Relembre a obra de artistas que misturam música e literatura
Imagens: Divulgação

É comum ouvirmos o termo “sétima arte” para se referir ao cinema, proposto por um intelectual italiano em 1923 para incluir os filmes em uma lista anterior do filósofo alemão Friedrich Hegel que já trazia arquitetura, escultura, pintura, dança, música e poesia.

Entre esses formatos que tanto alimentam a nossa alma e nos ajudam a encarar a vida com mais beleza, é difícil pensar em outras que se complementam melhor do que as duas últimas: música e poesia.

Prova disso são cantores e cantoras que conseguiram trazer a literatura para suas canções, popularizando livros clássicos ou nos mostrando novos jeitos de experimentar sons ambientes, poesia falada ou até efeitos espaciais.

O TMDQA! preparou uma lista com alguns desses artistas cuja obra “poética” você precisa conhecer, indo desde Kate Bush até Beck, passando por Adriana Calcanhotto e Arnaldo Antunes. Confira!

7 artistas que unem música e literatura

Adriana Calcanhotto

Verdadeira referência na arte de musicar poemas, a artista brasileira é professora convidada na Universidade de Coimbra, em Portugal, onde dá aulas justamente sobre o processo de escrever canções, e foi nomeada Embaixadora da Língua Portuguesa pela instituição.

Com mais de 30 anos de carreira, 12 álbuns de estúdio e diversos livros lançados, o nome de Adriana já foi ventilado algumas vezes para a Academia Brasileira de Letras, e são grandes as chances de que ela apresente sua candidatura oficialmente agora em março, para a cadeira da escritora Cleonice Berardinelli, que era sua amiga. Tá bom ou quer mais?

Connor Oberst

Eleito Compositor do Ano pela Revista Rolling Stone em 2008, Connor é mais conhecido como vocalista da banda Bright Eyes, com a qual já lançou 10 álbuns. Mas ele lançou seu primeiro disco solo aos 13 anos (!), e já teve pelo menos sete projetos paralelos. E o músico está com apenas 43 anos de idade!

Connor ainda não fez a transição para a literatura, mas suas músicas são verdadeiros contos. Em seu trabalho de maior sucesso, I’m Wide Awake, It’s Morning (2015), ele usa a queda de um avião como pano de fundo para discussões sobre vida, morte e renascimento. Vai dizer que não podia ser um livro?

Daniel Pandeló Corrêa

Ainda na nova geração de compositores, mas voltando aqui para o Brasil, precisamos falar sobre o autor fluminense Daniel Pandeló Corrêa. Depois de publicar três livros entre 2006 e 2009, ele tem explorado projetos literários em áudio, com spoken word e o que chama de “trilhas sonoras sensoriais”.

O artista acaba de lançar Tudo Que As Vozes Contaram, que já é seu quarto projeto musical. Em parceria com a instrumentista Sarah Abdalla, Daniel propõe uma viagem sobrenatural e quase cinematográfica sobre o luto e os encantamentos do imaginário popular. Recomendamos o play!

Kae Tempest

Se você não conhecia o termo spoken word, precisa começar por Kae, jovem artista de Londres que mistura Hip-hop e Poesia musicada. Com cinco álbuns lançados, além de uma brilhante carreira literária, elu acumula seis livros de poesia, quatro peças de teatro e um romance.

A obra Brand New Ancients, de 2013, já foi publicada em nove línguas e rendeu a elu o título de Poeta da Próxima Geração pelo Poetry Book Society, e o primeiro Ted Hughes Award entregue para uma pessoa com menos de 40 anos de idade. Agora em fevereiro, Kae Tempest lançou o single “Nice Idea”, que você pode ouvir abaixo.

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Arnaldo Antunes

É claro que o Titã não poderia ficar de fora de uma lista como essa. As músicas que compôs entre 1984 e 1992 com a banda de Rock já se destacavam pelo jogo de palavras rebuscado e o tom declamado, como “O Pulso” e “Não Vou Me Adaptar”.

Em carreira solo, com os Tribalistas ou como compositor para outros intérpretes, seguiu escrevendo algumas das músicas mais populares das últimas décadas, como “Velha Infância”, “Alma” e “Ainda Bem”.

Arnaldo publicou seu primeiro livro ainda antes dos Titãs, em 1983, e hoje já tem mais de 20 obras lançadas, sendo que duas venceram o Prêmio Jabuti. Ele também é ensaísta e artista plástico, sempre influenciado pelo concretismo.

Kate Bush

Quando tinha 19 anos, a lendária cantora britânica lançou seu primeiro single chamado “Wuthering Heights”, mesmo nome do clássico romance de 1847 de Emily Brontë, publicado no Brasil como O Morro dos Ventos Uivantes.

Ali, Kate Bush traduziu perfeitamente uma sombria história sobre família e paixão para uma linguagem musical e visual, com um clipe performático e fantástico. Não à toa, a faixa foi a primeira escrita por uma artista mulher a chegar ao topo das paradas do Reino Unido, e é até hoje a canção mais vendida da cantora.

Beck

Um dos artistas americanos mais renomados das últimas décadas, Beck já transitou entre Rock Alternativo, Folk, Country e até Rap, sempre com uma pegada experimental. Portanto, não foi nenhuma surpresa quando ele lançou um livro de partituras inéditas para que outros artistas gravassem à sua maneira.

Song Reader veio ao mundo em 2013, mas o compositor começou a trabalhar no projeto 9 anos antes. Em 2014, foi lançado um álbum com interpretações de nomes como Norah Jones, Jack White e Laura Marling.

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