Brian Molko em 2010
Foto de Brian Molko via Shutterstock

Brian Molko, vocalista da banda Placebo, está sendo processado por Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, depois de criticá-la no mês passado.

Como falamos anteriormente, durante o festival Sonic Park, que aconteceu nos arredores de Turim, o frontman do grupo de rock britânico chamou a política de extrema-direita de “merda, racista e fascista”, e ainda usou um jargão local para “vá se foder”.

De acordo com o Daily Beast (via Stereogum), a mídia italiana informou na última quarta-feira (2) que Giorgia Meloni entrou com uma ação legal de difamação contra Brian Molko.

Até o momento, não há nenhuma atualização sobre a possibilidade do vocalista ser de fato punido ou detalhes sobre as consequências do processo.

Brian Molko está sendo investigado pela polícia italiana

No entanto, após os registros da fala de Molko viralizarem na internet, as autoridades italianas passaram a investigar o cantor por violar a lei do país contra “difamação pública da República”. O Código Penal da Itália prevê uma multa de até 5 mil euros por este crime.

Vale lembrar que, durante sua campanha, Meloni invocou o antigo slogan da era fascista, “Deus, pátria e família”, para atacar o que ela chama de “lobby LGBT”, argumentando contra o casamento de pessoas do mesmo sexo e adoções por casais gays. Giorgia ainda pediu a proibição da educação sexual nas escolas.

Ela inclusive já declarou que o ditador fascista Benito Mussolini foi “um bom político” e disse que ele “fez muito pela Itália”, apesar de condenar o que chamou de erros do líder, como a entrada na Segunda Guerra Mundial ao lado da Alemanha de Hitler.

Você pode ver o vídeo do momento em questão envolvendo Brian Molko ao final da matéria!

Histórico de processos de Giorgia Meloni

A líder do partido de extrema-direita Fratelli d’Italia (que em tradução livre significa “Irmãos de Itália”), aliás, supostamente tem um histórico de processos contra pessoas que a criticaram abertamente.

Em novembro do ano passado, a primeira-ministra processou dois repórteres do jornal italiano Domani por difamação.

Na mesma época, ela entrou com uma ação separada por difamação contra o escritor Roberto Saviano, que a chamou de “desgraçada” na TV em resposta a seu comentário de que os barcos de resgate de ONGs que tentavam salvar refugiados deveriam ser afundados.

O último julgamento foi adiado para Outubro mas, caso Saviano seja considerado culpado, ele pode pegar até três anos de prisão.

Em tempo, a Human Rights Watch, organização que defende e realiza pesquisas sobre os direitos humanos, destaca que o histórico da primeira-ministra da Itália inclui justamente a retórica anti-imigração, particularmente dirigida a muçulmanos e membros de outras minorias religiosas e étnicas.

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