Quando não sabíamos sequer se o Foo Fighters iria continuar, eles anunciaram um álbum novo. Nesta sexta-feira (2), esse álbum provou ser um dos melhores da carreira da banda, com um recado bastante claro – But Here We Are, ou “mas nós estamos aqui”.
Esse recado veio recheado de mensagens profundas, mostrando mais uma vez que Dave Grohl é um dos melhores compositores da história na hora de transformar dor em arte.
Devido à perda de seu melhor amigo, Taylor Hawkins, e de sua mãe, Virginia Grohl, o líder do Foo Fighters explorou o luto como tema central do novo disco. Assim, ele alcançou não só quem já era fã da banda, mas todo mundo que já passou por uma situação parecida.
Pensando nisso, o TMDQA! separou dez estrofes ou trechos das músicas de But Here We Are – com tradução em potuguês – que nos levaram às lágrimas, pra que você também possa refletir. Confira abaixo!
Na segunda faixa do disco, o Foo Fighters trata da primeira fase do luto: a negação. A letra descreve uma pessoa caminhando sem parar, tentando encontrar o ente querido que se foi e lembrando dos momentos bons vividos ao lado dela.
Aqui, apenas dois versos curtos carregam uma dor muito forte. A música trata da sensação de desamparo quando não se tem mais alguém que costumava apontar os caminhos, muito provavelmente em uma referência a todas as orientações que Dave recebeu de sua mãe, Virginia.
Virginia Grohl foi professora durante toda a vida e acabou estendendo a sua didática para a criação do filho, como essa música mostra. Infelizmente, o adeus é algo que não se aprende em lugar nenhum.
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O quarto estágio do luto é a depressão, é encarar a realidade frente a frente sem ter certeza de como superá-la. Na sexta faixa do disco, Dave fala sobre os dias que passam sem que nada seja realizado.
Primeiro single divulgado do álbum But Here We Are, “Rescued” tem toda a cara de hit, mas traz uma letra complexa sobre o tempo que nos é dado nessa existência e como a nossa liberdade nessa vida é limitada.
Os versos curtos e potentes estão de volta na terceira música, descrevendo a solidão e a sensação de estar “perdendo a cabeça” nos primeiros dias após uma morte trágica.
É impossível fugir da raiva, segundo estágio do luto. Na quinta faixa do álbum, o Foo Fighters encara esse sentimento enervante de ter algo arrancado de você, sem aviso e sem piedade.
I had a version of home, and just like that / Eu tinha uma versão de casa, e de repente
I was left to live without it, left to live without it / Eu fui deixado para viver sem ela, deixado para viver sem ela
I had a person I loved, and just like that / Eu tinha uma pessoa que eu amava, e de repente
I was left to live without it, left to live without it / Eu fui deixado para viver sem ela, deixado para viver sem ela
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O disco é encerrado com talvez a música mais linda e emocionante, em que Dave brinca com a palavra Virginia, nome de sua mãe e também do estado em que ele nasceu. A sensação é de que a canção reúne as duas perdas, sintetizando tudo em dois dos versos mais belos da trajetória da banda e insinuando que, em algum momento, todos irão se reencontrar.
A oitava música do disco faz uma reflexão sobre a nossa própria morte e a preocupação com as pessoas que estão ao nosso redor, já que todos estamos sujeitos a um fim abrupto.
Música mais longa da carreira do Foo Fighters, “The Teacher” tem várias partes e temas distintos ao longo de 10 minutos. Neste trecho, ela trata do dia-a-dia de quem ficou por aqui e deve seguir a vida da melhor forma possível.