James Hetfield no clipe de Until It Sleeps, do Metallica, do disco Load
Reprodução/YouTube

Em episódio recente do podcast The Metallica Report, que oferece atualizações semanais privilegiadas sobre tudo relacionado ao Metallica, o produtor Bob Rock falou sobre seu trabalho em dois álbuns da banda: Load, de 1996, e Reload, de 1997.

Rock, na ocasião, defendeu ambos os discos produzidos por ele e que sempre foram controversos historicamente, tanto entre os fãs quanto entre os próprios membros do grupo.

Refletindo sobre as sessões de composição e gravação no estúdio, Bob citou James Hetfield, Lars Ulrich e Kirk Hammett, além de nomes como Aerosmith, Rolling Stones e Guns n’ Roses (via Blabbermouth):

“Bem, a grande mudança em ‘Load’ e ‘Reload’ foi por causa das influências de outras bandas — não sei de quem foi a ideia; talvez tenha sido Lars, porque ele é o tipo de cara que pensa grande e olha para a música como eu. De repente, ele disse: ‘Bem, eu gosto de bandas como Aerosmith, The [Rolling] Stones, Guns n’ Roses’. Há dois guitarristas. Antes de ‘Load’, James fazia todas as bases. Então, a ideia é que Kirk tocaria as bases junto com James, e isso mudou tudo. E algumas pessoas não gostam.”

Ao explicar como sua abordagem de produção destoava da de Flemming Rasmussen, responsável pelos álbuns anteriores Ride The Lightning (1984), Master Of Puppets (1986) e …And Justice For All (1988), Rock afirmou:

“Voltando ao ‘Black Album’, quando os conheci, eles me contaram como gravavam. Então, basicamente, o que eles sabiam era como [Flemming] montava um disco. Não vou entrar em detalhes sobre o porquê e como, mas eu não faço isso. E eu disse a eles: ‘Eu não faço isso. Gravo tudo ao vivo’. E eles disseram: ‘Por que você faria isso?’ E eu expliquei para eles. Eu disse, bem, do jeito que eles fizeram, é muito mecânico. Em outras palavras, você não pode voltar e consertar um bumbo — você simplesmente não consegue fazer. Você não pode mudá-lo. E você não consegue realmente entender o que a música inteira é até terminá-la. Mas o que você faz quando grava ao vivo, você obtém um bom exemplo de praticamente tudo, tipo, todas as partes.

Então, você pode descobrir, tipo… Jason [Newsted, então baixista do Metallica] não estava tocando baixo como um baixista. Ele estava apenas dobrando a guitarra. Então eu o ensinei, tipo, ‘Cara, seja um baixista’. Então, há momentos em que ele não está tocando o riff de guitarra; ele está tocando a bateria. E isso nunca teria acontecido se você simplesmente fizesse isso com um clique e tocasse todas as guitarras. Então, isso abriu a porta, e é minha culpa que eu tenha aberto essa porta para eles, porque o que eles perceberam, através da gravação do ‘Black Album’, foi que havia algo diferente naquilo, e em ‘Load’ eles abraçaram isso.

E, então, eles tiveram influências diferentes porque estavam na estrada há — o quê? — três anos ou algo assim. Começamos com as mesmas formas, por assim dizer, os riffs que eles haviam coletado. Mas então — a história já foi contada — acho que gravamos 26 faixas.”

Qual fase você prefere?

Ex-produtor do Metallica defendeu os controversos Load e Reload

Na mesma conversa, Bob explicou que havia “uma grande diferença” entre a produção de Load e Reload:

“Eles soam diferentes — soam realmente diferentes. E há um motivo. Quando estávamos em Nova York, eles não tinham os consoles que usávamos antes, o [SSL] 6.000. Todos os estúdios disponíveis tinham um SSL 9.000. É uma coisa completamente diferente. E [o engenheiro/mixador] Randy Staub e eu odiávamos pra caramba, porque ele sempre quebrava e dava defeito. Enfim, não vou entrar em detalhes, mas é um gosto adquirido. Não é o que eu faço, mas era o que tínhamos para finalizá-lo.

Então, quando ouvi ‘Load’ e quando me pediram para escrever sobre [o relançamento de] ambos os discos, e conversei com Lars sobre isso, eu disse: ‘Eles são completamente diferentes sonoramente’. ‘Reload’ é agressivo. Mas você precisa entender — as pessoas adoram ‘Load’. Elas não sabem o que eu sei. E não se importam com o que eu sei. Mas, para mim, era realmente evidente que eles eram tão diferentes. E aí eu volto ao porquê e tudo mais. Então, eu gostaria de remixar ‘Load’ [risos], mas isso nunca vai acontecer.”

Ouça o episódio do podcast logo abaixo!

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