Dia dos Pais: 10 músicas de Metal que falam sobre a relação de pais e filhos

No heavy metal, a paternidade aparece em duas frentes: nas homenagens a filhos e pais, e nas dores causadas por figuras paternas ausentes, negligentes ou violentas. Muitos músicos do gênero, majoritariamente formado por homens, lidam com as complexidades de ser pai enquanto carregam marcas deixadas por seus próprios.

A catarse é central no metal. Traumas de infância – abuso, abandono, violência – viram letras intensas e confessionais. Mais do que desabafo, essas músicas também funcionam como denúncia e reflexão, revelando um lado corajoso e vulnerável de seus autores. Mas também há espaço para afeto: músicas que falam de saudade, amor e vínculos que resistem ao tempo.

Abaixo, aproveitando a oportunidade do Dia dos Pais e todas as reflexões positivas e negativas que ele traz, separamos 10 músicas que falam sobre essa relação.

10 músicas de Metal para ouvir no Dia dos Pais

Soulfly – “Son Song”

Max Cavalera sempre envolveu os filhos em suas bandas, como Soulfly, Cavalera Conspiracy e Go Ahead and Die. Para ele, a música é uma forma de fortalecer os laços.

Essa conexão também aparece em colaborações incríveis, como a parceria com Sean Lennon em “Son Song” – uma canção marcada pela dor da perda de seu enteado Dana Wells e a ausência do pai de Sean, John Lennon. Uma união improvável que resultou em um encontro inesperado e épico.

A história desse encontro é bem legal e foi contada em detalhes por Gloria Cavalera em seu blog Growing Up Green.

Metallica – “The Unforgiven” 

James Hetfield teve uma infância difícil, marcada por privações, abusos, uma família religiosa rígida, perda precoce da mãe e ausência paterna – o pai o abandonou aos 13 anos. Tudo isso moldou sua personalidade retraída e propensa a vícios, segundo sempre relatou publicamente.

A música “The Unforgiven” é dividida em três partes e aparece em três diferentes discos do Metallica. Ela é um desabafo e espécie de carta-resposta sobre essas dinâmicas familiares que tanto causaram prejuízos a sua vida.

Dream Theater – “The Best of Times”

“The Best of Times” é uma homenagem de Mike Portnoy a seu pai, Howard, que faleceu em 2008 e foi uma influência decisiva na sua paixão pelo rock. A faixa, lançada em 2009 no álbum Black Clouds & Silver Linings, ganhou novo significado ao ser incluída na atual turnê do Dream Theater, que celebra os 40 anos da banda e marca o retorno de Portnoy após anos afastado.

Pela primeira vez, a música está sendo executada ao vivo – um momento emocionante tanto para o baterista quanto para os fãs.

KISS – “I Will Be There”

A faixa “I Will Be There”, do álbum Carnival of Souls (1996), foi escrita por Paul Stanley em homenagem a seu filho, Evan Shane. A música retrata a relação entre pai e filho como um laço inquebrável, marcado pela presença constante e pelo apoio incondicional.

Com tom afetuoso, a letra reflete sobre o crescimento, o passar do tempo e a promessa de amor que permanece, mesmo diante da ausência física.

Manowar – “Father / Pai”

Originalmente lançada como “Father” no álbum Thunder in the Sky (2009), a canção ganhou versões em vários idiomas, como inglês, alemão, italiano, espanhol, francês, grego, turco, polonês, japonês e até português e outros.

Adaptar as métricas para tantos idiomas é um desafio, o que faz algumas versões parecerem traduções automáticas. Manowar sempre gera opiniões divididas: os fãs são apaixonados, enquanto quem está fora do fandom costuma ser mais crítico. Ainda assim, o grupo não passa despercebido, seja pelo amor ou pela controvérsia.

Korn – “Daddy”

Uma das faixas mais intensas e dolorosas da história do metal pertence ao Korn. A letra fala sobre o abuso que Jonathan Davis sofreu na infância e a dor de não ter sido acreditado pelo pai.

Durante a gravação em estúdio, ele chorou de verdade, e esse colapso emocional foi mantido no disco. É impossível ouvir sem sentir o peso, já que Jonathan transformou em música muitas passagens traumáticas da infância. 

Iron Maiden – “Blood Brothers”

Escrita pelo baixista Steve Harris após a perda de seu pai, a música aborda temas como laços humanos, mortalidade e o sentido da vida.

Lançada no álbum Brave New World (2000), do Iron Maiden, a faixa se destaca pela carga emocional e pela sensibilidade com que Harris trata o luto e as relações familiares, a passagem do tempo e a fragilidade da existência.

Kiko Loureiro – “A Perfect Rhyme” 

Kiko Loureiro contou ao TMDQA!/Palavra de Peso que a canção instrumental lançada no disco Sounds of Innocence (2012) é uma homenagem à sua primeira filha e mostra que, mesmo sem palavras, a música pode dizer muito.

“Ela tocou a música com a Orquestra de Helsinque – foi um momento super especial pra mim”, disse.

Machine Head – “Five”

A música “Five”, do Machine Head, aborda o abuso sexual sofrido pelo vocalista Robb Flynn aos cinco anos de idade, um trauma relacionado à quebra de confiança e cuidado no ambiente parental.

Lançada no álbum The Burning Red (1999), a canção carrega uma carga emocional intensa. Ele nunca revelou a identidade do agressor, mas declarou que a gravação foi extremamente dolorosa e afirmou que jamais a apresentaria ao vivo.

Elaã – “Autistaremos”

A banda de Fortaleza retorna a esta coluna com a faixa “Autistaremos”, uma homenagem do guitarrista Lucas Mesquita à sua filha que vivencia as questões do espectro autista. A música, mesmo sendo instrumental, carrega uma forte carga emocional, inspirada na profunda conexão entre pai e filha.

“Autistaremos” vai além da melodia: é uma expressão de afeto, vivência e representatividade, traduzindo em som aquilo que muitas vezes as palavras não alcançam.

OUÇA AGORA MESMO A PLAYLIST TMDQA! METAL

Nu Metal, Metalcore, Heavy Metal, Thrash e muito mais: todo peso das guitarras aparece na Playlist TMDQA! Metal para você ouvir clássicos e conhecer novas bandas agora mesmo. Siga o TMDQA! no Spotify!