Ney Matogrosso diz que quer usar "ácido da melhor qualidade" quando estiver morrendo

Depois de experimentar mais de 20 tipos de LSD, Ney Matogrosso decidiu que quer estar na "onda do ácido" quando morrer, e lembrou experiência com Cazuza.

Foto por <a href="http://instagram.com/stephaniexhahne" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Stephanie Hahne</a>
Foto por Stephanie Hahne

Assunto delicado para a maioria das pessoas, a morte não é um problema para Ney Matogrosso. O artista de 82 anos já sabe como quer partir: durante uma onda de LSD.

Em entrevista à revista Breeza, a lenda da música brasileira revelou que já usou mais de 20 tipos da substância psicoativa ao longo da vida, sempre durante rituais espirituais e de autoconhecimento.

O ex-líder do Secos e Molhados falou ainda sobre suas experiências com maconha e ayahuasca, mas disse considerar o LSD ideal para o momento de sua partida – não qualquer um, e sim o “da melhor qualidade”:

Eu já conversei com um médico amigo meu: ‘Olha, se eu estiver morrendo, bota o ácido da melhor qualidade na minha boca e me deixe morrer. Não tente me manter vivo artificialmente, me dê um bom ácido e pronto, deixa eu ir’. Eu convivo com muita tranquilidade com essa ideia. Já usei muitas coisas, mas nunca para festa. Eu uso para o meu entendimento próprio.

Eu tomei mais de 20 ácidos, mas tudo com foco no autoconhecimento. E a maconha também é para aumentar a minha percepção, mas não faço uso regularmente. Também tomei ayahuasca por um ano e meio, mas só buscando o dentro, nada do lado de fora, sabe? Eu não estava a fim de ter miração, eu queria entender quem eu era, e entendi muita coisa.

Ney Matogrosso lembra experiência com Cazuza

Sobre a ayahuasca, também conhecida como chá de daime, Ney Matogrosso ainda relembrou o dia em que convidou Cazuza para um ritual na floresta envolvendo a droga.

Tudo começou quando Ney percebeu que o vocalista do Barão Vermelho estava “com um aspecto diferente” da sua irreverência de sempre, e deu tão certo que Cazuza teria usado até seus últimos dias:

Ele andava com uma garrafinha que não deixava ninguém se aproximar. Isso porque ele viajava com aquela garrafinha de daime, e só ele tomava. Na reta final do Cazuza, pelo que eu sei, ele tomou o daime. Mas ele tomava dois goles, não um copo. Sabe o que eu gosto de tomar hoje em dia? Uma colher. Não quero ficar desvairado, eu quero uma colher só para ficar na sintonia.

Durante o papo, Ney disse ainda que, quando entrou para o Secos e Molhados aos 30 anos de idade, “já tinha passado pela fase das drogas”. Mas certamente essas experiências contribuíram para todo o conceito inovador da banda, né?

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