumento.

Remexendo no catálogo de sua icônica banda, John Paul afirmou, citando também “Nobody’s Fault But Mine”, do álbum de 1976 Presence, e o saudoso baterista John Bonham, que “o objetivo era fazer o baixo e a bateria soarem como um só instrumento”.

Assim, ele explica, o Led Zeppelin criava aquela sonoridade tão pesada não só para a época mas também para os dias atuais (via GuitarWorld):

“Uma maneira particularmente eficaz de usar oitavas é combinar a nota grave e a nota aguda com o bumbo e a caixa do baterista, respectivamente. Um bom exemplo desse tipo de sincronização de oitavas entre baixo e bateria é ‘Nobody’s Fault But Mine’, do ‘Presence’. Toquei a parte sincopada da oitava em Mi com [Bonham], por trás da melodia sinistra de guitarra e vocal entre os versos (por volta de 2:36), com um baixo de oito cordas, que foi o que usei em todo o álbum ‘Presence’. Se você ouvir a gravação, notará como os Mi graves são tocados em conjunto com o bumbo do Bonzo, enquanto os Mi agudos são tocados em conjunto com sua caixa. Observe também o uso eficaz de pausas aqui. O objetivo era fazer o baixo e a bateria soarem como um só instrumento. Acho que essa é uma das coisas que tornavam o Led Zeppelin tão pesado – tocávamos todas aquelas pequenas frases perfeitamente juntas.”

Baixista do Led Zeppelin revela o que torna o som do grupo pesado

Em sua coluna na Guitar World, Jones destacou o mesmo tipo de sincronização de oitavas no riff principal de Jimmy Page para “Immigrant Song”:

“Para os dois primeiros compassos da seção de versos, peguei uma oitava em Fá# e simplesmente a desci um tom inteiro para Mi, para manter o groove impactante com a bateria, enquanto Jimmy sustentava um acorde de Mi aberto. Usei uma palheta nessa parte também. Ouça o canal certo para ouvir o baixo com clareza. Uma coisa muito legal sobre usar oitavas em uma linha de baixo é que você pode pegar um pedal point e torná-lo mais “agitado” e animado sem se desviar da tônica e obscurecer a harmonia. Não que se afastar da tônica seja necessariamente algo ruim — às vezes parece bom fazer isso — mas em certas situações você precisa tocar algo que seja harmonicamente ‘aterrado’, e oitavas são sempre uma aposta segura nesse sentido.”

Serviu a lição? Ouça todas as canções do Led Zeppelin citadas na explicação logo abaixo!

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