Cola Boyy
Cola Boyy (Crédito: David Luraschi)

Matthew Urango, conhecido artisticamente como Cola Boyy, faleceu no domingo, 17 de março, de acordo com informações da gravadora francesa Record Makers no X (anteriormente Twitter).

Reconhecido não apenas por sua música, mas também por sua atuação como ativista pelos direitos das pessoas com deficiência, Urango deixou um legado marcante tanto na indústria musical quanto no ativismo social.

Além de ser uma figura proeminente na cena musical, Cola Boyy era engajado na luta por mais direitos – tanto para PcDs quanto de pessoas racializadas nos EUA. Ele não apenas expressava sua mensagem através de sua música, mas também trabalhava ativamente com organizações como Todo Poder Al Pueblo e APOC (Anarchist People Of Colour) para promover a igualdade e a justiça social.

Uma história improvável

Urango nasceu com várias condições na coluna vertebral, incluindo espinha bífida, escoliose e cifose. Em 2018, ele iniciou sua carreira solo após ter tido seu início no punk e tocado baixo na banda Sea Lions

Seu EP de estreia, Black Boogie Neon, foi lançado no mesmo ano e apresentou os sucessos “Penny Girl” e “Buggy Tip”, mostrando sua conexão com a disco music.

O talento e a personalidade de Matthew não passaram despercebidos, chamando a atenção de grandes nomes como MGMT e Nicolas Godin, do Air, este último sendo um dos co-fundadores da gravadora Record Makers. Desde então, ele passou por palcos como o do Coachella, festival da sua Califórnia natal.

Além de sua contribuição para a música, Urango era sinônimo de carisma. Seu empresário, Jack Sills, o descreveu como alguém com uma personalidade vívida, sempre animando qualquer ambiente com seu humor.

Guinada ao reggae

Para além do punk e da disco, Cola Boyy mostrou que sabe fazer de tudo um pouco. Há 3 anos, ele lançou uma versão da música “To Be Rich Should Be a Crime” – “ser rico deveria ser crime”, em tradução livre – de Jeb Loy Nichols. Este é mais um exemplo da sua versatilidade e também da forma como o artista incorporava suas crenças políticas e sociais nas suas canções.

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Ascensão

O primeiro disco foi a grande virada de página para colaborações com nomes como Patrick Wimberly, do Charlift, e Andrew VanWyngarden, do MGMT. 

Cola Boyy refletiu sobre o que o álbum de 2021 significava:

Esse disco representa um momento na minha vida em que eu tentava entender as coisas. Descobrindo meu lugar nesse mundo quando eu era jovem, porque era deficiente. Esse disco é uma linha do tempo desse processo, em que eu resolvi muitos desses conflitos e contradições dentro de mim mesmo. Saí dessa positivo e por cima. Eu lutei e venci, é um lembrete para todos de que podem fazer qualquer coisa – especialmente quando nos unimos aos outros e fazemos juntos.

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Legado de Cola Boyy

Embora sua partida seja uma perda para a comunidade musical e ativista, Cola Boyy deixa uma lição de quem vive a música apesar das dificuldades, tornando suas canções atemporais e com uma mensagem de empoderamento para os marginalizados.

Artistas e amigos prestaram homenagens emocionantes ao falecido músico. The Avalanches descreveram Urango como o cara mais efervescente, engraçado, talentoso e apaixonado que se poderia conhecer, enquanto o duo Chromeo expressou seu amor por sua música.

O espírito vibrante de Matthew Urango e sua música continuam a inspirar como um testemunho duradouro de seu talento e dedicação à causa que ele tão apaixonadamente defendeu.

Saiba mais sobre a história de Cola Boyy no vídeo a seguir.

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