Chico César e Zeca Baleiro

Rolou entre os últimos dias 03 de Abril e 03 de Maio, o Festival dos Festivais.

Trata-se de uma iniciativa da Devassa chamada Devassa Tropical Ao Vivo, que tem como objetivo arrecadar doações para profissionais da música envolvidos em 8 dos principais festivais do país.

Após a pandemia da COVID-19, eles foram duramente impactados e estão precisando de todo apoio possível.

No primeiro dia de evento tivemos os festivais Radioca e Guaiamum Treloso Rural, enquanto no segundo tivemos a oportunidade de assistir aos shows selecionados por DoSol e WEHOO.

No terceiro dia (02) a programação virtual materializou os festivais Carambola (Maceió) e Se Rasgum (Belém) através de shows que celebraram alguns dos principais pilares da história da música brasileira, com shows de verdadeiros mestres.

Festival Carambola

A programação do Carambola começou com ninguém menos que Zeca Baleiro, e o músico conhecido nacionalmente fez bonito demais.

No formato voz + violão, ele entoou clássicos de sua carreira e se mostrou bastante humano e pessoal, falando diversas vezes a respeito das doações através do QR Code na tela.

Além disso, interrompeu uma de suas canções na metade quando a correia do violão estava caindo e ele teve que trocar de instrumento. Nesse momento, voltou a celebrar os roadies e técnicos que são os principais alvos dessa campanha e que tiveram as faltas intensamente sentidas ali.

Entre clássicos e novidades, Zeca Baleiro nos apresentou até “Ela Nunca Diz”, canção recente muito pedida por fãs em outras lives mas evitada porque o próprio disse que “a letra é muito longa”.

Nessa ocasião ele falou que havia feito a lição de casa e entoou seus versos.

Ao final veio o mega hit “Telegrama” e uma abertura sensacional para a programação do dia.

Ana Cañas

Em um visual inspiradíssimo, a sempre contundente Ana Cañas apareceu para cantar, tocar, entoar seus sons, prestar homenagens e protestar.

Nesse pacotão todo, fez uma belíssima versão de “Sujeito de Sorte”, de Belchior, e apresentou parcerias que gravou com nomes como Arnaldo Antunes e Nando Reis durante a carreira.

Alguns dos momentos mais intensos vieram com “Urubu Rei”, frases de protesto contra o racismo e o fascismo, além de um encerramento primoroso.

Antes de se despedir cantando o clássico “La Vie En Rose”, Ana Cañas falou sobre a sua avó, que lutou contra conflitos, guerra, perseguição e exílio.

Mopho, Wado e Chico César

O festival online seguiu em frente com a icônica banda de Pop/Rock Mopho, de Maceió, chamada por muitos de “a melhor banda de rock do país”.

Ao lado de Wado, os músicos foram alternando algumas de suas composições inspiradas com trabalhos do artista catarinense radicado na capital alagoana há muito tempo.

A parceria funcionou muito bem e se mostrou acertada, aliando o gênero celebrado pelo Mopho ao experimentalismo de Wado em seus mergulhos pela MPB.

Logo após a soma de talentos veio o lendário Chico César, e ele começou a apresentação em grande estilo.

Apresentando-se a cappella nos primeiros segundos de live, o músico fez uma das transmissões ao vivo mais incríveis da quarentena dando o pontapé inicial com “Beraderô”.

Dali pra frente a apresentação de quase uma hora passou como um trovão, já que queríamos sempre mais ao ver o artista entoando sons como “À Primeira Vista”, “Pensar em Você” e “Pedrada”.

A última foi lançada no mais recente álbum de Chico César, O Amor é um Ato Revolucionário (2019) e tem frases contundentes como “Cães danados do fascismo / Babam e arreganham os dentes / Sai do ovo a serpente / Fruto podre do cinismo”.

Uma verdadeira aula.

Festival Se Rasgum

A programação do festival paraense começou com a dupla formada por André Abujamra, verdadeira lenda da música brasileira, e a cantora Marisa Brito.

Todo experimentalismo do músico conhecido por trabalhos como a banda Karnak foi complementado pela voz incrível de Marisa mas a live foi interrompida por problemas técnicos na transmissão.

Quando a dupla voltou, entoou canções dele e dela, inclusive de canções de Marisa a aparecerem em um novo disco produzido por Abujamra.

Antes de tocar “O Mundo”, André disse que tem sido chamado de “vidente” por ter escrito essa canção lá atrás, no início dos Anos 90, e ela ainda fazer todo sentido em 2020 falando a respeito de globalização e um “homem doente, que mata e mente”.

Jards Macalé

Outra verdadeira instituição da música brasileira subiu ao palco virtual e ela atende pelo nome de Jards Macalé.

O lendário músico apresentou sons como “Só Morto (Burning Night)”, “Hotel Das Estrelas” e a sensacional “Vapor Barato” composta por Jards ao lado de Wally Salomão, eternizada por Gal Costa e regravada por bandas como O Rappa.

Keila, Larissa Luz e Tropkillaz

O final da noite veio com a música dançante e enérgica de Keila, que mesmo grávida não mediu esforços para colocar os corpos pra se mexer no Brasil todo.

Larissa Luz mostrou todo seu talento e também fez declarações a respeito da situação em que o mundo se encontra, deixando bem claro que precisávamos pensar a respeito da pandemia, da sociedade e mais.

Ao final da noite, o Festival dos Festivais teve a sua primeira after para embalar o Sabadão ao som da dupla Tropkillaz.

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