No dia 12 de agosto de 1989, mais de 100 mil pessoas lotaram o Estádio Lenin, em Moscou, para assistir a um dos shows mais emblemáticos da carreira de Ozzy Osbourne – e também da história do Rock.
Em plena Guerra Fria, o Príncipe das Trevas cruzou a “Cortina de Ferro” para cantar sucessos como “Crazy Train” e “Shot in the Dark” diante de um público russo sedento por liberdade e música pesada. A apresentação fez parte do Moscow Music Peace Festival, um evento de proporções históricas que, por um dia, encheu de música o coração da União Soviética.
Ozzy subiu ao palco diante de uma plateia que pouco tempo antes mal tinha acesso à cultura ocidental. O clima era de tensão política, mas também de esperança: a Perestroika de Mikhail Gorbachev já dava sinais de abertura, e o festival acabou se tornando um símbolo não oficial do fim iminente da Guerra Fria. Em entrevistas posteriores, Ozzy descreveu o momento como “surreal”, dizendo que nunca imaginou tocar em um lugar como aquele, ainda mais com um mar de pessoas cantando suas músicas em um país onde ele até então era censurado.
Moscow Music Peace Festival
Organizado pelo empresário Doc McGhee, que estava tentando se redimir judicialmente de acusações de tráfico de drogas, o Moscow Music Peace Festival aconteceu nos dias 12 e 13 de agosto de 1989 e contou com um lineup estrelado: além de Ozzy, tocaram Motley Crüe, Bon Jovi, Skid Row, Cinderella, Scorpions e Gorky Park, este último representando o Rock local.
O festival tinha como pano de fundo uma causa nobre: promover a paz mundial e conscientizar sobre o combate ao uso de drogas. A transmissão via satélite permitiu que milhões de pessoas ao redor do mundo acompanhassem aquele momento inédito, em que o muro invisível entre Oriente e Ocidente parecia começar a ruir.
Um dos momentos mais simbólicos do festival foi a performance de “Wind of Change”, do Scorpions, que viria a se tornar um hino não oficial da queda do Muro de Berlim, que aconteceria poucos meses depois. Ainda que o Moscow Music Peace Festival não tenha sido um evento político oficial, sua importância simbólica e cultural é inegável.
E no meio de tudo isso, lá estava o já saudoso Ozzy Osbourne, em seu auge, entregando uma performance furiosa e catártica. Assista ao show logo abaixo!
