atompunk fallout serie da amazon
Foto: Reprodução/Amazon

A franquia Fallout, que teve seu mais recente lançamento nos games com Fallout 4, em 2015, já se tornou um fenômeno global, conquistando milhões de fãs com seu cenário apocalíptico único. Agora, em 2024, a Amazon adaptou o jogo para uma série de muito sucesso, tanto entre o público quanto na crítica especializada, popularizando ainda mais esse universo retrofuturista pós-guerra atômica.

Essa estética utilizada tanto nos videogames quanto na adaptação é chamada de atompunk, um subgênero da ficção científica que explora um futuro alternativo em que a energia nuclear é dominante e o clima político, econômico e social reflete o que se vivia durante a Guerra Fria.

Em Fallout, a Grande Guerra aconteceu em 2077 e devastou o mundo com a explosão de bombas atômicas. A história da série se passa mais de dois séculos depois, em 2296, acompanhando personagens que sobreviveram às crises e seus descendentes.

Parte da população se escondeu em refúgios subterrâneos e ficou por lá mesmo, criando uma nova sociedade e gerando cidadãos que jamais viram a superfície, contaminada por radiação e supostamente repleta de monstruosidades.

Outra parte da sociedade ficou exposta às consequências da guerra, sem condições de garantir uma vaga nos refúgios e tendo que lidar com a escassez de recursos, uma vez que a classe dominante levou as maiores riquezas consigo e deixou para trás apenas a destruição.

A vida lá na favela – quer dizer, na superfície -, continuou. Mas a galera dos condomínios – quer dizer, dos refúgios -, simplesmente não quis saber.

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Mergulhando na Era Atômica

O atompunk, especialmente em Fallout, é um movimento que se apoia em realidades paralelas inspiradas nas décadas de 1950 e 1960. A tecnologia nuclear avançou a passos largos, impulsionando uma era de progresso e inovação em detrimento de outros rumos que vimos na vida real, como a evolução da internet e a conexão sem fios.

Nesse sentido, o atompunk vai além da ficção científica, trazendo referências de diversas áreas da cultura popular, como moda, música e design. Carros voadores, robôs domésticos e cidades futuristas dominam o cenário, mas tudo com uma cara retrô. Ideias como dispositivos portáteis ainda estão lá, mas são verdadeiros trambolhos – como os Pip-Boys, aparelhos equivalentes aos celulares, mas que são grandes braceletes carregados para todos os lados pelos moradores dos refúgios.

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Além disso, esses cenários distópicos refletem as consequências de um lado sombrio da política internacional que é uma herança do pós-Segunda Guerra: a ameaça constante da guerra nuclear, que paira sobre a sociedade, criando um clima de paranoia e pessimismo.

Elementos do Atompunk

  • Estética retrofuturista: É basicamente a visão do futuro para quem estava no passado. Com a estética fortemente inspirada na era espacial, o atompunk combina linhas aerodinâmicas e cores vibrantes.
  • Tecnologia nuclear: A energia nuclear é a força motriz do mundo atompunk, presente em tudo, desde carros e eletrodomésticos até armas e naves espaciais.
  • Guerra Fria e paranoia: A constante ameaça de guerra nuclear molda a sociedade, criando um clima de medo e desconfiança. Espionagem, propaganda, paranoia governamental e fortalecimento de grandes corporações são temas recorrentes. Daí o uso da energia atômica também em armaduras militares e milícias ideológicas que contrabandeiam esse tipo de tecnologia bélica. E, claro, existe a ameaça do fantasma do comunismo, uma organização social que colocaria em xeque o sonho americano
  • Sociedade distópica: Apesar dos avanços tecnológicos, a sociedade atompunk é frequentemente retratada como distópica, com forte controle governamental influenciado por grandes corporações, desigualdade social e repressão. Geralmente a sociedade entra em ruína depois que a guerra atômica acontece, de fato, e os efeitos colaterais do capitalismo garantem a sobrevivência e a segurança apenas para quem tem mais recursos.

Fallout e o Atompunk

A série Fallout captura com profundidade a estética e os temas do atompunk, tornando-se, talvez, o melhor retrato desse movimento. Apesar de utilizar o humor non sense e a ironia para apresentar o seu próprio universo e suas regras, estas são apenas ferramentas para criticar esse modo de organização social, enquanto a tecnologia nuclear, presente tanto em suas formas benéficas quanto destrutivas, é um elemento central da narrativa.

É um constante “podem rir, mas o que a gente está contando aqui já está acontecendo aí com vocês”. Troque o combustível majoritário para petróleo, mantenha a ameaça atômica, conte quantas corporações lucram com a guerra e pronto, a vida real se aproximou até demais de Fallout.

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Com uma visão única de um futuro alternativo e agora representado por uma série popular e acessível, o atompunk se consolida como um subgênero muito relevante. Prepare-se, porque esse vai ser um tópico cada vez mais debatido, aproximando-se da influência que seus “primos” cyberpunk e steampunk já têm há alguns anos.

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