Steve Albini com os membros sobreviventes do Nirvana em 2023
Reprodução/Twitter

Nesta quarta-feira (8), o mundo da música foi surpreendido pela morte repentina de Steve Albini, aos 61 anos, nos Estados Unidos. Vítima de um ataque cardíaco enquanto trabalhava em seu estúdio Electronic Audio, em Chicago, o produtor era muito querido na cena do Rock e admirado por seu grande talento.

Conhecido principalmente por ter colaborado no In Utero (1993), último disco lançado pelo Nirvana, Albini, antes de aceitar trabalhar com a banda, escreveu uma carta endereçada ao trio.

Após o falecimento do produtor, a conta oficial da banda no X/Twitter fez sua primeira publicação em 2024 para mostrar justamente o conteúdo da carta. No texto que você confere na íntegra ao final da matéria, Steve explicou suas condições para Kurt Cobain, Dave Grohl e Krist Novoselic.

Em determinado trecho, Albini escreveu, deixando claro que prezava pela originalidade e priorizava seu amor pela música:

Acho que a melhor coisa que vocês poderiam fazer neste momento é exatamente o que vocês estão falando: lançar um disco em alguns dias, com alta qualidade, mas com uma ‘produção’ mínima e sem interferência dos [executivos]. Se isso é realmente o que vocês querem fazer, eu adoraria estar envolvido. Se, ao invés disso, vocês se encontrarem na posição de serem temporariamente favorecidos pela gravadora, apenas para vê-los puxarem a corrente em algum momento (incomodando vocês para retrabalhar músicas/sequências/produções, chamando ‘mercenários’ para ‘adoçar’ seu disco, entregar tudo para algum DJ de remix, tanto faz…) então, vocês terãp uma chatice e eu não quero fazer parte disso.

Steve Albini escreveu carta antes de aceitar convite do Nirvana

Depois de também tornar explícita sua metodologia e filosofia de trabalho, Albini afirmou:

Considero a banda o mais importante, como a entidade criativa que gerou a personalidade e o estilo do grupo e como a entidade social que existe 24 horas por dia. Não considero que seja minha função dizer-lhe o que fazer ou como tocar. Estou bastante disposto a deixar minhas opiniões serem ouvidas (se eu acho que a banda está fazendo um belo progresso ou um grande erro, considero parte do meu trabalho contar a eles), mas se a banda decidir buscar algo, eu terei certeza de que isso será feito.

Na carta, Steve, grande pioneiro da cena underground do Rock com as bandas Shellac Big Black, revelou ainda que não queria receber por royalties após o lançamento de In Utero por julgar “injusto produtores terem parte dos ganhos nesse formato”.

Ele ainda finalizou com uma de suas frases mais célebres:

Se um disco leva mais de uma semana para ser feito, alguém está fazendo merda.

Hombridade rara de se ver, né? Aproveite para relembrar o In Utero mais abaixo!

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