Maellen
Foto por Ricardo Brunini

Por Bia Vaccari

Maellen é um nome bastante conhecido para quem acompanha campeonatos e streams de Free Fire, mas também pode ser uma nova artista para ser adicionada às playlists de trap e pop brasileiro. Criada em Duque de Caxias (RJ), a cantora e compositora chega no próximo dia 21 com seu mais novo single, “Carpe Diem”, que busca celebrar a vida e aproveitá-la ao máximo.

O single sucede a canção “Minha História”, além de marcar seu segundo lançamento após ser contratada pela Universal Music. No fim de 2021, o Tenho Mais Discos Que Amigos! teve a oportunidade de bater um papo com a cantora, que revelou um pouco mais de detalhes sobre futuros projetos, representatividade feminina na música e, é claro, sua história até aqui.

Eu cheguei na música em 2014 ou 2015, tudo começou com um amigo meu falando ‘você nunca pensou em cantar?’, e eu falei que sim, mas não tinha recurso, uma estrutura”, relembra a streamer durante a entrevista. “O sonho eu sempre tive, desde criança.”

Ainda muito jovem, Maellen sempre teve um lado mais voltado para a arte, frequentando aulas de teatro e seguindo com o sonho de ser cantora no coração. “Esse amigo e eu resolvemos fazer uma música e eu comecei a fazer apresentações pequenas, em casas de shows que estavam começando… e isso foi entrando na minha cabeça”, relata.

No entanto, foi durante um de seus primeiros empregos que Maellen teve de fazer a difícil escolha de deixar esse sonho de lado por um tempo, dadas as circunstâncias que sua vida tomava na época. “Comecei a ficar desanimada e decidi dar um tempo”, relembra. Mas, como nada é por acaso, foi justamente nesse momento que o Free Fire adentrou sua vida.

“Comecei por hobby e acabei me inscrevendo para a Pro League, o campeonato profissional de Free Fire”, comenta hoje um dos principais nomes femininos no meio gamer, com quase 2 milhões de seguidores no Instagram. Na época, Maellen faturou o quinto lugar no ranking geral, a única mulher titular do campeonato — não houve dúvida: dali surgiu o desejo de começar a ser streamer.

“Eu recebia muitas mensagens de outras meninas, e queria dar essa esperança pra quem tava me assistindo”, comenta. “Comprei os equipamentos que eu precisava e deu tudo certo, consegui alcançar um nível que eu queria.”

Contudo, mesmo com um nome já consolidado na comunidade gamer, Maellen se via pronta novamente para olhar para seu sonho de criança: o de ser cantora. “Voltei com tudo a compor e foi quando entrou a gravadora e essa equipe maravilhosa que trabalha comigo”, detalha.

Educar o público

Com uma legião de fãs por conta das streams de Free Fire e toda a sua história com o meio gamer, Maellen sabe muito bem que é necessário paciência e tempo para introduzir ao público essa nova etapa de sua vida.

Quando comecei com o Freefire, eu tinha 15 mil seguidores, lá em 2019”, relembra. “Hoje eu tenho quase 2 milhões de seguidores por conta do jogo, e não porque eu sou cantora. Então é necessário fazer essa passagem, essa conexão com a música, fazer eles entenderem que eu tô voltando pra um grande sonho.”

A decisão, no entanto, tem sido recepcionada com bastante apoio, segundo a cantora. “Eles não vão perder a Maellen, eu ainda vou estar lá produzindo conteúdo e ainda mais próxima deles, com os shows”, adiciona. “Essa aproximação que acontece em lives agora vai acontecer pessoalmente.”

Representatividade e inclusão na música

Entre os diversos gêneros que hoje fazem parte da música brasileira, foi no trap que Maellen se encontrou para ser livre criativamente e se expressar como gostaria. “É um público mais jovial, que tá ali, que gosta do conceito e que pode se expressar da maneira que quiser”, explica.

Mulher e lésbica, a cantora e compositora ainda adiciona que se sente bastante acolhida no meio musical, independente do estilo que vier a produzir suas canções.

“A música nos acolhe. O público tem gostos diferentes, então acaba que alguém sempre vai se identificar com o que você vai fazer”, comenta a streamer, que hoje vive com Karen Moraes e Antonella, sua noiva e filha. “Acredito que ainda existam barreiras; a MPB é consagrada há anos, nós temos Ana Carolina, Cássia Éller, que deram muita voz pra gente hoje. Graças a essas mulheres que lutaram e bateram no peito pra mostrar o que elas são.”

Quanto à representatividade da comunidade LGBTQIA+, Maellen cita nomes como Pabllo Vittar, Gloria Groove e Ludmilla. “Eu não vou ser uma das primeiras e nem a última a vir fazer o meu trabalho — e a ideia é essa: fazer essa inclusão de todo tipo de orientação sexual, gênero, não importa. É ser feliz e fazer a sua arte.”

Falando especificamente sobre o trap, a cantora se vê bastante satisfeita com o movimento que está acontecendo dentro do gênero, em que mulheres estão tendo mais espaço num lugar que durante muito tempo foi majoritariamente ocupado por homens.

“Eu me sinto representada de ver essa galera conquistando números de streams, engajamentos, dominando tudo. É lindo de se ver. Eu quero que todos possam ter seu espaço, expressar sua arte e que tenham pessoas apoiando”, comenta.

Futuro

“EPs, álbuns e gravações de DVDs”, começa Maellen ao ser questionada sobre seus planos para o futuro como artista musical. Num cenário a longo prazo, um grande desejo da cantora é justamente ser um tipo de mentora a estender a mão para novos artistas e ajudar iniciantes no meio musical a se lançarem para o mundo.

“Todo mundo que já começou sabe como é: a gente não tem um apoio, muitos ficam perdidos… eu queria estar ajudando esses novos artistas, investir, fazer parcerias”, divide a cantora. “Eu acho que um tem que ajudar o outro, parar com esse egoísmo de achar que vai perder o hype. Eu quero quebrar essas barreiras e ajudar a lançar quem está vindo por aí.”

Quanto a 2022, Maellen agora se prepara para o lançamento de “Carpe Diem” no próximo dia 21, mas também compartilha com o TMDQA! futuros feats com Caveirinha e o Vulgo FK: “Convidei eles para um feat e na hora os dois toparam, nem pensaram.”

“Tem outros rolês também, mas eu não posso falar”, brinca a cantora. “Mas eu acredito que a galera vai gostar e vai se identificar com meu trabalho e as minhas ideias. Aos poucos eu vou me soltando e vou mostrando a menina divertida, um pouquinho da Maellen engraçada, de bem com a vida e alto astral.”

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