Troá
Foto: Gabriel Castilho

Já se sentiu intimidado alguma vez? Já perdeu a oportunidade de falar ou de viver algo? Já teve a sensação de que você não cabe em uma mera vida? Se sim, não se preocupe: é um pensamento mais comum do que você imagina.

A frustração em não ter seus sonhos realizados é um lugar comum na sociedade. Diariamente, nos vemos diante de escolhas que nos afastam do que imaginamos ser o ideal. Além disso, os próprios padrões sociais muitas vezes nos impõem limites e regras. A finitude da existência não nos contempla da maneira que queremos. Diante disso, o duo carioca Troá teve uma sacada e decidiu fazer de seu disco de estreia um manifesto de existência.

A ideia por trás de Eu Não Morreria Sem Dizer é justamente essa: botar para fora aquilo que o coração quer extravasar. Estamos diante de um disco lotado de sinceridade, entre delicadas melodias e viscerais arranjos.

O disco foi lançado com apoio da PWR Records, um selo de mulheres que trabalham exclusivamente para mulheres, e está disponível a partir de hoje (21).

 

Desabafos e confissões

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Enquanto “manifesto de existência”, as faixas de ENMSD trazem sempre um eu-lírico que retrata (com vontade) as ambições da vida. São letras que falam de aflições, dúvidas, raivas, euforias e prazeres. Ao invés de guardar esses sentimentos para si, a dupla optou por transformar o que sentia em arte. De acordo com as integrantes, o disco as coloca como “senhoras do nosso tempo, das nossas escolhas, dos nossos corpos e sonhos”.

A pluralidade do disco se mostra também na variedade de gêneros musicais que inspiraram as composições. Não é um disco de rock, tampouco de MPB, reggae, folk, forró, triphop ou funk. É tudo isso junto!

Cada faixa tem a sua peculiaridade estética, desde a intimista voz-e-bateria de faixa inaugural “Entre” até o funk de “Pó de Tutano“. Ao longo da reprodução do disco, você ouve sintetizadores, pianos, triângulos, ukuleles e tudo que a criatividade da Troá tem a oferecer.

 

O protagonismo da “cozinha”

Mas vamos a uma questão importante: quem são a Troá? Do que se alimentam? O que tocam?

A banda é atualmente formada por Carolina Mathias (baixo, vocais, teclados) e Manuella Terra (bateria), uma dupla que já toca junto há quase 10 anos. Elas têm o grande apoio do designer Gabriel Castilho, responsável pela identidade visual do projeto.

Sabemos que temos a tendência de pensar que uma banda sem guitarras talvez não tenha tanto impacto. Afinal, normalmente é a guitarra que ganha grande destaque em shows (e não raro em gravações também). Adiantamos que ENMSD conta com guitarras, sim, mas elas não são as protagonistas do disco.

Nathanne Rodrigues (Chico de Barro) ficou com a missão de enfatizar, na mixagem e na masterização do material, que “quem manda” é a cozinha (como, no mundo da música, é conhecida a união entre o baixo e a bateria). Podemos até trazer um paralelo com o péssimo dito popular de que “lugar de mulher é na cozinha”. Se pudermos comparar músicas a comidas, podemos de fato dizer que ENMSD é um prato delicioso!

 

Participações

Dando ainda mais credibilidade ao conteúdo do disco, temos vozes especiais colorindo três das treze canções.

Chico Chico canta em “Ímpeto“, faixa com clara influência na levada do reggae. Logo depois, temos ÀIYÉ (projeto solo de Larissa Conforto) intensificando a sensualidade hipnótica da já divulgadaTobogã.

A faixa final “Nasce Morre Só” conta com as vozes (e com o ukulele) de Dedé Teicher (que além de baterista da Scracho também é apresentadora do canal Multishow). Nesta canção, a de maior duração do disco, Dedé e Carol dividem vozes, cantando sobre a importância da força interior para encarar as intempéries da vida.

Também envolvidos com a instrumentação do disco estão Cristine Ariel (El Efecto), Pedro Fadel, Julianne Lima e Marina Chuva (Sgto. Pimenta).

Confira ENMSD abaixo, na íntegra.

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