Liniker no Roda Viva

A gente te contou aqui que Margareth Menezes foi escolhida para assumir o Ministério da Cultura, que será recriado após a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília no dia 1º de Janeiro.

Pois bem, nesta segunda-feira (12), ao participar do programa da TV Cultura Roda Viva, a cantora Liniker foi questionada pelo diretor e roteirista Pedro França e falou sobre a importância de ter Margareth participando do governo federal:

Eu estou muito feliz. Ter Margareth Menezes, uma das grandes potências da música mundial, não só da música brasileira, uma mulher incrível, uma compositora incrível, que realiza projetos sociais na Bahia há tanto tempo, que é invisibilizada há tanto tempo. É incrível saber que uma negona está à frente do Ministério da Cultura, fazendo com que esse espaço que foi invisibilizado e apagado nessa gestão hipócrita e podre que a gente passou volte sobre um cadeado preto.

Justíssimo!

Liniker fala sobre protagonismo negro e racismo

Na conversa, Liniker, que recentemente se tornou a primeira artista transgênero brasileira a ganhar um Grammy Latino, falou sobre o protagonismo de pessoas pretas no país e o racismo que se manifesta quando negros conquistam espaços de destaque:

Por mais excelente que a gente seja enquanto cantoras negras, que estão movimentando as coisas, a gente nunca está nos lugares de destaque. É muito doido perceber como muda a partir do momento que ganho um Grammy, como os lugares me veem com uma importância maior. E é muito doido pensar que meu trabalho é feito desde 2015, por mais que tenha rompido muitas bolhas e chegado em muitos lugares, eu fui muito boicotada e fui muito invisibilizada. E não só eu. Muitas das minhas, que chegaram comigo, que vieram antes, que vieram depois. E é muito doido porque por mais que a gente tenha discos incríveis, projetos incríveis, filmes incríveis, livros incríveis, esteja em um lugar da política pensando em políticas públicas para tanta gente a gente nunca tem o mesmo respeito que pessoas brancas. E até quando a gente acesa lugares de excelência, esses tapetes são puxados o tempo inteiro. Até quando a gente é protagonista da nossa própria história, vem um grupo de pessoas brancas e tenta inviabilizar o seu poder falando que, por exemplo, você está indo para o Grammy para mostrar o seu vestido, e não porque você fez um disco incrível. Ainda existe um grande caminho a ser feito.

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