Na era das bilheterias bilionárias em Hollywood, é difícil imaginar que um filme possa dar prejuízo – mas a verdade é que o cinema é um negócio de alto risco financeiro.

A última conta que não fechou e chamou muita atenção foi a de A Relíquia do Destino, quinto filme da franquia Indiana Jones que amargou retumbantes R$658 milhões de prejuízo para os bolsos do Mickey Mouse!

As informações da revista Forbes acendem um alerta que vem se mostrando verdadeiro desde que Hollywood existe: não há sucessos garantidos, e quanto maior a altura do voo, mais notória é a queda. 

A aposta em Indy 5 foi altamente arriscada e sem precedentes até para os estúdios mais gastadores: US$380 milhões, sem contabilizar os investimentos em marketing. Com uma conta alta dessas, é quase impossível que um filme se pague nas bilheterias.

O que faz de um filme um fracasso?

Indiana Jones 5
Crédito: Divulgação

A definição de um filme que não alcança seu potencial em Hollywood passa por muitos fatores. O mais óbvio é o longa que não consegue recuperar seus custos de produção, marketing e distribuição. Isso pode acontecer mesmo que o filme tenha arrecadado mais do que seu orçamento de produção, devido aos custos adicionais associados à distribuição e ao marketing, cada vez mais altos.

As práticas contábeis de Hollywood também podem influenciar a percepção de um filme como um fracasso de bilheteria. Por exemplo, um longa pode ter uma arrecadação significativa, mas ainda ser considerado um prejú devido a acordos de participação nos lucros que jogam as cifras para baixo. 

Ainda entram em cena fatores imprevistos, como aconteceu com a pandemia de COVID-19, impactando por anos a presença dos espectadores nas salas de cinema. Agora, as janelas de distribuição estão cada vez mais curtas, levando muita gente a esperar para ver o filme em casa, como te contamos aqui. Ou seja, mesmo um fracasso de bilheteria pode não ter nada a ver com os méritos artísticos e criativos do filme ou sequer significar que ele foi pouco assistido!

Por mais que a perda de US$130 milhões do mais recente Indiana Jones seja salgada, ela não chega perto de outros longas que amargaram contas negativas ainda piores. Para explicar esse fenômeno, o TMDQA! recorda os 5 maiores fracassos de bilheteria de Hollywood logo abaixo.

5 filmes que deram os maiores prejuízos de Hollywood

5. A Ilha da Garganta Cortada (1995)

A Ilha da Garganta Cortada
Crédito: Divulgação

Prejuízo: US$202 milhões

Elenco: Geena Davis, Matthew Modine, Frank Langella

O fracasso do diretor Renny Harlin foi motivo de piada na cultura pop durante a maior parte dos anos 90. Pelo visto, A Ilha da Garganta Cortada rendeu tudo, menos dinheiro. 

Custando entre US$90 e US$100 milhões, a produção arrecadou terríveis US$10 milhões após o lançamento. Ajustado para a inflação, isso representa uma perda de US$202 milhões para o filme de aventura e pirataria. 

Enquanto as estrelas Geena Davis e Matthew Modine recuperaram suas carreiras após esse desastre, a empresa de produção Carolco Pictures naufragou devido ao fracasso de A Ilha da Garganta Cortada.

4. Máquinas Mortais (2018)

Máquinas Mortais
Crédito: Máquinas Mortais

Prejuízo: US$204 milhões

Elenco: Frankie Adams, Robbie Sheehan, Colin Salmon, Hera Hilmar

Máquinas Mortais, do autor Philip Reeve, é um romance de ficção científica para jovens adultos altamente popular. Já sua adaptação, lançada 17 anos depois, não teve a mesma sorte. 

Talvez seja o interesse diminuído pelo tempo ou mesmo a qualidade da produção, mas a verdade é que a conta não fechou. 

Com custos entre US$100 e 150 milhões – sem falar no investimento em divulgação -, o filme arrecadou menos de US$84 milhões, e o valor ajustado pela inflação chega a US$204 milhões de prejuízo.

3. O 13º Guerreiro (1999)

O 13º Guerreiro
Crédito: Divulgação

Prejuízo: US$227 milhões

Elenco: Antonio Banderas, Omar Sharif

Em 1999, o diretor de Duro de Matar, John McTiernan, voltou ao passado para O 13º Guerreiro

O filme era uma adaptação do livro Comedores de Mortos, do autor Michael Crichton, que por sua vez era uma recontagem livre de Beowulf. Se isso parece muito complicado para dar certo, é porque foi. 

Ao contrário da adaptação anterior de Crichton, Jurassic Park, O 13º Guerreiro perdeu a batalha e a guerra. Com um custo de até US$160 milhões, o filme arrecadou menos de US$62 milhões, resultando em uma perda de US$227 milhões em valores atuais.

2. O Cavaleiro Solitário (2013)

Cavaleiro Solitário
Crédito: Divulgação

Prejuízo: US$240 milhões

Elenco: Armie Hammer, Johnny Depp

O longa reuniu o astro da franquia Piratas do Caribe, Johnny Depp, com o diretor original da série de filmes, Gore Verbinski. Uma paródia descontraída do Velho Oeste, O Cavaleiro Solitário parecia garantido para ser um grande sucesso. 

No entanto, em algum momento, essa homenagem aos seriados do Oeste dos anos 30 ficou mais sombria e estranha, com uma trama que incluía massacres de nativos indígenas e canibalismo. 

Quando O Cavaleiro Solitário chegou aos cinemas, o hype havia transformado as expectativas em decepção. O filme foi um fracasso desastroso, perdendo US$240 milhões.

Seria um prenúncio das carreiras de Hammer e Depp?

1. John Carter – Entre Dois Mundos (2012)

John Carter
Crédito: Divulgação

Prejuízo: US$255 milhões

Elenco: Mark Strong, Willem Dafoe, Taylor Kitsch, Lynn Collins, Bryan Cranston

Em 2012, John Carter foi lançado como uma tentativa de reviver os populares seriados dos anos 30, baseado no personagem famoso de Edgar Rice Burroughs

Com um orçamento de US$263 milhões, tornou-se um dos filmes mais caros já produzidos. Além disso, o custo de marketing adicionou quase outros US$100 milhões a essa quantia. 

Apesar de ter arrecadado US$284 milhões após o lançamento, o filme registrou uma perda histórica de US$255 milhões, tornando-se o maior fracasso de bilheteria de todos os tempos.

 

Como dá pra notar, um erro recorrente é a aposta de altíssimos orçamentos na expectativa de um retorno à altura. Porém, como variados estúdios e astros já aprenderam, não há fórmula garantida quando o assunto é cinema. 

No entanto, Hollywood continua apostando alto. Porque quando dá certo, é como tirar a sorte grande em um caça-níqueis: alto, barulhento e eufórico. O risco, como se nota, vale a pena.

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