O dia 2 de setembro de 1993 marcou uma virada na carreira do Sepultura, e consequentemente do Metal mundial. A banda, que havia explodido com Beneath the Remains (1989) e Arise (1991), encontrou uma nova fórmula para seu quinto disco, Chaos A.D..
O som sujo e veloz que fez da banda de Max Cavalera, Iggor Cavalera, Paulo Jr. e Andreas Kisser um dos principais nomes do Thrash Metal continuava ali, mas o grupo encontrou um groove diferente a partir deste lançamento.
Não à toa, o Sepultura é considerado – ao lado de nomes como Pantera e White Zombie – um dos precursores do que ficou conhecido como Groove Metal, vertente um pouco mais lenta, com guitarras em tons mais graves e um ritmo sincopado.
Na “trilogia de ouro” do Sepultura, Chaos A.D. pode ser visto como uma transição entre Arise e Roots (1996), no qual a banda mergulhou de vez em elementos tipicamente brasileiros como o berimbau e as percussões nordestinas.
Um nome importantíssimo para o sucesso do disco foi Andy Wallace, produtor de muitos discos lendários daquele início de anos 90, como Grace de Jeff Buckley e Stranger Than Fiction do Bad Religion, além de ter mixado o Nevermind do Nirvana e o próprio Arise.
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Do ponto de vista lírico, Chaos A.D. também representa uma revolução. Protestos políticos tão “dedo na ferida” não eram comuns no Metal, especialmente tratando de questões da América Latina e seus povos originários.
É o caso da pedrada “Territory”, que fala das batalhas pelo direito à terra e à moradia em várias partes do mundo, desde as favelas do Rio de Janeiro até o conflito histórico entre Palestina e Israel.
Mas o primeiro single do álbum foi “Refuse/Resist”, que logo de cara mostrou como os clipes seriam outro fator decisivo para a fama do álbum. O vídeo mostra imagens icônicas de cidadãos e organizações políticas enfrentando abusos por parte do governo e da polícia.
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Chaos A.D. ainda tem músicas que falam sobre a censura à arte e à música, como “Slave New World”, e sobre o poder da indústria farmacêutica, como “Biotech is Godzilla”. No total, são 12 faixas em 47 minutos, sem dar vontade de pular nenhuma.
Por isso mesmo, este e outros álbuns do Sepultura daquela época são considerados inspiração até hoje para grandes nomes do Rock, como Dave Grohl do Foo Fighters e Corey Taylor do Slipknot, que falou sobre importância dos brasileiros na sua carreira em uma entrevista exclusiva com o TMDQA!.
Relembre alguns dos melhores clipes de Chaos A.D. nos vídeos em destaque nesta matéria e ouça abaixo o disco que está completando 30 anos na íntegra!
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