Taylor Swift no Rio de Janeiro
Crédito: Diego Castanho exclusivamente para o TMDQA!

O impasse entre a Universal Music Group (UMG) e o TikTok não parece que vai se resolver tão cedo. Em meio ao silêncio, uma artista decidiu abalar as estruturas: Taylor Swift. Sempre ela!

A partir da última quinta-feira (11/04), as faixas de Swift voltaram a ser disponibilizadas no TikTok, surpreendendo os fãs e observadores do mercado da música. Como é possível uma artista da Universal Music estar presente no app após um rompimento tão abrupto?

Só mesmo alguém com muito cacife e coragem para bancar esse movimento estratégico. Taylor Swift está a uma semana de lançar seu novo álbum, The Tortured Poets Department, e fez questão de estar em uma das maiores vitrines para a música na atualidade. 

Errada não está! Entenda, abaixo, como Taylor conseguiu o que nenhum outro artista da UMG pode fazer.

Como Taylor Swift retornou para o TikTok – mesmo sendo artista da Universal Music?

Como foi amplamente divulgado em fevereiro, a disputa entre a Universal Music Group e o TikTok resultou na remoção do catálogo da maior gravadora do mundo do app da ByteDance. 

Todas as músicas de Harry Styles, Adele, Ariana Grande, The Weeknd, Justin Bieber, Billie Eilish, Drake, Post Malone, SZA, Bad Bunny, Kendrick Lamar e muitos outros ficaram indisponíveis. E as de Taylor Swift também.

No entanto, a autonomia de Swift sobre suas próprias gravações, conforme estipulado em seu contrato com a UMG em 2018, permitiu que ela decidisse retornar seu catálogo ao TikTok. Esta reviravolta mostra o poder dos artistas em influenciar o destino de sua música em um cenário de disputas entre gravadoras e plataformas digitais.

Claro que pouquíssimos artistas têm o mesmo status – e as mesmas cláusulas contratuais.

Entendendo a treta

Taylor Swift se apresenta no estádio Nilton Santos
Crédito: Diego Castanho exclusivamente para o TMDQA!

O distanciamento entre a UMG e o TikTok começou quando os termos de licenciamento entre as duas partes se tornaram o epicentro de um embate legal e estratégico. Com o contrato de licenciamento expirado no final de janeiro, a UMG decidiu remover suas músicas do TikTok, alegando que a plataforma não estava disposta a pagar um valor justo pelo conteúdo musical.

Outros pontos levantados foram restrições à Inteligência Artificial (IA) e questões de segurança. A Universal Music também criticou o TikTok por não tomar medidas eficazes contra discursos de ódio e assédio.

O TikTok contra-argumentou salientando estar ao lado dos artistas e reforçando que essa decisão irá impactá-los. Porém, a UMG informou que o app de vídeos curtos representa cerca de 1% da sua receita total, o que comprovaria o quão pouco a plataforma compensa os artistas e compositores. 

A decisão da UMG de retirar seu catálogo de músicas do TikTok causou uma repercussão significativa, deixando milhões de vídeos silenciosos. Essa situação levantou questões sobre o poder das gravadoras quanto ao acesso à música em plataformas digitais.

A liberdade que Taylor Swift tem com a sua música

Conhecida por sua postura assertiva em relação aos direitos autorais e à determinação em proteger sua arte, Taylor Swift emergiu como uma figura central na questão da autonomia dos artistas. Ela defende a propriedade de suas masters e o poder de decidir sobre sua carreira – questões que parecem básicas, mas que não estão disponíveis para todos os cantores e compositores.

Depois de experiências negativas com Scooter Braun e de ter decidido regravar suas próprias músicas, Taylor agora detém os direitos de suas próprias gravações e composições, proporcionando-lhe uma liberdade incomum até para grandes nomes do pop.

Essa autonomia tornou-se evidente quando, apesar da retirada do catálogo da UMG do TikTok, as músicas de Taylor Swift começaram a reaparecer na plataforma. Hits como “Lover”, “Cardigan” e “Fearless (Taylor’s Version)” voltaram a aparecer nos feeds dos usuários.

Senhora do Destino

Taylor Swift se apresenta no estádio Nilton Santos
Crédito: Diego Castanho exclusivamente para o TMDQA!

Essa não é a primeira vez que Taylor toma atitudes marcantes sobre onde sua música será ouvida.

Há 10 anos, a cantora pautou a conversa do mercado ao retirar todo o seu catálogo do Spotify, citando preocupações com a desvalorização da música e a justa remuneração dos artistas. Sua decisão provocou um debate sobre a economia da música digital e o papel das plataformas de streaming na indústria musical. 

No entanto, Swift também demonstrou que sabe voltar atrás em suas decisões. Em 2017, ela fez as pazes com o Spotify e permitiu que seu catálogo fosse disponibilizado novamente na plataforma, desde então dominando todos os seus charts a cada novo ciclo de disco.

Essas escolhas estratégicas de Swift refletem não apenas sua determinação em proteger seus interesses como artista, mas também sua capacidade de navegar habilmente nas complexidades da indústria da música e das relações com as plataformas digitais.

Como uma mulher de negócios, Taylor Swift já está pronta para sua nova era: The Tortured Poets Department será lançado no dia 19/04 e estará em todas as plataformas – até no TikTok.

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