Renato Pelado falou sobre entrada e saída conturbada do Charlie Brown Jr.
Imagens: Reprodução/Divulgação

Uma das maiores bandas de Rock do Brasil, o Charlie Brown Jr. viveu alguns momentos conflituosos entre os integrantes, mas todos da formação original voltaram para o grupo eventualmente, exceto um: Renato Pelado.

Recentemente, o baterista que hoje tem 57 anos contou sua história com o grupo de Chorão desde o início, nos anos 90, e deu algumas explicações sobre os motivos de sua saída. Curiosamente, isso aconteceu durante um culto religioso.

Falando em um encontro da Comunidade Cristã de Apucarana, no Paraná, Pelado disse que se interessou pela música graças à vitrola que o pai tinha em casa, e os primeiros discos que comprou foram do KISS e do Kansas.

A partir da adolescência, ele passou longos anos tocando MPB em bares de Santos, enquanto iniciava sua carreira autoral no Rock ao lado da banda Vulcano, parte importante da cena de Death Metal no litoral paulista.

Mas foi se apresentando com uma banda de Hard Rock chamada Last Joker que ele conheceu a pessoa que mudaria sua vida para sempre:

Tinha um casal sentado numa mesa, e a gente fazendo um som ‘altão’. Aí o cara levantou, foi na bateria, apontou pra mim e falou: ‘um dia eu vou tocar contigo’. Eu pensei ‘quem é esse maluco?’. E esse maluco era o Chorão. Depois de um tempo, ele descobriu onde eu morava e foi tocar na minha casa. Ele falou: ‘Vou deixar uma demo contigo. Saiu o batera da banda, você não quer entrar?’. Eu ouvi e não gostei muito, porque era um som bem pesado, bem Pantera, as músicas eram em inglês, enquanto eu estava acostumado com MPB. Mesmo assim, aceitei o convite.

Você pode ver as falas de Renato pelo vídeo ao final da matéria.

Conflitos internos no Charlie Brown Jr.

Entre 1992 e 2005, Renato Pelado gravou nada menos que sete discos ao lado de Chorão, do guitarrista Marcão Britto e do baixista Champignon, a formação clássica do Charlie Brown Jr que também contou com o guitarrista Thiago Castanho até 2001. O baterista ainda assinou a composição de algumas letras da banda.

Durante o culto em Apucarana, ele contou que, mesmo após o sucesso de Transpiração Contínua Prolongada (1997), o álbum de estreia, o grupo vivia dificuldades financeiras e muitas vezes Chorão tinha que fazer as refeições na casa de Pelado.

No entanto, essa parceria logo se transformou em desentendimentos e brigas, e o baterista “perdeu o controle” do consumo de drogas, incluindo álcool, maconha, cocaína e calmante. Ele falou sobre a decisão de largar essa vida de exageros:

Muitas vezes, depois daquele glamour todo, de fazer show pra 30 mil pessoas, eu chegava no quarto de hotel e sentia um vazio. Era pra ser o melhor momento da minha vida, a gente ia fazer uma turnê internacional, tocar no Rock in Rio Lisboa, Miami, Tóquio, Londres… Chegando em Londres, tivemos uma briga, e minha fuga quando eu estava chateado era a droga. Nessas viagens, eu tinha conhecido a metanfetamina, e ali o negócio foi louco, fiquei uns dois dias trancado e deprimido. Ali eu caí no chão, falei com Deus e decidi sair da banda e voltar pro Brasil.

Vale lembrar que não apenas Renato Pelado deixou o CBJR em 2005, mas Champignon e Marcão também, alegando divergências contratuais e deixando Chorão sozinho. O baterista seria substituído por Pinguim e depois por Bruno Graveto; recentemente, ambos tocaram juntos na turnê de celebração dos 30 anos da banda.

Assista às declarações de Renato Pelado

Nos anos após sua saída do CBJR, Pelado atuou como DJ em boates por todo o Brasil, e em 2011 se converteu à igreja Bola de Neve, onde passou a ser muito atuante. Ele nunca voltou a tocar com os ex-companheiros de banda.

Assista abaixo, na íntegra, as falas de Renato Pelado durante o culto da Comunidade Cristã de Apucarana.

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