C6 Fest no Rio de Janeiro
Fotos por Diego Castanho/TMDQA!

O C6 Fest fez de seu último dia no Rio de Janeiro uma grande festa do rock alternativo e suas vertentes, encerrando com chave de ouro uma programação que se propôs a trazer shows muito aguardados. Embora Terno Rei já seja uma nome recorrente em palcos cariocas, o mesmo não se pode dizer de Black Country, New Road e The War on Drugs, bandas que fizeram sua estreia triunfal no Brasil.

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C6 Fest Rio: Terno Rei abre a última noite

Terno Rei no C6 Fest do Rio de Janeiro
Foto por Diego Castanho

O quarteto Terno Rei começou a programação com um set conciso, mesclando canções de seus elogiados álbuns Violeta e Gêmeos. “93” e “Brutal” levantaram o público de cara, mas logo em seguida viria um convidado surpresa: Lewis Evans, saxofonista, flautista e um dos vocais do Black Country, New Road. Ele subiu ao palco com seu sax alto para tocar “Retrovisor” e “Isabella” com o Terno Rei.

A apresentação continuou com “Solidão de Volta” e “Luzes de Natal”, seguidas por outro ponto alto: “Trailers”. “Esperando Você” e “Por Fim” marcaram o encerramento do show.

Ao vivo, a sonoridade do Terno Rei, inspirada no indie rock, post-punk e influências brasileiras, ganha mais potência, embebida em guitarras melódicas, linhas de baixo pulsantes e batidas oitentistas. Sem direito a bis, o grupo se despediu para dar lugar à montagem inusitada da banda seguinte.

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C6 Fest Rio: Black Country, New Road arrebata fãs

Black Country, New Road no C6 Fest do Rio de Janeiro
Foto por Diego Castanho

O Black Country, New Road é um sexteto eclético, o que resulta em guitarras e violões dividindo espaço com bandolim, banjo, violino e sanfona no palco. Talvez por isso, os próprios músicos optem por auxiliar na organização dos instrumentos antes mesmo do show começar. 

Mas quando as primeiras notas ressoam, parece que o público encontra os músicos no palco pela primeira vez. A energia é intensa e a banda combina elementos do rock alternativo, post-punk, jazz e post-rock para criar um som distintivo e original. Eles são conhecidos por suas composições complexas e progressivas, o que torna as canções pequenos contos cantados, com direito a muitas surpresas sonoras.

Os shows do Black Country, New Road são muitas vezes acompanhados por improvisações musicais, tornando cada apresentação única. A banda costuma estender e reinventar suas músicas ao vivo, adicionando camadas extras de complexidade e criando momentos surpreendentes.

O repertório começa com “Up Song”, abrindo o show com energia. Essa é uma canção bem representativa dos elementos distintivos da sonoridade da banda, com suas mudanças de ritmo e letras expressivas. Em seguida, “The Boy” oferece uma atmosfera mais contemplativa, com arranjos delicados e letras introspectivas. 

Na sequência, “I Won’t Always Love You” combina letras sentimentais com instrumentação expansiva, tornando-se um destaque emocional do show. “Across the Pond Friend” surge com sua melodia cativante, com uma fusão de elementos de rock e jazz. 

O show continua com “Laughing Song”, que oferece uma abordagem mais experimental, com inovações sonoras e uma mistura intrigante de texturas musicais. “Horses” é uma música mais melódica, com um toque de nostalgia. 

“Nancy Tries to Take the Night” segue intensa e frenética, com riffs de guitarra marcantes e uma energia implacável. Em uma união com transição sutil, “Turbines” mostrou sua sonoridade enérgica, enquanto “Pigs” traz uma atmosfera mais sombria e experimental.

Por fim, “Dancers” é uma música épica e expansiva, que mostra toda a criatividade e complexidade musical do Black Country, New Road. É uma finalização grandiosa para um show que mesclou bem a intensidade de uma banda inventiva com a sua habilidade de cativar o público com carisma. 

Após o fim do show, os músicos ainda ficaram no palco, desmontando seus próprios instrumentos e entregando setlists, baquetas, palhetas e tirando fotos com os fãs da grade. Tudo isso enquanto os roadies começavam a desmontar a montanha coberta por panos pretos ao fundo do palco. A guerra às drogas se aproximava – e com muita potência.

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C6 Fest: The War on Drugs tira o atraso de shows no Brasil

The War on Drugs C6 Fest
The War on Drugs (Crédito: Diego Castanho)

O show da banda The War on Drugs demorou alguns anos para se concretizar no Brasil, mas o líder Adam Granduciel fez questão de fazer valer a pena a sua estreia em palcos cariocas. O guitarrista e vocalista tocou por cerca de 2h10 e atendeu pedidos do público em uma noite de celebração.

O repertório começou com “Nothing to Find”, seguida por “Old Skin”, “Pain” e “An Ocean in Between the Waves”. “I Don’t Wanna Wait” segue resgatando as canções de I Don’t Live Here Anymore, seu álbum mais recente, em uma sequência que inclui também “Victim”, “Strangest Thing”, “Harmonia’s Dream” e “Living Proof”

Em seguida, a banda retorna ao disco Lost in the Dream com “Eyes to the Wind”, para logo após ir até 2008 em seu primeiro álbum, Wagonwheel Blues, com “Buenos Aires Beach”. Após brincar que não teria tempo para cantar um dos maiores destaques da discografia, Adam emendou “Under The Pressure” e, depois de questionar se haveria um toque de recolher, “I Don’t Live Here Anymore” terminou o set principal com a energia no alto. 

Isso porque o The War on Drugs foi a única atração de todo o festival a fazer um bis. O grupo retornou para apresentar “Come To the City”, “Thinking of a Place” e “Burning”, somando mais de duas horas de show e certamente o repertório mais longo de todos os três dias do C6 Fest.

O vocalista agradeceu profusamente a presença dos fãs que esperaram todos esses anos por um show do The War on Drugs no Brasil. E garantiu: “Será o primeiro de muitos”. O público carioca certamente não irá reclamar.

Galeria de fotos – último dia do C6 Fest no Rio de Janeiro

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